RESUMO
Cada avanço de Freud em sua teoria das pulsões resultou em resistências, às vezes em polêmicas e, no melhor dos casos, em debates e controvérsias. As grandes controvérsias que atravessaram a história do pensamento humano não estariam ligadas às mesmas características que definem as pulsões, a satisfação alucinatória da sexualidade infantil transgressiva, a origem sexual do narcisismo com suas vexações resultantes, a qualidade regressiva até alcançar o inorgânico que exige um trabalho psíquico das vivências de perda? Essa regressividade extintiva coloca o traumático no âmago de toda pulsão e nos obriga a conceber um ato fundador, posto sob a égide de um imperativo de inscrição, apto a dar vida às pulsões, a lhes dar corpo, matéria e palavra(AU)
Each step forward Freud took in his theory of the drives, resulted in resistances, sometimes in polemics, leading, at best, to debates and controversies. Wouldn't the great controversies that crossed the history of human thinking be bound to the same characteristics which define drives, the hallucinatory satisfaction of transgressive child sexuality, the sexual origin of narcissism, with its resulting shames, regressivity to the extreme of reaching the inorganic, which require a psychic work to deal with feelings of loss? This extinctive regressivity puts trauma at the core of every drive and forces us to conceive a founding act, placed under the aegis of an imperative inscription, capable of giving life, body, matter and voice to the drives(AU)
Cada progreso de Freud en su teoría de las pulsiones resultó en resistencias, a veces en polémicas y, en lo mejor de los casos, en debates y controversias. ¿Las grandes controversias que atravesaron la historia del pensamiento humano no estarían relacionadas a las mismas características que definen las pulsiones, la satisfacción alucinatoria de la sexualidad infantil transgresiva, el origen sexual del narcisismo con sus vejaciones consiguientes, la calidad regresiva hasta alcanzar lo inorgánico exigiendo un trabajo psíquico de las vivencias de pérdida? Esta regresividad extintiva emplaza a lo traumático en el centro de toda pulsión, y nos obliga a concebir un acto fundador, bajo la égida de un imperativo de inscripción, apto a dar vida a las pulsiones, a darles cuerpo, materia y palabra(AU)
Assuntos
Impulso (Psicologia) , Psicanálise , Teoria FreudianaRESUMO
Em uma conversa entre dois colegas psicanalistas, compartilha-se uma experiência clínica na qual um deles é tomado de perplexidade causando-lhe verdadeira mutação em sua postura analítica. A partir disso, percorre-se a trajetória de uma discussão sobre o contexto das mutações no qual a perplexidade pode ocorrer, destaca-se a possibilidade do conhecimento derivado da surpresa e da dúvida, bem como leva-se em conta que, para a Psicanálise, a noção de Eu, e do seu saber, está em conjunção com a tensão inerente à dualidade pulsional.
In a conversation between two fellow psychoanalysts, a clinical experience is shared whereby one of them is taken by perplexity, causing a true mutation in the psychoanalyst's attitude in the clinic. From this, there is a discussion on the context of the mutations in which perplexity may occur. The possibility of knowledge derived from surprise and doubt is highlighted, and it is also taken into account that, in Psychoanalysis, the apprehension of 'I', and of its knowledge, is in conjunction with the tension inherent to the drive duality.
En una conversación entre dos colegas psicoanalistas se intercambia una experiencia clínica en la cual uno de ellos se queda perplejo, lo que le causa una verdadera mutación en su postura clínica. A partir de eso se recorre el camino de una discusión sobre el contexto de las mutaciones en el cual puede aparecer la perplejidad, se destaca la posibilidad del conocimiento derivado de la sorpresa y de la duda, así como se tiene en cuenta que para el Psicoanálisis, la noción del Yo y de su saber está en conjunción con la tensión inherente de la dualidad pulsional.
RESUMO
O autor propõe uma reflexão sobre a destrutividade em relação à dualidade pulsional e ao imperativo de inscrição, sob a tutela do qual a psique realiza suas diversas modalidades de trabalho tanto diurno quanto noturno. Esta reflexão se apoia nas contribuições de André Green, principalmente no trabalho do negativo, confrontadas com as proposições de Freud que situam uma negatividade no cerne da pulsionalidade, pela tendência ao retorno a um estado anterior até alcançar o inorgânico, que é próprio de toda pulsão. A destrutividade manifesta-se cada vez que o trabalho psíquico encontra dificuldade em sua realização. Pode-se deduzir que a operação específica de qualquer trabalho psíquico é uma operação de assassinato, fundadora, no melhor dos casos, da vida psíquica e da cultura, mas que pode também contribuir para todos os destinos funestos e mortíferos constitutivos da psicopatologia.
The author proposes a reflection on destructiveness in regard to instinct duality and the imperative of inscription, under the protection of which psyche performs its many working modalities at day as well as night time. Such reflections are supported in the contributions by André Green, specially on the work of the negative, compared to Freuds proposals that place a negativeness at the core of instinct, due to the tendency to go back to a previous state until reaching the inorganic, pertinent to every instinct. Destructiveness manifests itself each time the work of psyche meets hindrances. One may deduct that the specific operation of any psyche work is an operation of murdering, foundational, in the best situations, of psychic life and culture, but that may also contribute for every gloomy and mortiferous destination that constitute psychopathology.
El autor propone una reflexión sobre la destructividad en relación a la dualidad pulsional y al imperativo de inscripción, bajo cuya tutela la psiquis realiza sus distintas modalidades de trabajo tanto diurno como nocturno. Esta reflexión se apoya en los aportes de André Green, principalmente en el trabajo de lo negativo, confrontados a las proposiciones de Freud que sitúan una negatividad en el cerne de la pulsionalidad, por la tendencia al retorno a un estado anterior hasta alcanzar a lo inorgánico que es lo propio de toda pulsión. La destructividad se manifiesta cada vez que el trabajo psíquico encuentra dificultad para su realización. Se puede deducir que la operación específica de cualquier trabajo psíquico es una operación de asesinato, fundadora, en el mejor de los casos, de la vida psíquica y de la cultura, pero que puede también contribuir con todos los destinos funestos y mortíferos constitutivos de la psicopatología.