RESUMO
ABSTRACT The treatment of cryptogenic stroke patients with a patent foramen ovale (PFO) is controversial. A critical review of these studies is presented. Methods A description of all trials comparing medical and endovascular treatment with closing devices is given. Additional pertinent studies are discussed to help construct a rational basis for treatment decisions. Results Initial negative trials evaluating PFO closure were followed by positive studies published in 2017 and 2018. All trials evaluated young patients (up to 60 years). Methodological problems are present in all trials including their open label construction. Most positive trials developed strategies to increase the percentage of patients with interatrial septal aneurysms or hypermobility and large right-to-left shunts. Even in these positive trials, large numbers of patients need to be treated to avoid one stroke. Atrial fibrillation occurred in 2-6% and other adverse effects related to the procedure and to the devices occurred in a substantial number of patients. Incomplete occlusion of the PFO is also frequent. Anticoagulant treatment has not been adequately studied as a therapeutic option. Conclusion Young patients with cryptogenic strokes seem to benefit from endovascular closure of a PFO in the presence of a large right-to-left shunt or an associated atrial septum aneurysm. For most other patients, a highly-individualized decision must be made, taking into account the low risk of recurrence in patients with a cryptogenic stroke attributable to a PFO, the high numbers needed to treat and the risks related to the procedure.
RESUMO O tratamento de pacientes com infarto cerebral criptogênico e forame oval patente (FOP) é controverso. Uma revisão crítica destes estudos é apresentada. Métodos São descritos em detalhes os estudos comparando tratamento médico com o uso de próteses de oclusão do FOP após infarto cerebral. Discutem-se outros estudos pertinentes para ajudar na tomada racional de decisões terapêuticas individualizadas. Resultados Estudos iniciais avaliando fechamento endovascular com próteses foram negativos, porém seguidos de outros estudos com resultados positivos em 2017 e 2018. Somente pacientes até 60 anos foram estudados. Os estudos apresentam vários problemas metodológicos, incluindo sua natureza aberta. A maioria dos estudos positivos desenvolveu estratégias para aumentar o percentual de pacientes com risco aumentado de recorrência, especificamente grandes shunts direita-esquerda e aneurismas/hipermobilidade do septo interatrial. Mesmo estes estudos positivos revelaram um alto NNT (número de pacientes tratados para evitar um evento de desfecho). Fibrilação atrial ocorreu em 2-6 % dos pacientes tratados. Outras complicações relacionadas ao procedimento e às endopróteses e ainda fechamento incompleto do FOP foram também frequentes. Anticoagulantes poderiam constituir estratégia alternativa de tratamento clínico, mas não foram adequadamente estudados. Conclusão Pacientes jovens com infartos criptogênicos parecem beneficiar-se de oclusão endovascular do FOP na presença de grandes shunts e principalmente aneurismas ou hipermobilidade de septo interatrial. Para a maioria dos outros pacientes, uma decisão altamente individualizada deve ser tomada, considerando o baixo risco de recorrência dos infartos atribuíveis ao FOP, o ato NNT e os riscos inerentes ao procedimento.