RESUMO
O setor bancário sofre mudanças importantes desde a reestruturação produtiva na década de90, implicando redução significativa no contingente de trabalhadores e transformações na or-ganização do trabalho. Estas contingências impactam na saúde mental do bancário, sendo re-levante investigar os mecanismos de mediação e defesa do sofrimento utilizados pelostrabalhadores diante deste contexto. Esta pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa, foirealizada por meio de entrevistas com bancários de instituição privada de atuação nacional,submetidas à análise de conteúdo. A investigação identificou os efeitos da organização dotrabalho, onde as premissas da gestão geram importante individualização do trabalho, pois obancário é tensionado pela pressão da meta e pela necessidade de reconhecimento. Há mobi-lização subjetiva no sentido de tentar mediar o sofrimento decorrente da dinâmica do traba-lho, como evidenciado na superficialidade afetiva e no isolamento que busca dar conta dademanda de atribuições imposta, o que se reflete na condição de atendimento aos clientes.Dentre as estratégias de mediação presentes nas experiências dos participantes estão a coo-peração, a inteligência prática e a transgressão; como mecanismos de defesa, foram identifi-cados o cinismo viril, a insensibilidade afetiva, o isolamento e o adoecimento psíquico(AU)