RESUMO
ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: Fat embolism syndrome may occur in patients suffering from multiple trauma (long bone fractures) or plastic surgery (liposuction), compromising the circulatory, respiratory and/or central nervous systems. This report shows the evolution of severe fat embolism syndrome after liposuction and fat grafting. CASE REPORT: SSS, 42 years old, ASA 1, no risk factors for thrombosis, candidate for abdominal liposuction and breast implant prosthesis. Subjected to balanced general anesthesia with basic monitoring and controlled ventilation. After 45 min of procedure, there was a sudden and gradual decrease of capnometry, severe hypoxemia and hypotension. The patient was immediately monitored for MAP and central catheter, treated with vasopressors, inotropes, and crystalloid infusion, stabilizing her condition. Arterial blood sample showed pH = 7.21; PCO2 = 51 mmHg; PO2 = 52 mmHg; BE = -8; HCO3 = 18 mEq L-1, and lactate = 6.0 mmol L-1. Transthoracic echocardiogram showed PASP = 55 mmHg, hypocontractile VD and LVEF = 60%. Diagnosis of pulmonary embolism. After 24 h of intensive treatment, the patient developed anisocoria and coma (Glasgow coma scale = 3). A brain CT was performed which showed severe cerebral hemispheric ischemia with signs of fat emboli in right middle cerebral artery; transesophageal echocardiography showed a patent foramen ovale. Finally, after 72 h of evolution, the patient progressed to brain death. CONCLUSION: Fat embolism syndrome usually occurs in young people. Treatment is based mainly on the infusion of fluids and vasoactive drugs, mechanical ventilation, and triggering factor correction (early fixation of fractures or suspension of liposuction). The multiorgânico involvement indicates a worse prognosis.
RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A Síndrome da Embolia Gordurosa (SEG) pode acontecer em pacientes vítimas de politrauma (fratura de ossos longos) ou operações plásticas (lipoaspiração), comprometendo circulação, respiração e/ou sistema nervoso central. O presente relato mostra evolução de SEG grave após lipoaspiração e lipoenxertia. RELATO DO CASO: SSS, 42 anos, ASA 1, sem fatores de risco para trombose, candidata a lipoaspiração abdominal e implante de prótese mamária. Submetida à anestesia geral balanceada com monitorização básica e ventilação controlada. Após 45 minutos de procedimento, houve queda súbita e progressiva da capnometria, hipoxemia e hipotensão grave. Imediatamente foi monitorizada com PAM e cateter central, tratada com vasopressores, inotrópicos e infusão de cristaloides, obtendo estabilização do quadro. Amostra sanguínea arterial mostrou pH = 7,21; PCO2 = 51 mmHg; PO2 = 52 mmHg; BE = -8; HCO3 = 18 mEQ/l e lactato = 6,0 mmol/l. Ecocardiograma transtorácico mostrou PSAP = 55 mmHg, VD hipocontrátil e FEVE = 60%. Diagnóstico de embolia pulmonar. Após24 h de tratamento intensivo, a paciente evoluiu com anisocoria e coma com escala de glasgow 3. Realizada TC de encéfalo que evidenciou isquemia cerebral grave, hemisférica, com sinais de êmbolos de gordura em A. cerebral média D; o ecocardiograma transesofágico mostrou forame oval patente. Finalmente, após 72 h de evolução, a paciente evoluiu para morte encefálica. CONCLUSÃO: A SEG ocorre geralmente em jovens. O tratamento baseia-se principalmente na infusão de líquidos e drogas vasoativas, ventilação mecânica e correção do fator desencadeante (fixação precoce de fraturas ou suspensão da lipoaspiração). O comprometimento multiorgânico indica pior prognóstico.
Assuntos
Humanos , Feminino , Adulto , Lipectomia/efeitos adversos , Isquemia Encefálica/complicações , Tecido Adiposo/cirurgia , Embolia Gordurosa/complicações , Abdome/cirurgia , Respiração Artificial , Síndrome , Índice de Gravidade de Doença , Morte Encefálica/fisiopatologia , Morte Encefálica/diagnóstico por imagem , Tomografia Computadorizada por Raios X , Isquemia Encefálica/fisiopatologia , Isquemia Encefálica/diagnóstico por imagem , Evolução Fatal , Ecocardiografia Transesofagiana , Artéria Cerebral Média/fisiopatologia , Artéria Cerebral Média/diagnóstico por imagem , Embolia Gordurosa/diagnóstico por imagem , Forame Oval Patente/complicações , Forame Oval Patente/fisiopatologia , Forame Oval Patente/diagnóstico por imagem , Período Perioperatório , Complicações Intraoperatórias/fisiopatologia , Complicações Intraoperatórias/diagnóstico por imagem , Anestesia GeralRESUMO
Justificativa e objetivos: a esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença degenerativa progressiva do neurônio motor, de causa desconhecida, com padrão genético frequente. Quando os músculos responsáveis pela ventilação são acometidos, o paciente evolui para o óbito em alguns anos em decorrência da insuficiência respiratória. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de uma paciente com ELA que foi submetida à gastrostomia e colostomia no Hospital Belo Horizonte sob anestesia peridural contínua e sedação consciente. Conclusão: as evidências têm demonstrado que a administração do bloqueio no neuroeixo associado à dexamedetomidina parece ser segura em pacientes com ELA, pois evita a manipulação das vias aéreas e as complicações respiratórias.
Justification and objectives: Amyotrophic Lateral Sclerosis (ALS) is a progressive degenerative disease of the motor neuron, of unknown cause, with a frequent genetic pattern. When the muscles responsible for ventilation are affected, the patient progresses to death in a few years as a result of respiratory failure. The aim of this study is to report the case of a patient with ALS who underwent gastrostomy and colostomy in Belo Horizonte Hospital under continuous epidural anesthesia and conscious sedation. Conclusion: Evidence has shown that the neuraxial block administration associated with dexmedetomidine seems to be safe in patients with ALS, since it avoids manipulation of the respiratory airways and complications
Assuntos
Humanos , Feminino , Insuficiência Respiratória , Riluzol/uso terapêutico , Esclerose Lateral Amiotrófica/tratamento farmacológico , Anestesia Epidural , Período Pós-Operatório , Colostomia , Gastrostomia , Sedação Consciente , Doenças Raras , Serviço Hospitalar de AnestesiaRESUMO
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Spinal hematomas are rare and they affect the central nervous system. They can cause permanent neurologic sequelae and death if they are not treated properly. Early diagnosis and treatment are fundamental for a good neurologic prognostic. The objective of this report was to emphasize for anesthesiologists the importance of early diagnosis and treatment of spinal hematomas, besides improving their prevention. CASE REPORTS: Case 1: The patient underwent epidural lumbar anesthesia for femoropopliteal revascularization. He was being treated with acetylsalicylic acid, clopidogrel, and enoxaparin, which were discontinued before the surgery. The patient developed paraplegia in the immediate postoperative period. Neurosurgical decompression was performed after the diagnosis, but without recovery in the long run. Case 2: The patient underwent epidural lumbar anesthesia for right knee osteotomy, without intercurrences. The patient remained without neurological complaints until approximately 48 hours after the surgery when he developed urinary retention, pain in the right lower limb, paresthesias, and difficulty moving both feet. The MRI showed an epidural lumbar hematoma, and the patient underwent immediate surgical decompression. He showed complete neurological recovery after 10 months of rehabilitation. CONCLUSIONS: The clinical cases presented here showed different outcomes, indicating the importance of early diagnosis and treatment for a good evolution. Diagnosis by MRI with early decompression shortly after the development of the first clinical manifestations remains the standard treatment. Identification of patients at risk for neuraxial bleeding and change in anesthetic technique, as well as the establishment of postoperative neurologic evaluation protocols in patients undergoing neuraxial anesthesia can contribute for prevention of severe neurologic sequelae.
Assuntos
Anestesia Epidural/efeitos adversos , Hematoma/etiologia , Hematoma/prevenção & controle , Vértebras Lombares , Doenças da Medula Espinal/etiologia , Doenças da Medula Espinal/prevenção & controle , Idoso , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-IdadeRESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Os hematomas espinais são raros e acometem o sistema nervoso central. Podem causar sequelas neurológicas permanentes e morte se não tratados adequadamente. O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para o bom prognóstico neurológico. O objetivo deste trabalho foi despertar no anestesiologista maior sensibilidade para o diagnóstico e o tratamento precoces dos hematomas espinais, além de aperfeiçoar sua prevenção. RELATO DOS CASOS: Caso 1: Paciente submetido à anestesia peridural lombar para a realização de revascularização fêmuro-poplítea. Estava em uso de ácido acetilsalicílico, clopidogrel e enoxaparina, medicamentos suspensos antes da operação. O paciente evoluiu com paraplegia no pós-operatório imediato. Realizou-se descompressão neurocirúrgica após o diagnóstico, porém sem recuperação do quadro em longo prazo. Caso 2: Paciente submetido à anestesia peridural lombar para osteotomia em joelho direito, sem intercorrências. O paciente permaneceu sem queixas neurológicas até aproximadamente 48 horas, quando iniciou quadro de retenção urinária, dor em membro inferior direito, parestesias e dificuldade de movimentação dos pés. Foi feita ressonância nuclear magnética, a qual evidenciou hematoma peridural lombar, sendo realizada a descompressão cirúrgica imediata. Após 10 meses de reabilitação, houve recuperação neurológica completa. CONCLUSÕES: Os casos clínicos apresentados mostraram desfechos diferentes, destacando a importância do diagnóstico e do tratamento precoces para a boa evolução do quadro clínico. O diagnóstico pela ressonância nuclear magnética, com a descompressão precoce logo após as primeiras manifestações clínicas, permanece como tratamento padrão. A identificação dos pacientes de risco para sangramentos neuroaxiais, a mudança de técnica anestésica, assim como o estabelecimento de protocolos de avaliação neurológica pós-operatória nos pacientes submetidos aos bloqueios de neuroeixo...
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Spinal hematomas are rare and they affect the central nervous system. They can cause permanent neurologic sequelae and death if they are not treated properly. Early diagnosis and treatment are fundamental for a good neurologic prognostic. The objective of this report was to emphasize for anesthesiologists the importance of early diagnosis and treatment of spinal hematomas, besides improving their prevention. CASE REPORTS: Case 1: The patient underwent epidural lumbar anesthesia for femoropopliteal revascularization. He was being treated with acetylsalicylic acid, clopidogrel, and enoxaparin, which were discontinued before the surgery. The patient developed paraplegia in the immediate postoperative period. Neurosurgical decompression was performed after the diagnosis, but without recovery in the long run. Case 2: The patient underwent epidural lumbar anesthesia for right knee osteotomy, without intercurrences. The patient remained without neurological complaints until approximately 48 hours after the surgery when he developed urinary retention, pain in the right lower limb, paresthesias, and difficulty moving both feet. The MRI showed an epidural lumbar hematoma, and the patient underwent immediate surgical decompression. He showed complete neurological recovery after 10 months of rehabilitation. CONCLUSIONS: The clinical cases presented here showed different outcomes, indicating the importance of early diagnosis and treatment for a good evolution. Diagnosis by MRI with early decompression shortly after the development of the first clinical manifestations remains the standard treatment. Identification of patients at risk for neuraxial bleeding and change in anesthetic technique, as well as the establishment of postoperative neurologic evaluation protocols in patients undergoing neuraxial anesthesia can contribute for prevention of severe neurologic sequelae.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Los hematomas espinales son raros y acometen el sistema nervioso central. Pueden causar secuelas neurológicas permanentes e incluso la muerte si no se tratan adecuadamente. El diagnóstico y el tratamiento precoces son elementos fundamentales para el buen pronóstico neurológico. El objetivo de este trabajo fue despertar en el anestesiólogo una mayor sensibilidad hacia el diagnóstico y el tratamiento precoces de los hematomas espinales, además de perfeccionar su prevención. RELATO DE LOS CASOS: Caso 1: Paciente que fue sometido a la anestesia epidural lumbar para la realización de la revascularización femoro-poplítea. Estaba usando ácido acetilsalicílico, clopidogrel y enoxaparina, medicamentos que fueron suspendidos antes de la operación. El paciente evolucionó con paraplejia en el postoperatorio inmediato. Se realizó la descompresión neuro-quirúrgica posterior al diagnóstico, pero sin la recuperación del cuadro a largo plazo. Caso 2: Paciente que fue sometido a la anestesia epidural lumbar para la osteotomía en la rodilla derecha, sin intercurrencias. El paciente no presentó quejas neurológicas durante aproximadamente 48 horas, cuando inició el cuadro de retención urinaria, dolor en el miembro inferior derecho, parestesias y dificultad para mover los pies. Se realizó la resonancia nuclear magnética, que arrojó hematoma epidural lumbar, siendo realizada la descompresión quirúrgica inmediata. Después de 10 meses de rehabilitación, se verificó una recuperación neurológica completa. CONCLUSIONES: Los casos clínicos presentados aquí, arrojaron diferentes desenlaces, destacando la importancia del diagnóstico y del tratamiento precoces para una buena evolución del cuadro clínico. El diagnóstico por la resonancia nuclear magnética, con la rápida descompresión inmediatamente después de las primeras manifestaciones clínicas, permanece como un tratamiento estándar. La identificación de los pacientes de riesgo para sangramientos neuroaxiales...