RESUMO
O presente artigo tem por objetivo apresentar uma discussão sobre a autoridade e imposição de limites como parte do processo de atenção aos homens que usam drogas e necessitam de atenção especializada. Partes das produções discursivas analisadas expressam uma concepção dos usos de drogas como um comportamento compulsivo, incontrolável e gerador de transgressões diversas. Por outra parte, os homens que consomem drogas também são considerados agressivos e violentos, comportamentos que são vistos como potencializados pelos usos de drogas, dando ainda mais força e legitimidade à imposição de limites como intervenção terapêutica. Neste sentido, a Saúde acaba sendo a via de domesticação e medicalização dos homens, em um contexto em que o não cumprimento das regras acaba também sendo uma maneira de não deixar-se dominar.(AU)
This article aims to present a discussion of the authority and imposing limits as part of care for men who use drugs and require specialized care process. Part of discursive productions analyzed express a conception of the uses of drugs as a compulsive behavior, uncontrollable and generator of various transgressions. On the other hand, men who use drugs are also considered aggressive and violent, behaviors that are seen as potentiated by use of drugs, giving even more strength and legitimacy to the imposition of limits as a therapeutic intervention. In this sense, the Healthcare ends up being the route of domestication and medicalization of men, in a context where non-compliance with the rules also ends up being a way to not let it dominate.(AU)