RESUMO
BACKGROUND: Jatene surgery became the surgical procedure of choice to repair transposition of the great arteries (TGA) in neonates and infants. Late complications, mainly related to the pulmonary outflow tract and coronary arteries, are well known. The behavior of the neo-aortic valve is a cause of concern because of its potential for requiring late reoperation. OBJECTIVES: To assess the prevalence and risk factors of neo-aortic valve regurgitation in 127 patients in the late postoperative period of the Jatene surgery. METHODS: Of the 328 survivors of the Jatene surgery at the Biocor Institute from October 1997 to June 2015, all patients undergoing postoperative follow-up were contacted via telephone, 127 being eligible for the study. The patients were divided into two groups, simple TGA and complex TGA groups, with follow-up means of 6.4 ± 4.7 years and 9.26 ± 4.22 years, respectively. Echocardiography was performed with adjusted measurements (Z-score) of the neo-aortic annulus, sinus of Valsalva, sinotubular region and ascending aorta, as well as quantification of the neo-aortic valve regurgitation grade. RESULTS: The incidence of mild neo-aortic valve regurgitation was 29% in a follow-up of 7.4 ± 4.7 years. Moderate regurgitation was identified in 24 patients with age mean (± standard-deviation) of 9.81 ± 4.21 years, 19 of whom (79%) in the complex TGA group. Those patients had a higher aortic annulus Z-score. The reoperation rate due to neo-aortic regurgitation associated with aortic dilation was 1.5%, all patients in the complex TGA group. CONCLUSION: This study shows that, despite the low incidence of reoperation after Jatene surgery due to neo-aorta dilation and neo-aortic valve regurgitation, that is a time-dependent phenomenon, which requires strict vigilance of the patients. In this study, one of the major risk factors for neo-aortic valve regurgitation was the preoperative pulmonary artery diameter (p < 0.001).
Assuntos
Insuficiência da Valva Aórtica/etiologia , Transposição das Grandes Artérias/efeitos adversos , Complicações Pós-Operatórias/etiologia , Transposição dos Grandes Vasos/cirurgia , Ecocardiografia , Feminino , Humanos , Lactente , Recém-Nascido , Masculino , Prevalência , Estudos Retrospectivos , Fatores de Risco , Índice de Gravidade de DoençaRESUMO
Abstract Background: Jatene surgery became the surgical procedure of choice to repair transposition of the great arteries (TGA) in neonates and infants. Late complications, mainly related to the pulmonary outflow tract and coronary arteries, are well known. The behavior of the neo-aortic valve is a cause of concern because of its potential for requiring late reoperation. Objectives: To assess the prevalence and risk factors of neo-aortic valve regurgitation in 127 patients in the late postoperative period of the Jatene surgery. Methods: Of the 328 survivors of the Jatene surgery at the Biocor Institute from October 1997 to June 2015, all patients undergoing postoperative follow-up were contacted via telephone, 127 being eligible for the study. The patients were divided into two groups, simple TGA and complex TGA groups, with follow-up means of 6.4 ± 4.7 years and 9.26 ± 4.22 years, respectively. Echocardiography was performed with adjusted measurements (Z-score) of the neo-aortic annulus, sinus of Valsalva, sinotubular region and ascending aorta, as well as quantification of the neo-aortic valve regurgitation grade. Results: The incidence of mild neo-aortic valve regurgitation was 29% in a follow-up of 7.4 ± 4.7 years. Moderate regurgitation was identified in 24 patients with age mean (± standard-deviation) of 9.81 ± 4.21 years, 19 of whom (79%) in the complex TGA group. Those patients had a higher aortic annulus Z-score. The reoperation rate due to neo-aortic regurgitation associated with aortic dilation was 1.5%, all patients in the complex TGA group. Conclusion: This study shows that, despite the low incidence of reoperation after Jatene surgery due to neo-aorta dilation and neo-aortic valve regurgitation, that is a time-dependent phenomenon, which requires strict vigilance of the patients. In this study, one of the major risk factors for neo-aortic valve regurgitation was the preoperative pulmonary artery diameter (p < 0.001).
Resumo Fundamento: A operação de Jatene tornou-se o procedimento cirúrgico de escolha para o reparo da transposição das grandes artérias (TGA) em neonatos e lactentes. Complicações tardias, principalmente relacionadas à via de saída pulmonar e às artérias coronarianas, já são bem reconhecidas. O comportamento da valva neo-aórtica tem sido motivo de crescente preocupação pelo seu potencial de necessidade de reoperações tardias. Objetivos: Avaliar a prevalência e os fatores de risco associados à regurgitação da valva neo-aórtica em 127 pacientes em pós-operatório tardio de cirurgia de Jatene. Métodos: Dos 328 sobreviventes da cirurgia de Jatene no Biocor Instituto operados de outubro de 1997 a junho de 2015, todos os pacientes em seguimento de pós-operatório foram contatados via ligação telefônica, sendo 127 elegíveis para o estudo. Os pacientes foram divididos em dois grupos, Grupo TGA simples e Grupo TGA complexa, com médias de follow-up de 6,4 ± 4,7 anos e 9,26 ± 4,22 anos, respectivamente. Foi realizada avaliação ecocardiográfica com medidas indexadas (escore Z) do anel da valva neo-aórtica, do seio de Valsalva, da região sinotubular e da aorta ascendente, bem como quantificação do grau de regurgitação da valva neo-aórtica. Resultados: A incidência de leve regurgitação da valva neo-aórtica em nossa casuística foi de 29% em um follow-up de 7,4 ± 4,7 anos. Regurgitação moderada foi observada em 24 pacientes, com idade média (± desvio-padrão) de 9,81 ± 4,21 anos, sendo 19 (79%) no Grupo TGA complexa. Nesses pacientes, observou-se maior escore Z do anel aórtico. A taxa de reoperação por regurgitação da valva neo-aórtica associada a dilatação da aorta foi de 1,5%, sendo todos os casos no Grupo TGA complexa. Conclusão: O estudo demonstra que, embora reoperações após cirurgia de Jatene por dilatação da neo-aorta e regurgitação da valva neo-aórtica tenham incidência baixa, esse é um fenômeno dependente de tempo, requerendo rígida vigilância desses pacientes. Na nossa casuística, um dos principais fatores de risco para regurgitação da valva neo-aórtica foi o diâmetro da artéria pulmonar no pré-operatório (p < 0,001).
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Recém-Nascido , Lactente , Insuficiência da Valva Aórtica/etiologia , Complicações Pós-Operatórias/etiologia , Transposição dos Grandes Vasos/cirurgia , Transposição das Grandes Artérias/efeitos adversos , Índice de Gravidade de Doença , Ecocardiografia , Prevalência , Estudos Retrospectivos , Fatores de RiscoRESUMO
Resumo Introdução: Minas Gerais é o estado brasileiro com maior registro de casos de silicose, sendo grande parte proveniente de casuísticas acumuladas das minerações de ouro. Objetivos: descrever e analisar temporalmente a ocorrência de silicose na mineração de ouro identificando fatores ocupacionais relacionados. Métodos: estudo transversal com 1.020 ex-mineiros da região de Nova Lima/MG, avaliados entre 1995 e 2011. Resultados: o diagnóstico de silicose foi confirmado em 19,7% dos avaliados. Nenhum caso da doença foi identificado em indivíduos que trabalharam apenas na superfície. A prevalência no grupo que trabalhou até 5 anos no subterrâneo foi de 3,8% e no grupo com mais de 20 anos de trabalho nesse local foi de 44,2%. Os admitidos para trabalho subterrâneo até 1950 apresentaram prevalência de 57,9%. Entre os admitidos após 1990, não houve registro de casos. Conclusão: verificou-se uma queda expressiva na ocorrência de silicose no período analisado. Uma vez que a doença é sabidamente dose-dependente, é esperado que a diminuição dos níveis de exposição, obtido pelas melhorias dos ambientes ocupacionais, tenha refletido nestes resultados. É fundamental que tais medidas continuem a ser adotadas na mineração e em outros ramos de atividade visando reduzir a ocorrência da doença.
Abstract Introduction: Minas Gerais is the Brazilian state with the highest record of silicosis cases, mostly from gold mining. Objectives: to describe and analyze the occurrence of silicosis in gold mining over time, identifying occupational related factors. Methods: cross-sectional study with 1.020 former miners from the region of Nova Lima, Minas Gerais, evaluated from 1995 to 2011. Results: silicosis diagnosis was confirmed in 19.7% of the miners evaluated. No cases were identified in individuals who worked only on the surface. The prevalence among those who worked underground was 3.8% for the group up to 5 years and 44,2% for the group that worked over 20 years. Those admitted to work underground up to 1950 had a prevalence of 57.9%. Among those admitted after 1990, there were no cases recorded. Conclusion: we found an expressive decline in the silicosis occurrence in the period. Because silicosis is dose-dependent, it is expected that decrease in exposure levels was due to improvements in work environments. These measures must continue to be adopted in mining and in other branches of work activity to reduce the occurrence of silicosis.
RESUMO
BACKGROUND: Adverse events attributed to the treatment of chronic hepatitis C patients with pegylated interferon (PEG-IFN) and ribavirin have been widely discussed. Lung disorders have been described, but the respiratory function of these patients during treatment has not been well studied. The aim of this study was to investigate the incidence of dyspnoea and possible changes in lung function associated with the use of PEG-IFN and ribavirin. METHODS: We evaluated clinical data and spirometry in 31 patients with chronic hepatitis C infections prior to treatment, in the 2(nd) week of treatment and in the 12(th) week of treatment. RESULTS: During the follow-up period, 19 patients (61.3%) had dyspnoea. Decreased haemoglobin levels were observed during the study, but there was no significant association with dyspnoea. However, patients with a body mass index (BMI) greater than 25 had a higher incidence of dyspnoea. No significant difference was detected between the values of forced vital capacity (FVC), forced expiratory volume in 1 s (FEV1), or forced expiratory volume in 1 s/forced vital capacity (FEV1/FVC) ratio measured during the investigation. However, a significant decrease in FEV1 and FEV1/FVC ratio was observed in patients with later stages of liver fibrosis. CONCLUSIONS: Dyspnoea is a frequently occurring respiratory symptom during chronic hepatitis C treatment, and it is not associated with changes in spirometric parameters in the first 12 weeks of treatment. However, changes in FEV1 and FEV1/FVC can be observed in patients with advanced liver disease in the first 12 weeks of treatment with PEG-IFN and ribavirin.
Assuntos
Antivirais/uso terapêutico , Dispneia/etiologia , Hepatite C Crônica/tratamento farmacológico , Hepatite C Crônica/fisiopatologia , Interferon Tipo I/uso terapêutico , Polietilenoglicóis/uso terapêutico , Ribavirina/uso terapêutico , Adulto , Idoso , Análise de Variância , Índice de Massa Corporal , Dispneia/induzido quimicamente , Dispneia/virologia , Feminino , Seguimentos , Hemoglobinas/metabolismo , Hepatite C Crônica/sangue , Hepatite C Crônica/patologia , Humanos , Interferon Tipo I/efeitos adversos , Cirrose Hepática/sangue , Cirrose Hepática/patologia , Cirrose Hepática/virologia , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Ribavirina/efeitos adversos , Espirometria , Adulto JovemRESUMO
A paracoccidioidomicose (PCM) é infecção granulomatosa sistêmica, causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis, prevalente na América Latina, particularmente no Brasil. Acomete o sistema nervoso central (SNC) em 10 por cento dos casos. Foram estudados 13 pacientes com paracoccidioidomicose no SNC, entre 1991 e 2001, com ênfase para os aspectos clínicos, neuroradiológicos e terapêuticos. Onze pacientes eram do sexo masculino (84,6 por cento) e dois do feminino (15,4 por cento), com idade entre 30 e 71 anos (M= 47,1 ± 11,6 Me= 46). Os sintomas mais freqüentes foram déficits motores (53,8 por cento), alterações cognitivas (53,8 por cento), emagrecimento (46,1 por cento), cefaléia (46,1 por cento) e crises convulsivas (46,1 por cento). O diagnóstico foi confirmado pela detecção do P. brasiliensis no SNC. Todos os pacientes apresentavam a forma granulomatosa e quatro (30,8 por cento) tinham a forma meningoencefalítica associada. Todos foram estudados com tomografia computadorizada (TC) de crânio e um caso com ressonância magnética (RM) encefálica. Dez pacientes (76,9 por cento) realizaram sorologia para o HIV, todos com resultados negativos. A anfotericina B foi utilizada em 12 casos (92,3 por cento), em um deles por via intratecal. Em oito casos (61,5 por cento) o sulfametoxazol-trimetropim foi utilizado; em dois (15,4 por cento) a sulfadiazina e pirimetamina, e o fluconazol, cetoconazol e itraconazol, cada um deles em um paciente. Seis pacientes (46,1 por cento) morreram e sete evoluíram satisfatoriamente. O tempo de seguimento variou de 2 a 74 meses (M=30,9). Conclui-se que as manifestações clínicas assim como os exames de imagem na PCM do SNC são inespecíficos.
Assuntos
Adulto , Idoso , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Antifúngicos/uso terapêutico , Infecções Fúngicas do Sistema Nervoso Central/diagnóstico , Paracoccidioides/isolamento & purificação , Paracoccidioidomicose/diagnóstico , Infecções Fúngicas do Sistema Nervoso Central/tratamento farmacológico , Seguimentos , Imageamento por Ressonância Magnética , Paracoccidioidomicose/tratamento farmacológico , Tomografia Computadorizada por Raios XRESUMO
Obejetivo: avaliar anormalidades bioquímicas que possam estar relcionadas à fibromialgia, mais especificamente o metabolismo oxidante de granulócitos de pacientes com fibromialgia primária (FMP). Métodos: foram selecionados 10 pacientes (9 mulheres e 1 homem) portadores de FMP, com idade entre 20 e 40 anos, de acordo com os critérios do Colégio Americano de Reumatologia, que não apresentavam qualquer outra doença de curso agudo ou crônico e estavam sem utilizar medicamentos no mínimo durante duas semanas. Controles normais (n = 19) pareados por sexo e idade foram selecionados. Os granulócitos de pacientes e controles foram separados do sangue periférico e utilizados como célula de trabalho. A produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) foi determinada por meio de ensaio de quimioluminescência dependente de luminol. Resultados: demonstramos, pela primeira vez, uma produção significantemente elevada de ERO (3,2 vezes maior) em granulócitos de sangue periférico de pacientes com FMP (< 0,05). Conclusões: estes resultados demonstraram um comportamento anormal dos granulócitos de pacientes com FMP, em que uma produção aumentada de espécies reativas do oxigênio foi observada. Estudos futuros serão necessários para melhor esclarecer estes resultados, delineando uma nova perspectiva na compreensão e abordagem destes pacientes
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Fibromialgia , GranulócitosRESUMO
Os objetivos do presente trabalho säo: analisar os aspectos clínicos, epidemiológicos e terapêuticos de pacientes com malária; e chamar a atençäo dos médicos para esta doença, especialmente daqueles que se encontram fora da área endêmica. Para isto, foi realizado um estudo retrospectivo dos prontuários de todos os pacientes de malária, hospitalizados no Hospital das Clínicas - UFMG, Belo Horizonte, Brasil - no período de 1981 a 1992. O estudo compreendeu 49 casos. A maioria deles era jovem (média de idade - 33 anos) do sexo masculino e proveniente da regiäo amazônica. Vinte e nove apresentaram infecçäo por P. falciparum e 14 apresentaram infecçäo por P. vivax, enquanto seis tiveram infecçäo mista (P. falciparum e P. vivax). Os casos de infecçäo isolada por P. vivax evoluíram para cura, sem qualquer complicaçäo. Dez casos de infecçäo por P. falciparum apresentaram complicaçöes, sendo que quatro evoluíram para o óbito. Apenas um dos pacientes com infecçäo mista apresentou evoluçäo complicada, porém sem ocorrência de óbito. Os esquemas de tratamento utilizados foram bastante diversos, principalmente nos casos de infecçäo por P. falciparum, provavelmente devido à falta de padronizaçäo do tratamento e de familiaridade do médico fora da área endêmica com esta doença. Ao final, os autores sugerem esquemas terapêuticos utilizados para malária.