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1.
Semina cienc. biol. saude ; 43(1): 51-74, jan./jun. 2022. ilus, tab
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1354417

RESUMO

A educação médica passou por transformações constantes ao longo da História e no Brasil assume características específicas. Recentemente, entre outros aspectos, têm-se debatido sobre a importância da variedade de cenários de ensino e de uma abordagem integral e generalista para o desenho de um perfil de egresso mais próximo às necessidades de saúde da população. Este estudo apresenta uma avaliação qualitativa e quantitativa da experiência de acadêmicos de Medicina, professores e profissionais de saúde envolvidos no internato médico rural em Medicina de Família e Comunidade da Universidade de Caxias do Sul, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Perfis dos participantes, motivadores de estágio, influências sobre opções de trabalho futuro, impacto nas equipes de saúde e aspectos positivos e negativos da experiência são apresentados e discutidos à luz da literatura internacional no tema. O internato rural aparece como uma experiência positiva na formação médica, com potencial agregador qualitativo para os envolvidos e influência na opção futura de trabalho, ajudando a reduzir a defasagem de recursos humanos em áreas rurais. O diálogo entre as comunidades, equipes de saúde, universidade e gestores locais é essencial para a superação dos desafios cotidianos e para a manutenção das atividades, assim como o suporte institucional aos alunos e qualificação do corpo docente. Sugestões de futuras linhas de pesquisa na área são apresentadas.


Medical education has undergone constant transformations throughout history and in Brazil it takes on specific characteristics. Recently, among other aspects, there has been debate about the importance of the variety of teaching scenarios and of an integral and generalist approach to the design of an egress profile closer to the population's health needs. This study presents a qualitative and quantitative evaluation of the experience of medical students, professors and health professionals involved in the rural medical internship in Family and Community Medicine at the Universidade de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul state, Brazil. Profile of participants, internship motivators, influences on work options future, impact on health teams and positive and negative aspects of the experience are presented and discussed in the light of international literature on the subject. The rural internship appears as a positive experience in medical training, with qualitative aggregating potential for those involved and influence on the future work option, helping to reduce the gap in human resources in rural areas. Dialogue between communities, health teams, universities and local managers is essential to overcome daily challenges and to maintain activities, as well as institutional support for students and qualification of the teaching staff. Suggestions for future lines of research in the area are presented.


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Saúde , Medicina de Família e Comunidade , Política de Saúde , Internato e Residência , Zona Rural , Pessoal de Saúde , Medicina Comunitária , Educação Médica , Docentes , Saúde da População
2.
Semina cienc. biol. saude ; 42(1): 59-70, jan./jun. 2021. Ilus
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1247929

RESUMO

Um dos desafios das comunidades rurais e remotas é a dificuldade no recrutamento e a retenção de recursos humanos em saúde. A educação médica em áreas rurais é uma das estratégias para enfrentar tal deficiência. No Brasil, há relativamente poucos relatos de experiências de educação médica em áreas rurais, especialmente de duração prolongada, e há necessidade de se avaliar as existentes para contribuir com a formulação de políticas públicas. Este trabalho descreve o estágio rural do internato médico em Medicina de Família e Comunidade (MFC) da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Até agora, durante os treze anos desde seu início, mais de 550 estagiários passaram pelas unidades de saúde de quatro municípios da Serra Gaúcha. Reflexões sobre a experiência para a formação médica e para as políticas de recursos humanos são apresentadas. O estágio rural tem sido importante espaço de diversificação de cenário para educação, reforçando o papel da Atenção Primária à Saúde e da MFC, além de possibilitar a aproximação da Universidade com a comunidade, confirmando sua responsabilidade social. Os resultados contribuem para as estratégias de formação médica e para as políticas de recrutamento e retenção de recursos humanos na saúde para áreas rurais e remotas.(AU)


One of the challenges of rural and remote communities is the difficulty in recruiting and retaining human resources in health. Medical education in rural areas is one of the strategies to tackle this deficiency. In Brazil, there are relatively few reports of medical education experiences in rural areas, especially of long duration, and there is a need to evaluate the existing ones to generate useful reflections for the formulation of public policies. This work describes the medical internship in Family Medicine (FM) at the Universidade de Caxias do Sul (UCS). To date, during the thirteen years since its inception, more than 550 medical students have passed through four municipalities in the Serra Gaúcha. Reflections on the experience about medical training and human resources policies for rural health are presented. The rural internship has been an important space for diversifying the scenario for medical education, reinforcing the role of Primary Health Care and of FM, in addition to making it possible to bring the University closer to the community, confirming its social responsibility. The results of this report contribute to medical training strategies and policies for the recruitment and retention of human resources in health for rural and remote areas.(AU)


Assuntos
Humanos , Universidades , Internato e Residência , Atenção à Saúde , Educação Médica , Medicina de Família e Comunidade
3.
Rev. Bras. Med. Fam. Comunidade (Online) ; 15(42): 2365-2365, 20200210. ilus
Artigo em Português | LILACS, Coleciona SUS | ID: biblio-1099557

RESUMO

Este artigo apresenta a História do Grupo de Trabalho em Medicina Rural da SBMFC, um dos mais ativos grupos de trabalho da SBMFC. São revisados os primeiros passos desde a sua criação e posteriores desenvolvimentos. Um dos principais resultados identificados foi o de ajudar a consolidar a identidade do "MFC rural" e trazer a discussão da saúde das populações rurais para a agenda da saúde, da atenção primária e da medicina de família. Este relato tem também como objetivo auxiliar outros grupos em criação ou já estabelecidos a criar estratégias de fortalecimento de seus trabalhos.


This article presents the History of the SBMFC Working Party on Rural Medicine, one of SBMFC's most active working groups. The first steps since its creation and further developments are reviewed. One of the main results identified was to help consolidate the identity of the "rural family doctor" and bring the discussion of the health of rural populations to the health, primary care and family medicine agenda. This report also aims to assist other groups in creation or already established to create strategies to strengthen their work.


Este artículo presenta la Historia del Grupo de Trabajo de Medicina Rural de SBMFC, uno de los grupos de trabajo más activos de SBMFC. Se revisan los primeros pasos desde su creación y otros desarrollos. Uno de los principales resultados identificados fue ayudar a consolidar la identidad del "MFC rural" y llevar el debate sobre la salud de las poblaciones rurales a la agenda de salud, atención primaria y medicina familiar. Este informe también tiene como objetivo ayudar a otros grupos en la creación o ya establecidos para crear estrategias para fortalecer su trabajo. Descriptores: Salud rural, Medicina Familiar y Comunitaria, Historia de La Medicina.


Assuntos
Saúde da População Rural , Medicina de Família e Comunidade , História da Medicina
4.
Rev. Bras. Med. Fam. Comunidade (Online) ; 15(42): [2349], 20200210. ilus, tab
Artigo em Inglês | LILACS, Coleciona SUS | ID: biblio-1117122

RESUMO

Introduction: Community engagement in health research potentially benefits researchers, institutions and local people. Objective: This work reviews health journal policies looking for local authorship instructions, and clear specific recommendations on ethic issues for rural, remote or communities from low and middle income countries research publications. Methods: A research at National Library of Medicine, CAPES and Embase identified 37 journals related to rural health. A review of all instructions to authors were conducted independently by two authors, looking for any mention of local co-authorship or how to relate to local communities in the publication guidelines of the included journals. Results: Eleven [n=11] journals fit the inclusion criteria and just one [n=1] had any instruction or ethic concern about local authorship on the author's instructions. Most journals are from high income countries. Although the care in rural areas are more concentrated in Primary Care the journals were varied in its scope. Only four journals include in its description and scope primary care, general practice or family medicine. Conclusions: Authorship and publication policies should include specific and clear ethical recommendations related to community engagement in all major scientific communication vehicles. This should stimulate local participation through clear guidance to authors as a way of promoting a more inclusive, active and horizontal relationship between researchers and communities.


Introdução: O envolvimento da comunidade na pesquisa em saúde beneficia potencialmente pesquisadores, instituições e pessoas locais. Objetivo: Este trabalho analisa as políticas de periódicos de saúde em busca de instruções de autoria local e recomendações específicas claras sobre questões éticas para pesquisas em comunidades de áreas rurais ou remotas de países de baixa e média renda. Métodos: Uma pesquisa na Biblioteca Nacional de Medicina, CAPES e Embase identificou 37 periódicos relacionados à saúde rural. Uma revisão de todas as instruções aos autores foi conduzida de forma independente por dois autores, procurando qualquer menção à coautoria local ou como se relacionar com as comunidades locais nas diretrizes de publicação dos periódicos incluídos. Resultados: Onze [n=11] periódicos se enquadram nos critérios de inclusão e apenas um [n=1] teve alguma instrução ou preocupação ética com a autoria local nas instruções aos autores. A maioria dos periódicos é de países de alta renda. Embora os cuidados em saúde nas áreas rurais sejam mais concentrados na Atenção Primária, os periódicos foram variados em seu escopo. Apenas quatro revistas incluem em sua descrição e escopo cuidados primários, clínica geral ou medicina de família. Conclusões: As políticas de autoria e publicação deveriam incluir recomendações éticas específicas e claras relacionadas ao envolvimento da comunidade em todos os principais veículos de comunicação científica. Isso deve estimular a participação local por meio de orientações claras aos autores, como forma de promover um relacionamento mais inclusivo, ativo e horizontal entre pesquisadores e comunidades.


Introducción: La participación de la comunidad en la investigación en salud potencialmente beneficia a investigadores, instituciones y personas locales. Objetivo: Este documento analiza las políticas de las revistas de salud en busca de instrucciones de autores locales y recomendaciones claras y específicas sobre cuestiones éticas para la investigación en comunidades en áreas rurales o remotas de países de ingresos bajos y medianos. Método: Una encuesta en la Biblioteca Nacional de Medicina, CAPES y Embase identificó 37 revistas relacionadas con la salud rural. Dos autores realizaron una revisión de todas las instrucciones para los autores de forma independiente, buscando cualquier mención de coautoría local o cómo relacionarse con las comunidades locales en las pautas de publicación de las revistas incluidas. Resultados: Once [n = 11] revistas cumplieron con los criterios de inclusión y solo una [n = 1] tuvo alguna instrucción o preocupación ética con la autoría local en las Instrucciones para los autores. La mayoría de las revistas son de países de altos ingresos. Si bien la atención médica en las zonas rurales está más concentrada en la atención primaria, el alcance de las revistas fue variado. Solo cuatro revistas incluyen atención primaria, medicina general o medicina familiar en su descripción y alcance. Conclusiones: Las políticas de autoría y publicación deberían incluir recomendaciones éticas específicas y claras relacionadas con la participación de la comunidad en todos los principales vehículos de comunicación científica. Esto debe alentar la participación local a través de directrices claras para los autores, como una forma de promover una relación más inclusiva, activa y horizontal entre investigadores y comunidades.


Assuntos
Zona Rural , Saúde da População Rural , Políticas Editoriais , Autoria na Publicação Científica
5.
Rev. bras. med. fam. comunidade ; 13(40): 1-4, jan.-dez. 2018.
Artigo em Inglês | LILACS | ID: biblio-883412

RESUMO

The gap between health needs and the training of human resources for health is much more evident in rural areas. In Brazil, a country of continental dimensions, these differences become more challenging. The diversity of geographical and administrative barriers to access makes the health indicators of rural and remote populations worse than those of the urban population. Family Medicine could address the social determinants of health through the provision of human services and play an important role in low-income rural residents' health status. This essay is an urgent call for the debate on models for projecting heath workforce supply and requirements for rural areas in Brazil.(AU)


La brecha entre las necesidades de salud y la capacitación de los recursos humanos para la salud es mucho más evidente en las zonas rurales. En Brasil, un país de dimensiones continentales, estas diferencias se vuelven más desafiantes. La diversidad de las barreras geográficas y administrativas de acceso hace que los indicadores de salud de las poblaciones rurales y remotas sean peores que los de la población urbana. La Medicina Familiar podría abordar los determinantes sociales de la salud a través de la provisión de servicios humanos y desempeñar un papel importante en el estado de salud de los residentes rurales de bajos ingresos. Este ensayo es un llamado urgente para el debate sobre los modelos para proyectar el suministro de mano de obra de salud y los requisitos para las áreas rurales en Brasil.(AU)


A discrepância entre as necessidades de saúde e o treinamento de recursos humanos para a saúde é muito mais evidente nas áreas rurais. No Brasil, um país de dimensões continentais, essas diferenças se tornam mais desafiadoras. A diversidade das barreiras geográficas e administrativas de acesso torna os indicadores de saúde das populações rurais e remotas piores que os da população urbana. A medicina de família e comunidade pode abordar os determinantes sociais da saúde por meio da prestação de serviços humanos e desempenhar um papel importante no estado de saúde dos residentes rurais de baixa renda. Este ensaio é um apelo urgente para o debate sobre as necessidades das áreas rurais no Brasil e os modelos de projeção para o provimento de força de trabalho de saúde nesses cenários.(AU)


Assuntos
Saúde da População Rural , Educação Médica , Medicina de Família e Comunidade , Mão de Obra em Saúde , Brasil , Programas Nacionais de Saúde
7.
Rev. Bras. Med. Fam. Comunidade (Online) ; 9(32): 233-234, jul./set. 2014.
Artigo em Português | Coleciona SUS | ID: biblio-879239

RESUMO

Ao longo do último ano, com o Projeto Mais Médicos para o Brasil (PMMB), ganhou força a discussão sobre o provimento de médicos para a atenção primária brasileira. O debate vem sendo acirrado, permeado por discussões ideológicas, e frequentemente se desviando de uma análise cientificamente embasada dos temas em questão. Um dos poucos pontos consensuais é que a distribuição de médicos nas diferentes regiões do Brasil é muito desigual,1,2 contribuindo para o que vem sendo denominado defasagem rural-urbana. Mesmo enfrentando forte oposição, especialmente das entidades médicas,3 o PMMB foi em frente, contando atualmente com mais de 14 mil profissionais, de diferentes nacionalidades, dos quais cerca de 11 mil são cubanos. Esses médicos estão distribuídos em 3,8 mil municípios e 33 distritos de saúde indígena,4 todos teoricamente trabalhando na Estratégia Saúde da Família, ou seja, atuando na porta de entrada do sistema de saúde. Esse projeto constitui hoje a principal política pública de provimento de recursos humanos para parcela significativa da população brasileira e é a primeira etapa, atualmente a mais visível, de um programa mais amplo de reformulação da força de trabalho médica no país, denominado Programa Mais Médicos,5 a maior parte do qual está em construção. Embora o alcance dessa iniciativa seja inegável, deve-se destacar a preocupação quanto à sua sustentabilidade a longo prazo, que dependerá do sucesso dos demais componentes do programa e da superação das deficiências do PMMB. Uma das principais deficiências é que esse projeto prevê a contratação do médico por um período de três anos,5 sem estarem definidas estratégias claras para sua fixação ou substituição por outro profissional que irá permanecer na mesma comunidade por um tempo maior. Pelo contrário, a partir do momento em que o gestor municipal fica desobrigado ao pagamento dos salários, devendo apenas oferecer uma contrapartida de moradia e alimentação, constrói-se uma grande dependência dos municípios sobre o programa, o que pode ser extremamente destrutivo para o processo de estruturação de sistemas de saúde locais. De fato, tem havido relatos de demissão de médicos para dar lugar a esses médicos novos temporários,6 mesmo isso estando contra as regras do programa.5. Por esse motivo, o consenso internacional é de que, paralelamente a estratégias de curto prazo para provimento de profissionais médicos, deveriam ser implementadas medidas de médio e longo prazo, multifacetadas e focadas na retenção dos profissionais.7 Deveria-se também investir na construção de um sistema de saúde forte, regionalizado e alicerçado nos atributos da atenção primária: primeiro contato, longitudinalidade, integralidade e coordenação do cuidado.8 Os interesses imediatistas de provimento não podem conflitar com a necessidade a longo prazo de fixação de profissionais e de integração destes em um sistema de saúde bem estruturado. Os incentivos para a estruturação a longo prazo do sistema de saúde local deveriam parecer aos gestores municipais mais atraentes do que o pagamento pelo governo federal de bolsas para os profissionais temporários do PMMB. Um componente fundamental de uma política de estruturação de sistemas de saúde para áreas rurais e remotas é a formação de recursos humanos capacitados para atuarem nessas regiões. Isso envolve a reorganização dos currículos médicos e a descentralização da formação em saúde, juntamente com medidas para facilitar o acesso de estudantes do interior aos cursos de medicina.7 O padrão-ouro para a formação pós-graduada de médicos para a atenção primária de áreas rurais e remotas é o treinamento em programas de residência em Medicina de Família e Comunidade, que os capacita para serem resolutivos no manejo dos problemas mais frequentes vistos nos territórios em que atuam, inclusive nas regiões rurais, bem como para prestarem cuidado continuado às populações que habitam nesses territórios. Para debater esses e outros importantes assuntos ligados à saúde das populações rurais, foi realizada este ano, em Gramado, a 12ª Conferência Mundial de Saúde Rural, que reuniu mais de 700 participantes de mais de 20 países, incluindo autoridades mundiais nesse tema. Durante a conferência, foi elaborada a Declaração de Gramado, que está sendo publicada neste número da Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade9, e que propõe recomendações sobre como melhorar a saúde rural por meio da organização de sistemas de saúde e sobre como estruturar políticas de recursos humanos para atuarem nesses sistemas. Essas recomendações, se incorporadas no desenho das políticas para provimento e fixação de médicos no Brasil, têm grande potencial de contribuir para superar a defasagem rural-urbana e propiciar cuidados de saúde de qualidade para a população que mora em áreas rurais e remotas.


Assuntos
Médicos , Atenção Primária à Saúde , Zona Rural , Medicina Selvagem
8.
Rev. Bras. Med. Fam. Comunidade (Online) ; 9(32): 292-294, jul./set. 2014.
Artigo em Português | Coleciona SUS | ID: biblio-879249

RESUMO

Nós, aqui reunidos na XII Conferência Mundial de Saúde Rural da Wonca / IV Congresso Sulbrasileiro de Medicina de Família e Comunidade, declaramos como reflexão e recomendação para a saúde das populações rurais, em particular para os países em desenvolvimento, o que segue. Sistemas de saúde para uma melhor saúde rural A saúde rural não pode ser pensada separadamente do desenvolvimento do sistema de saúde. Pessoas de países em desenvolvimento merecem um uso racional e eficiente dos recursos disponíveis para gastos de saúde a fim de se otimizarem os resultados e a satisfação com os serviços. O aprimoramento da saúde rural deve estar associado a uma forte orientação do sistema de saúde para atenção primária à saúde1 e orientação para as reais necessidades das comunidades. Cobertura de saúde universal com equidade nos sistemas de saúde deve ser uma prioridade global2,3 Longitudinalidade e atenção integral devem ser constantemente alvo das políticas de saúde. Cuidado centrado na comunidade com competência cultural deve ser o princípio de todas as políticas de sistema de saúde. Hospitais e unidades de saúde rurais devem estar adequadamente vinculados a uma rede de saúde constantemente avaliada, e esta rede vinculada aos serviços mais especializados por meio de fluxos estabelecidos de comunicação, regulação e transporte. Envolvimento com a comunidade em todos os níveis das decisões deve ser encorajado para todos os sistemas de saúde. "Rural Proofing" implica "pensar no rural", consultar as comunidades rurais com a revisão de evidências rurais, desenvolver soluções rurais que são postas em prática, assim como monitorar, reavaliando continuamente e agindo em resposta a um ambiente em mudança.4 "Rural Proofing" deve ser centrado na pessoa e derivado por meio da lente do conhecimento contextualizado rural. É declaração do Wonca Working Party on Rural Practice (WWPRP) que Rural Proofing deve ser um aspecto rotineiro da aprovação e implementação das políticas. O WWPRP vai procurar desenvolver uma abordagem para ferramentas de Rural Proofing que abranja os princípios de melhoria da saúde para todas as pessoas rurais com uma apresentação do progresso dos resultados em 2015, na 13a Conferência Mundial de Saúde Rural da WONCA. Estratégias para o desenvolvimento profissional contínuo devem envolver tecnologias de suporte remoto e formação. As iniciativas de sucesso de treinamento em serviços de medicina de família já existentes devem ser exploradas. Competências desejáveis para a prática rural devem ser definidas e adicionadas de forma adaptada às diferentes realidades locais e necessidades. Devem-se qualificar e corresponsabilizar os gestores de saúde para a adoção de políticas orientadas pelo uso culturalmente apropriado das melhores evidências disponíveis. A necessidade de discussão das particularidades da saúde rural e da prática profissional é essencial. No entanto, a busca excessiva de definições muito estritas pode não ser útil para a implementação de políticas que realmente impactem a saúde dessas populações.5 Categorias intermediárias geradas pelo conceito de rururbano6,7 são fundamentais para estimular o intercâmbio de conhecimentos de medicina rural diante da enorme complexidade das situações sociais contemporâneas. Entende-se aqui rururbano como "um processo de desenvolvimento socioeconômico que combina, em termos de forma e conteúdo, uma única vivência regional e nacional. Ela representa uma rejeição à absoluta urbanização e, ao mesmo tempo, à idealização de camponeses vivendo arcaicamente em espaço rurais."6 O conceito também é utilizado para discutir a complexidade da definição de rural/urbano na legislação brasileira por outros autores, ao constatar-se que quase 15% da população nacional não se encaixam claramente em nenhuma das categorias isoladamente.7 O estabelecimento de um sistema de saúde, o que especificamente inclui a preocupação com a saúde das populações rurais, implica estabelecer redes de cooperação eficazes entre comunidades, educação e instituições de pesquisa, serviços de saúde e de gestão. Reconhecemos o trabalho realizado anteriormente nos fóruns rurais de Cartagena, Santa Fé e Montevidéu como importantes para o desenvolvimento da saúde rural na América Latina. Recursos humanos para a Saúde Rural A má distribuição e escassez de recursos humanos são muitas vezes maiores e mais graves nos países em desenvolvimento, e as soluções para este problema devem ser idealmente trabalhadas de forma conjunta por políticas de retenção e de qualidade, respeitando-se as recomendações internacionais8 e acordos para a migração internacional ética.9,10 O melhor perfil a ser alcançado por meio de políticas de alta prioridade para otimizar a saúde rural é o de pós-graduado em medicina de família. Em países em desenvolvimento, muitas vezes serão exigidos tempo e recursos para estimular a formação deste perfil, mas no médio e longo prazo, isto é custo-efetivo.1 Programas de residência devem ser a estratégia de padrão-ouro para este objetivo. Condições devem ser criadas para aumentar o número de vagas, sua descentralização e a garantia de uma quantidade adequada de bolsas de estudos para que os profissionais de saúde não sejam desviados para outras áreas nem entrem diretamente no mercado de trabalho. Outras maneiras de alcançar mais rapidamente o número necessário de profissionais devem preservar as diferenças entre esses modelos e valorar diferentemente profissionais com uma formação mais completa. Um escopo mais amplo de habilidades e conhecimentos deve ser incluído em uma formação estendida para esses profissionais. Em locais onde já há programas de medicina de família, períodos adicionais com conteúdo rural devem ser criados, ou seja, com conteúdos especiais ligados à realidade local, podendo incluir cirurgia, habilidades e conhecimentos de obstetrícia, atendimento de emergência, pediatria, etc. Políticas de migração, serviços obrigatórios, recrutamentos temporários sem estratégias de retenção devem ser estratégias excepcionais e não devem ser as principais políticas de nenhum país. Descentralização rural da formação, políticas para estimular os alunos advindos de áreas rurais, melhoramentos na qualidade do trabalho, de vida e de pagamento, incluindo programas de carreira profissional devem ser parte de políticas multifatoriais para retenção. Migração de profissionais internacionais deve sempre respeitar as legislações nacionais e as recomendações internacionais. Trabalhadores de saúde rural que vivem e trabalham em zonas rurais devem ser valorizados e sua situação sempre deve ser comparada com as novas políticas para evitar prejuízo destes. A exposição dos alunos de todas profissões da área da saúde deve incluir todos os possíveis cenários de prática profissional, incluindo rural e rururbanas, e deve ser planejada longitudinalmente sempre que possível. A formação necessariamente deve ser direcionada para as necessidades locais. As competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) de medicina de família rural devem ser parte da formação de graduação. Unidades de cuidados de ensino nas áreas rurais são o cenário adequado para a formação de saúde rural e capacitação.


Assuntos
Saúde da População Rural , Recursos Humanos
12.
Rev. bras. med. fam. comunidade ; 1(4): 141-151, 17.set.2006. ilus
Artigo em Português | Coleciona SUS | ID: biblio-878240

RESUMO

A avaliação da pressão arterial integra a prática semiológica de médicos e a rotina dos cuidados de enfermagem. Recentemente, essa ação ressurgiu em nosso país como polêmica assim que se cogitou a possibilidade de uma nova categoria profissional inserida profundamente nas comunidades, a dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), praticá-la. Tanto as vantagens alegadas quanto as críticas são analisadas, bem como revisada a literatura sobre o tema. Detectou-se forte demanda populacional para que essa prática fosse implantada, inclusive nos conselhos municipal e local de saúde.Geraram-se dados que avaliam o treinamento de ACS para realizar medidas de pressão arterial e atividades educacionais nos domicílios com a criação e aplicação de um protocolo específico, tendo como resultados: a reprodutibilidade da técnica, o número de usuários que nunca tenham medido pressão arterial antes, o número de medidas consideradas limítrofes e altas, o número de hipertensos mal controlados e a adesão dos usuários às orientações das ACS.


The evaluation of blood pressure integrates the semiologic practice of physicians and the routine of nursing care. Recently, this action has resurfaced in our country as a polemic once the possibility of a new professional category inserted deeply in the communities, the Community Health Agents (ACS), has been practiced. Both the alleged advantages and the criticisms are analyzed, as well as the literature on the subject. Strong population demand was detected for this practice to be implemented, including in the municipal and local health councils. Data were obtained that evaluate the training of ACS to carry out measurements of blood pressure and educational activities in the homes with the creation and application of a The results were: reproducibility of the technique, number of users who had never measured blood pressure before, number of measures considered borderline and high, number of poorly controlled hypertensive patients, and adherence to ACS guidelines.


La evaluación de la presión arterial integra la práctica semiológica de médicos y la rutina de los cuidados de enfermería. Recientemente, esa acción resurgió en nuestro país como polémica así que se planteó la posibilidad de una nueva categoría profesional insertada profundamente en las comunidades, la de los Agentes Comunitarios de Salud (ACS), practicarla. Tanto las ventajas alegadas como las críticas son analizadas, así como revisada la literatura sobre el tema. Se detectó una fuerte demanda poblacional para que esa práctica fuera implantada, incluso en los consejos municipales y locales de salud. Se recibieron datos que evalúan el entrenamiento de ACS para realizar medidas de presión arterial y actividades educativas en los domicilios con la creación y aplicación de un programa el protocolo específico, teniendo como resultados: la reproducibilidad de la técnica, el número de usuarios que nunca han medido presión arterial antes, el número de medidas consideradas limítrofes y altas, el número de hipertensos mal controlados y la adhesión de los usuarios a las orientaciones de las ACS.


Assuntos
Atenção Primária à Saúde , Agentes Comunitários de Saúde , Hipertensão
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