RESUMO
Este artigo trata da relação dinâmica da unicidade mãe-bebê, que vivencia todos os cuidados maternos e experiencia múltiplas sensações ofertadas pela preocupação materna primária. O momento inicial de ambiência satisfatória se distingue dos demais, pelo abandono quase total do narcisismo materno, em função da identificação com o bebê, tornando-se, assim, uma mãe suficientemente boa. Neste trabalho, a percepção do corpo e das vivências corporais se relacionam à constituição do psiquismo na fase primária infantil. As experiências do corpo, neste universo de sensações, e o desenvolvimento emocional se fundam à abordagem do diálogo tônico nas tensões emocionais. A teoria de Winnicott, que pinça o cuidado materno sempre que perceptualmente o bebê é pinçado, seja na capacidade perceptual auditiva ou visual, particulariza uma vivência de unidade, com uma dependência absoluta do bebê pelos cuidados da mãe. Estes primados são condições essenciais para os estados de tensão e relaxamento tônicos, em momentos alternados de necessidade e satisfação. Os estados de excitação e tranquilidade do bebê são expressos pela tensão tônica e este tipo de linguagem corporal é especialmente vivenciado pelo infante durante a maternagem, sendo um facilitador da personalização desse sujeito que já existe no mundo.
This article deals with the dynamic relationship of the mother-baby unity, which experiences all maternal care and experiences multiple sensations offered by the primary maternal concern. The initial moment of satisfactory ambience is distinguished from the others by the almost total abandonment of maternal narcissism due to identification with the baby, thus making a mother good enough. In this work, the perception of the body and bodily experiences are related to the constitution of the psyche at this stage. The body's experiences in this universe of sensations and the emotional development at this stage are based on the approach of tonic dialogue in emotional tensions. Winnicott's theory that grasps maternal care whenever the baby is perceptually grasped, whether in the auditory or visual perceptual capacity, we have there, an experience of unity, with an almost absolute dependence of the baby on the mother's care. These cares are essential conditions for tonic states of tension and relaxation, in alternating moments of need and satisfaction. The baby's states of excitement and tranquility are expressed by tonic tension and this type of body language is especially experienced by the infant during motherhood, being a facilitator of the personalization of this subject that already exists in the world.