RESUMO
Thirty two children and adolescents from 14 to 20 years of age, suffering from hepatosplenic schistosomiasis mansoni and bleeding esophageal varicose veins, were evaluated for bone mineral density (BMD), before undergoing medical and surgical treatment. The surgical protocol was splenectomy, autoimplantation of spleen tissue into a pouch of the major omentum and ligature of the left gastric vein. Follow up of these patients ranges from one to ten years with a mean of five years. The BMD was measured at the lumbar spine (L2 - L4) through the dual energy absorptionmetry X-ray (DEXA), using a LUNAR DPX-L densitometer. The degree of Symmers´ fibrosis was assessed by semiautomatic hystomorphometry. In eleven patients, the serum magnesium was measured before an intravenous overload of this ion and subsequently after eight and twenty four hours. Urine was collected 24 hours before and 24 hours after the magnesium overload. Deficiency of magnesium was considered when the uptake of this ion was greater than 40%. There was a significant trend of association between the status of bone mineral content and the Symmers´ fibrosis degree (c² = 6.606 R = 0.01017). There was also a moderate agreement between the greater fibrosis densities ( > the mean percentage) and bone mineral deficits. Although the normal bone mineral content was more found among the patients with better hepatic functional reserve, the results did not reach statistical significance. There was a marked magnesium retention (>95%) in one patient who had severe osteoporosis and a slight depletion ( 5%) in another patient, who presented no bone mineral deficit. It was concluded that the patients included in this series, showed an important BMD deficit, specially among the females which has had a significant improvement after medical and surgical treatment. Bone mineral deficit was associated with the degree of Symmers´ fibrosis. Magnesium depletion was present in two out of eleven patients. It is speculated that magnesium supplementation may be warranted to forestall the progression of bone mineral deficit in patients with more impaired hepatic functional reserve.
Trinta e duas crianças e adolescentes, de 14 a 20 anos de idade, portadores de esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica e varizes sangrentas do esôfago, foram avaliadas para conteúdo mineral ósseo (BMD), antes de serem submetidas a tratamento clínico-cirúrgico. O protocolo cirúrgico constou de esplenectomia, ligadura da veia gástrica esquerda e autoimplante de tecido esplênico em bolsa no omento maior. O seguimento pós-operatório desses pacientes varia entre um e dez anos, com uma média de cinco anos. O BMD foi medido na vértebra lombar (L2-l4), através de aparelho de raio-X de dupla absorção e energia (DEXA), usando um densitômetro modelo LUNAR DPX-L. O grau de fibrose de Symmers foi avaliado por histomorfometria semi-automática. Em onze pacientes, o magnésio sérico foi medido antes e subseqüentemente oito e vinte e quatro horas após infusão desse íon. A deficiência de magnésio foi considerada quando a retenção desse íon fosse maior que 40%. Houve uma tendência à associação entre o padrão do conteúdo mineral ósseo e o grau da fibrose de Symmers (c² = 6,606 R = 0,01017). Houve ainda uma moderada concordância entre o maior grau de densidade fibrótica (acima da percentagem média) e o déficit mineral ósseo. Embora o conteúdo mineral ósseo normal estivesse mais evidente entre os pacientes com melhor reserva funcional hepática, os resultados não alcançaram significação estatística. Houve uma acentuada retenção de magnésio infundido (>95%) em uma paciente que tinha osteoporose e uma retenção desse íon discretamente acima de 40% em um paciente que não apresentava déficit conteúdo mineral ósseo. Em conclusão, os pacientes incluídos nesta série mostravam um importante déficit de BMD, especialmente entre as meninas, que obtiveram melhora significativa após tratamento clínico e cirúrgico. O déficit mineral ósseo desses pacientes estava associado ao grau de fibrose de Symmers. Depleção de magnésio esteve presente em dois de onze desses pacientes. Pode-se especular que a suplementação de magnésio possa ser útil para deter a progressão do déficit do conteúdo mineral ósseo nos pacientes com reserva funcional hepática mais comprometida.
RESUMO
Twenty eight children and adolescents from 7 to 19 years of age, suffering from hepatosplenic mansonic schistosomiasis and bleeding esophageal varices were evaluated for bone mineral density (BMD), before undergoing medical and surgical treatment. The surgical protocol was splenectomy, autoimplantation of spleen tissue into a pouch of the greater omentum and ligature of the left gastric vein. Twenty one patients were evaluated after a follow up from two to nine years post surgical treatment. The BMD was measured at the lumbar spine (L2 - L4) through the dual energy absorptionmetry X-ray (DEXA), using a LUNAR DPX-L densitometer. Preoperatively, all patients showed deficit of the BMD varying from 1 to 7.07 standard deviations (Mean FONT FACE="Symbol">± /FONT> SEM - 2.64 FONT FACE="Symbol">± /FONT> 0.28), considering the mean line of the control curve for healthy children accepted as normal. The BMD deficit was more evident among the females than the males. After treatment there was a significant increment ( FONT FACE="Symbol">C /FONT>2 = 9.19 - p =0.01) of the BMD and 29% of the patients (six out of twenty one) were considered without bone mineral deficit. It was concluded that the patients included in this series, who suffer from hepatosplenic mansonic schistosomiasis, showed an important BMD deficit, specially among the females which has had a significant improvement after medical and surgical treatment.
Vinte e oito crianças e adolescentes de 7 a 19 anos, portadoras de hepatoesplenomegalia esquistossomótica e varizes sangrantes do esôfago foram avaliadas quanto ao conteúdo mineral ósseo (BMD), antes de serem submetidas a tratamento clínico e cirúrgico. O protocolo cirúrgico consistia de esplenectomia, auto-implante esplênico no omento maior e ligadura da veia gástrica esquerda. Vinte e um pacientes foram avaliados após seguimento pós-operatório de dois a nove anos. O BMD foi medido nas vértebras lombares (L2 - L4) através do método de "Dual energy absorptionmetry X-ray (DEXA)", usando um densitômetro LUNAR DPX-L. No pré-operatório todos os pacientes evidenciavam déficit do BMD variando de 1 a 7,07 desvios padrão (Média FONT FACE="Symbol">± /FONT> Erro Padrão da Média - 2,64 FONT FACE="Symbol">± /FONT> 0,28), considerando a linha média da curva de controle para os indivíduos sadios aceitos como normais. O déficit de BMD foi maior nas pacientes do sexo feminino do que as do sexo masculino. Após tratamento, houve um incremento significativo ( FONT FACE="Symbol">C /FONT> 2 = 9,19 - p =0,01 ) do BMD e 29% dos pacientes (seis em vinte e um) foram considerados sem déficit do conteúdo mineral ósseo. Pode-se concluir que os pacientes incluídos nesta série, que sofriam de esquistossomose mansônica hepatoesplênica evidenciavam um importante déficit do BMD, especialmente entre as pacientes do sexo feminino, os quais tiveram uma melhora significativa após tratamento clínico e cirúrgico.