RESUMO
A função paterna na psicanálise lacaniana não se refere a um pai propriamente dito, mas sim a uma posição simbólica que operará um corte na relação cuidador-bebê, cuidador este que não é necessariamente a mãe. Este corte permite à criança assumir a posição de sujeito desejante e não mais de objeto de desejo deste cuidador, Outro primordial. No entanto, quando a função paterna não opera dialetizando esta relação, a criança fica impossibilitada de construir-se enquanto sujeito e segue alienada ao desejo do Outro. O objetivo do presente artigo é pensar a forma com a qual a função paterna pode operar em um tratamento ambientoterápico com crianças. Para tanto, através de um caso de um menino de 5 anos, proponho uma discussão diagnóstica sobre os quadros de autismo e psicose, articulando vinhetas do tratamento da criança com proposições teóricas a partir da psicanálise
In lacanian psychoanalysis, the fatherhood function doesn't refer to the father himself, but to a symbolic position that operates a cut in the caregiver-baby relation, who's not necessarily the mother. This cut allows the chil to become a desiring subject and no longer be an object of the caregiver's desire, prime Other. However, when the fatherhood function doesn't operate dialecting this relation, the child is unable to constitute as a subject and remains alienated to the desire of the Other. The present article to think about how the fatherhood function can operate in an environment-psychotherapy treatment with child. Therefore, through the case of a 5 year old boy, I propose a diagnostic discussion of the autistic and psychotic structures, articulating events from his treatment with psychoanalytic theoretical propositions
