Articulações metapsicológicas no tratamento da dor crônica / Metapsicological considerations on the treatment of chronic pain

Partindo do princípio de que toda dor é real e apresentando excertos de um caso clínico, o presente artigo defende a visão de que a dor crônica não tem, para o sujeito do inconsciente, uma significação a priori, constituindo-se como objeto do gozo da pulsão de morte. O tratamento psicanalítico desses casos possibilita a construção de um relato por parte do analisando, que articula sintomas e mito individual, o que reconfigura o apego do sujeito à dor crônica. (AU)

Claiming the principle that all pain is real and presenting examples from a psychoanalytical treatment, this article sustains that chronic pain does not carry a previous unconscious meaningfulness. On the other hand, chronic pain is an object of death instinct lust. Psychoanalytic treatment of these situations enhances the opportunity of a story construction by the patient in such a way that it articulates symptoms and individual mythology which allows the subject to change his/her attachment to chronic pain. (AU)

A impossibilidade de habitar / The impossibility of dwelling

Este artigo aborda a temática do lugar psíquico enquanto operação de linguagem necessária e anterior à construção de referentes espaçotemporais. Apartir de um caso de psicose, discute as implicações na delimitação de territórios sociais quando há precariedade de referentes simbólicos na constituição do sujeito. (AU)

This article addresses the matter of the psychic space as an operation of language necessary and previous to the construction of time-space referrals. Starting from a case of psychosis, it discusses the implications in the delimitation of social territories when there are precariousness of symbolic referrals in the constitution of a subject. (AU)

Do gozo fálico ao gozo do Outro / From the phallic jouissance to the jouissance of the other

Para além da significação fálica, fato de estrutura tanto para o sujeito masculino quanto para o sujeito feminino, Lacan aponta para um outro tipo de gozo: um gozo suplementar, o gozo do Outro, o gozo feminino, para além do falo. Do S1, significante do gozo fálico, que inscreve a lógica da significação fálica, tal como é demonstrado por meio da formulação do discurso do mestre, Lacan passa ao S (A) como forma de escritura da inexistência do Outro sexo e da conseqüente impossibilidade da relação sexual, tal como é comprovado na escrita da fórmula algébrica do discurso do analista.

From the phallic jouissance to the jouissance of the Other. Beyond phallic signification, structuring element for both the male subject and the female subject, Lacan points to another type of jouissance, a supplementary jouissance, the jouissance of the Other, the feminine jouissance, beyond the phallus. From the S1, signifier for the phallic jouissance, which inscribes the logic of the phallic signification, in so much as it is demonstrated through the formulation of the master's discourse, Lacan goes to S (A) as a means of writing the non-existence of the Other sex and of the consequent impossibility of the sexual relation, as can be proved through the writing of the algebraic formulae of the analyst's discourse.