RESUMO
A sociedade atual vive desde a década de 50 uma revolução psicofarmacológica, em que os avanços tecnológicos da psiquiatria e da neurologia possibilitam a criação de dispositivos que conseguem ter uma melhor visualização do funcionamento físico-químico do cérebro, onde o paradigma de tratamento de sofrimento psíquico passou a ser baseado na utilização de psicotrópicos. Dessa forma, a medicina buscou tratarneurocientificamente comportamentos desviantes da norma social. Nesse cenário, o diagnóstico do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) desponta com certa freqüência e com uma constância ainda maior o uso de Ritalina, nome comercial do metilfenidato, no tratamento do suposto transtorno, principalmente em crianças. Esse presente trabalho faz uma reflexão, a partir de uma revisão bibliográfica, a cerca do aumento do consumo de Ritalina nos últimos anos, procurando problematizar a forma indiscriminada de diagnosticar e tratar o TDAH. (AU)