RESUMO
Este artigo tenciona percorrer o caminho apontado por Lacan em sua única aula do seminário sobre os nomes do pai, em 1963, que orientaria a direção do ensino daquele ano. Recuperamos as aulas então indicadas, relativas aos Seminários 5, 7 e 9, à luz do que foi desdobrado posteriormente, envolvendo, em especial, a questão do pai e do nome próprio. Articulamos, ainda, as pistas de sua única aula do seminário inacabado com algumas elaborações espalhadas ao longo do Seminário 10, empreitada que nos permite vislumbrar relações do objeto voz com a nominação e com a angústia, apontando para as formulações ulteriores de Lacan sobre a père-version no Seminário 22.
This article intends to go through the way traced by Lacan in his sole class at the seminar about the names of the father, in 1963, which would guide those who wanted to see in which direction his teaching would advance that year. Thus, we made a reading of the classes indicated by Lacan himself from the Seminars 5, 7, and 9, through the light of what was further elaborated in his theory, involving specially the question of the father and the own name. Later on, we tried to articulate the clues of his only class from the unfinished seminar along with some ideas spread throughout Seminar 10, a work that allows us to foresee the relations of the object voice with the naming and with the overcoming of anxiety, which already points to ulterior formulations of Lacan about père-version in seminar 22.
Este artículo intenta trazar el camino apuntado por Lacan en su única clase del seminario sobre los nombres del padre, en 1963, que guiaría la dirección de su enseñanza en ese año. Para tanto, hicimos la lectura de las clases indicadas por el propio Lacan en los Seminarios 5, 7 y 9, a la luz de lo que se desplegó después en la teoría, en especial, con la cuestión del padre y la del nombre propio. También articulamos las pistas de su única clase del seminario inacabado con algunas elaboraciones dispersas a lo largo del Seminario 10, trabajo que nos permite vislumbrar las relaciones del objeto voz con la nominación y la superación de la angustia, apuntando para las formulaciones ulteriores de Lacan sobre la père-version en el seminario 22.
Assuntos
Paternidade , NomesRESUMO
O seminário lacaniano R. S. I. trabalha a possibilidade de se prescindir do Nome-do-Pai como uma amarração para os três registros da realidade psíquica. Nele, as nominações imaginária, simbólica e real são abordadas como modalidades de um quarto elo do nó borromeano, que mantêm enlaçados R, S e I como função de reparação do lapso do nó. Partindo dessa teoria, este artigo objetiva trabalhar a clínica nodal de adolescentes, tomada como um momento singular para a construção de uma nova amarração R.S.I. Buscou-se trabalhar as nominações em um caso clínico de um adolescente, explicitando os tipos de enlaçamento presentes nesse caso. Lacan realiza a passagem do Nome-do-Pai aos Nomes do Pai, constatando ao final que o nó borromeano de três elos é sempre falho e que as nominações vêm reparar o lapso do nó para todo ser falante. Neste artigo, constata-se a relevância do período da adolescência como um momento especial para a construção dessa amarração que venha suportar o nó borromeano.
The Lacanian Seminary R. S. I. works with the possibility of dispensing the Name-of-the-Father as a mooring for the three registers of psychic reality. In that situation the imaginary, symbolic and real nominations are approached as modalities of a fourth link of the Borromean knot, which hold R, S, and I as a function of repairing the lapse of the node. Based on this theory, this article aims to work the nodal clinic of adolescents, taken as a singular moment for the construction of a new mooring R.S.I. We sought to work the nominations in a clinical case of an adolescent, explaining the types of entanglement present in this report. Lacan performs the passage of the Name-of-the-Father to the Names of the Father, noting in the end that the Borromean knot of three links is always flawed and that the nominations come to repair the lapse of the knot for every talking being. In this article, the relevance of the adolescence period is verified as a special moment for the construction of this mooring that will support the Borromean knot.
Le Séminaire Lacanien R. S. I. travaille la possibilité de se passer du Nom-du-Père comme amarre pour les trois registres de la réalité psychique. Dans le cas, les nominations imaginaires, symboliques et réelles sont approchées comme des modalités d'un quatrième lien du nud borroméen, qui tient R, S et I en fonction de la réparation du lapsus du nud. Basé sur cette théorie, cet article a l'intention de travailler la clinique nodale de l'adolescent, prise comme un moment singulier pour la construction d'un nouveau lien entre R.S.I. On a cherché à travailler les nominations dans un cas clinique d'un adolescent, en expliquant les types d'amarrage présents dans ce cas. Lacan effectue le passage du Nom-du-Père aux Noms du Père, notant à la fin que le nud borroméen de trois liens est toujours défectueux et que les nominations viennent réparer le lapsus du nud pour chaque parlêtre. Dans cet article, la pertinence de la période d'adolescence est vérifiée comme un moment spécial pour la construction de cet amarrage qui soutiendra le nud borroméen.
RESUMO
Neste trabalho, será abordado o tema do pai na transmissão da obra lacaniana a partir de dois momentos privilegiados em seu ensino: o seminário conhecido como O avesso da psicanálise e um seminário interrompido, Os nomes-do-Pai. Na única aula deste seminário, Lacan partiu dos nomes de Deus no Antigo Testamento para avançar no conceito de Nome-do-Pai. O Pai, enquanto Deus dos judeus, aparece ali sob três nomes, indicando por onde teria prosseguido aquele seminário: entre singular e plural dos nomes do Pai. Em O avesso da psicanálise, retoma as vertentes freudianas da narrativa edípica Édipo, Pai da Horda e Moisés extraindo delas o que opera enquanto estrutura discursiva. Afirma que o complexo de Édipo é um sonho de Freud que clama por interpretação. (AU)
In this article, we address the theme of the father in the transmission of the Lacanian work from two privileged moments in his teaching: the seminar known as The other side of psychoanalysis and an interrupted seminar, The names-of-the-Father. In the only class of this seminary, Lacan departed from the names of God in the Old Testament to advance the concept of Name-of-the-Father. The Father, as God of the Jews, appears there under three names, indicating where this seminary would have continued: between singular and plural of the Fathers names. On The other side of psychoanalysis, he takes up the Freudian strands of the Oedipal narrative Oedipus, Father of the Horde and Moses extracting from them what operates as a discursive structure. He claims that the Oedipus complex is a dream of Freud and calls for interpretation. (AU)
Assuntos
PsicanáliseRESUMO
Este artigo, aborda a ligação existente entre a religião e o pai, mais especificamente, a proximidade da imagem de Deus com a imagem de um pai, elucidada por Freud e Lacan. Segundo Freud, o que move o sujeito a procurar a religião é o sentimento de desamparo experienciado na infância, inerente a todo ser humano. Assim, esse autor nos mostra como a religião se utiliza desse fato, trazendo a figura do pai para o centro de suas reflexões. Para pensarmos o pai em psicanálise, é indispensável recorrermos às contribuições de Lacan, que aponta para a pluralização do Nome-do-Pai, o que permite que uma multiplicidade de significantes atue nesse lugar, cabendo a cada sujeito responder o que melhor opera como função paterna. O pai, em Lacan, passa a funcionar como um nó que une os registros Real, Simbólico e Imaginário. Através do conceito de sinthoma, Lacan enfatiza que o pai deve mostrar suas falhas, possibilitando que o filho vá além dele. Porém, esse movimento só se torna possível se o filho tomar o pai como um instrumento a ser usado e ultrapassado. E este é o movimento que a religião não permite que aconteça; ela oferece para o sujeito um Deus-Pai perfeito. Como o referencial paterno tem se enfraquecido nas configurações familiares atuais, é essa imagem de pai que o neurótico busca. No entanto, não é possível ao pai ser a figura pacificadora que o neurótico tanto quer devido às suas falhas, que remetem a uma falta de garantia insuportável para este último. Ao sujeito, então, é oferecido um desafio: liberar-se de seu esforço de recompor o pai, aceitando suas falhas e servindo-se dele sem, apesar disso, servir a ele.(AU)
This paper addresses to the link between religion and the father, more specifically, the proximity of the God's image to the image of a father, elucidated by some texts of Freud and Lacan. According to Freud, what makes a person looks for religion is the feeling of helplessness experienced during the childhood, which is inherent for every human being. He shows us how religion uses this fact, bringing the image of the father to the spotlight of his reflection. If we think about the father in psychoanalysis, it is essential to use the Lacan's contributions, that points to the pluralization of the Name-of-the-Father which allows multiple meanings acting in a specific situation, and each individual is responsible for his best choice among the father's roles. The father, for Lacan, becomes like a node that joins the records Real, Symbolic and Imaginary. Through the concept of sinthome, Lacan emphasize that the father must show his faults, providing his children of going beyond it. However, this situation is only possible if the child sees the father as a standard to be followed or improved. It is what the religion does not allow to happen; it only offers a perfect Father-God to the individual. As the paternal reference has been weakened in the current family settings, the image of an unfaultable father is what a neurotic searches. Though, it is not possible for the father to be the peacemaker wanted by the neurotic because of his failures, which are related to the unbearable lack of assurance. So, the individual has a challenge: sets himself free of the effort of re-establish his father, accepting his faults and standing by him but not serving him.(AU)
Este artículo analiza la relación entre la religión y el padre, más concretamente, la proximidad de la imagen de Dios con la imagen de un padre, aclarada por Freud y Lacan. De acuerdo con Freud, que se mueve al sujeto a buscar la religión es el sentimiento de desamparo en la niñez, inherente a todo ser humano. De este modo, el autor muestra cómo la religión utiliza este hecho, con lo que la figura del padre en el centro de sus reflexiones. Pensar en el padre en la psicoanálisis, es indispensable recurrir a las contribuciones de Lacan, cuando habla del función de padre, cuestionando la importancia de la presencia de una persona que ocupa ese lugar. Por otra parte, Lacan apunta a la pluralización del Nombre-del-Padre, lo que permite una multitud de significantes actuar en ese lugar, con cada sujeto que responde mejor actúa como la función de padre. El padre, en Lacan, que funciona como un nodo que se une los registros Real, Simbólico e Imaginario. A través del concepto de sinthome, Lacan insiste en que el padre debe mostrar sus defectos, lo que permite al hijo a ir más allá. Sin embargo, este movimiento sólo es posible si el hijo toma al padre como un instrumento para ser usado y pasado. Y este movimiento es que la religión no permite que ocurra, se ofrece a los sujetos un Dios-Padre perfecto. Como la referencia paterna se ha debilitado en las configuraciones de la familia actual, es esta la imagen del padre que la búsqueda neurótica. Sin embargo, es imposible que la figura del padre es el constructor de paz que tanto desea el neurótico por sus sus faltas, que se refieren a una intolerable falta de seguridad para el neurótico. El sujeto es entonces ofreció un desafío: la liberación de su esfuerzo por recomponer el padre, aceptando sus errores y sin el uso de él, pero que le sirvan.(AU)
Cet article examine le lien entre la religion et le père, plus spécifiquement, la proximité de l'image de Dieu avec l'image d'un père, élucidée par Freud et Lacan. Selon Freud, qui se déplace le sujet pour chercher la religion est le sentiment d'impuissance vécu dans l'enfance, inhérente à chaque être humain. Ainsi, l'auteur montre comment la religion utilise ce fait, apportant la figure du père au centre de ses réflexions. Pour penser le père dans la psychanalyse est indispensable de recourir à la contribution de Lacan, quand il parle du rôle du père, le questionnement sur l'importance de la présence d'une personne qui occupe ce lieu. Par ailleurs, Lacan se tourne vers la pluralisation du Nom-du-Père, qui permet une multitude de designifiant loi dans ce lieu, avec chaque sujet mieux que la réponse de l'uvre que le rôle de père. Le père, chez Lacan, il fonctionne comme un noeud à joindre les dossiers Réel, Symbolique et Imaginaire. Grâce au concept de sinthome, Lacan souligne que le père doit montrer ses fautes, permettant à le fils d'aller au-delà. Toutefois, ce mouvement n'est possible que si le fils prend le père comme un instrument pour être utilisé et désuet. Et ce mouvement est que la religion ne permet pas d'arriver, elle offre au sujet d'un Dieu le Père parfait. Comme la référence a été affaiblie dans les configurations de la famille paternelle présent, c'est cette image du père névrosée qui recherche. Toutefois, il n'est pas possible d'être la figure du père à la fois pacifier le névrosé ou à cause de leurs fautes, qui se réfèrent à une absence accablante de garantie pour les seconds. Le sujet est alors proposé un défi: pour libérer de ses effort pour recomposer le père, en acceptant ses défauts et sans lui à l'aide, mais le servir.(AU)
RESUMO
Este artigo, aborda a ligação existente entre a religião e o pai, mais especificamente, a proximidade da imagem de Deus com a imagem de um pai, elucidada por Freud e Lacan. Segundo Freud, o que move o sujeito a procurar a religião é o sentimento de desamparo experienciado na infância, inerente a todo ser humano. Assim, esse autor nos mostra como a religião se utiliza desse fato, trazendo a figura do pai para o centro de suas reflexões. Para pensarmos o pai em psicanálise, é indispensável recorrermos às contribuições de Lacan, que aponta para a pluralização do Nome-do-Pai, o que permite que uma multiplicidade de significantes atue nesse lugar, cabendo a cada sujeito responder o que melhor opera como função paterna. O pai, em Lacan, passa a funcionar como um nó que une os registros Real, Simbólico e Imaginário. Através do conceito de sinthoma, Lacan enfatiza que o pai deve mostrar suas falhas, possibilitando que o filho vá além dele. Porém, esse movimento só se torna possível se o filho tomar o pai como um instrumento a ser usado e ultrapassado. E este é o movimento que a religião não permite que aconteça; ela oferece para o sujeito um Deus-Pai perfeito. Como o referencial paterno tem se enfraquecido nas configurações familiares atuais, é essa imagem de pai que o neurótico busca. No entanto, não é possível ao pai ser a figura pacificadora que o neurótico tanto quer devido às suas falhas, que remetem a uma falta de garantia insuportável para este último. Ao sujeito, então, é oferecido um desafio: liberar-se de seu esforço de recompor o pai, aceitando suas falhas e servindo-se dele sem, apesar disso, servir a ele.(AU)
This paper addresses to the link between religion and the father, more specifically, the proximity of the God's image to the image of a father, elucidated by some texts of Freud and Lacan. According to Freud, what makes a person looks for religion is the feeling of helplessness experienced during the childhood, which is inherent for every human being. He shows us how religion uses this fact, bringing the image of the father to the spotlight of his reflection. If we think about the father in psychoanalysis, it is essential to use the Lacan's contributions, that points to the pluralization of the Name-of-the-Father which allows multiple meanings acting in a specific situation, and each individual is responsible for his best choice among the father's roles. The father, for Lacan, becomes like a node that joins the records Real, Symbolic and Imaginary. Through the concept of sinthome, Lacan emphasize that the father must show his faults, providing his children of going beyond it. However, this situation is only possible if the child sees the father as a standard to be followed or improved. It is what the religion does not allow to happen; it only offers a perfect Father-God to the individual. As the paternal reference has been weakened in the current family settings, the image of an unfaultable father is what a neurotic searches. Though, it is not possible for the father to be the peacemaker wanted by the neurotic because of his failures, which are related to the unbearable lack of assurance. So, the individual has a challenge: sets himself free of the effort of re-establish his father, accepting his faults and standing by him but not serving him.(AU)
Este artículo analiza la relación entre la religión y el padre, más concretamente, la proximidad de la imagen de Dios con la imagen de un padre, aclarada por Freud y Lacan. De acuerdo con Freud, que se mueve al sujeto a buscar la religión es el sentimiento de desamparo en la niñez, inherente a todo ser humano. De este modo, el autor muestra cómo la religión utiliza este hecho, con lo que la figura del padre en el centro de sus reflexiones. Pensar en el padre en la psicoanálisis, es indispensable recurrir a las contribuciones de Lacan, cuando habla del función de padre, cuestionando la importancia de la presencia de una persona que ocupa ese lugar. Por otra parte, Lacan apunta a la pluralización del Nombre-del-Padre, lo que permite una multitud de significantes actuar en ese lugar, con cada sujeto que responde mejor actúa como la función de padre. El padre, en Lacan, que funciona como un nodo que se une los registros Real, Simbólico e Imaginario. A través del concepto de sinthome, Lacan insiste en que el padre debe mostrar sus defectos, lo que permite al hijo a ir más allá. Sin embargo, este movimiento sólo es posible si el hijo toma al padre como un instrumento para ser usado y pasado. Y este movimiento es que la religión no permite que ocurra, se ofrece a los sujetos un Dios-Padre perfecto. Como la referencia paterna se ha debilitado en las configuraciones de la familia actual, es esta la imagen del padre que la búsqueda neurótica. Sin embargo, es imposible que la figura del padre es el constructor de paz que tanto desea el neurótico por sus sus faltas, que se refieren a una intolerable falta de seguridad para el neurótico. El sujeto es entonces ofreció un desafío: la liberación de su esfuerzo por recomponer el padre, aceptando sus errores y sin el uso de él, pero que le sirvan.(AU)
Cet article examine le lien entre la religion et le père, plus spécifiquement, la proximité de l'image de Dieu avec l'image d'un père, élucidée par Freud et Lacan. Selon Freud, qui se déplace le sujet pour chercher la religion est le sentiment d'impuissance vécu dans l'enfance, inhérente à chaque être humain. Ainsi, l'auteur montre comment la religion utilise ce fait, apportant la figure du père au centre de ses réflexions. Pour penser le père dans la psychanalyse est indispensable de recourir à la contribution de Lacan, quand il parle du rôle du père, le questionnement sur l'importance de la présence d'une personne qui occupe ce lieu. Par ailleurs, Lacan se tourne vers la pluralisation du Nom-du-Père, qui permet une multitude de designifiant loi dans ce lieu, avec chaque sujet mieux que la réponse de l'uvre que le rôle de père. Le père, chez Lacan, il fonctionne comme un noeud à joindre les dossiers Réel, Symbolique et Imaginaire. Grâce au concept de sinthome, Lacan souligne que le père doit montrer ses fautes, permettant à le fils d'aller au-delà. Toutefois, ce mouvement n'est possible que si le fils prend le père comme un instrument pour être utilisé et désuet. Et ce mouvement est que la religion ne permet pas d'arriver, elle offre au sujet d'un Dieu le Père parfait. Comme la référence a été affaiblie dans les configurations de la famille paternelle présent, c'est cette image du père névrosée qui recherche. Toutefois, il n'est pas possible d'être la figure du père à la fois pacifier le névrosé ou à cause de leurs fautes, qui se réfèrent à une absence accablante de garantie pour les seconds. Le sujet est alors proposé un défi: pour libérer de ses effort pour recomposer le père, en acceptant ses défauts et sans lui à l'aide, mais le servir.(AU)
Assuntos
Humanos , Masculino , Criança , Adulto , Pai , Religião , Psicanálise , Sinais e Sintomas , Transtornos NeuróticosRESUMO
Este artigo, aborda a ligação existente entre a religião e o pai, mais especificamente, a proximidade da imagem de Deus com a imagem de um pai, elucidada por Freud e Lacan. Segundo Freud, o que move o sujeito a procurar a religião é o sentimento de desamparo experienciado na infância, inerente a todo ser humano. Assim, esse autor nos mostra como a religião se utiliza desse fato, trazendo a figura do pai para o centro de suas reflexões. Para pensarmos o pai em psicanálise, é indispensável recorrermos às contribuições de Lacan, que aponta para a pluralização do Nome-do-Pai, o que permite que uma multiplicidade de significantes atue nesse lugar, cabendo a cada sujeito responder o que melhor opera como função paterna. O pai, em Lacan, passa a funcionar como um nó que une os registros Real, Simbólico e Imaginário. Através do conceito de sinthoma, Lacan enfatiza que o pai deve mostrar suas falhas, possibilitando que o filho vá além dele. Porém, esse movimento só se torna possível se o filho tomar o pai como um instrumento a ser usado e ultrapassado. E este é o movimento que a religião não permite que aconteça; ela oferece para o sujeito um Deus-Pai perfeito. Como o referencial paterno tem se enfraquecido nas configurações familiares atuais, é essa imagem de pai que o neurótico busca...
This paper addresses to the link between religion and the father, more specifically, the proximity of the God's image to the image of a father, elucidated by some texts of Freud and Lacan. According to Freud, what makes a person looks for religion is the feeling of helplessness experienced during the childhood, which is inherent for every human being. He shows us how religion uses this fact, bringing the image of the father to the spotlight of his reflection. If we think about the father in psychoanalysis, it is essential to use the Lacan's contributions, that points to the pluralization of the Name-of-the-Father which allows multiple meanings acting in a specific situation, and each individual is responsible for his best choice among the father's roles. The father, for Lacan, becomes like a node that joins the records Real, Symbolic and Imaginary. Through the concept of sinthome, Lacan emphasize that the father must show his faults, providing his children of going beyond it. However, this situation is only possible if the child sees the father as a standard to be followed or improved. It is what the religion does not allow to happen; it only offers a perfect Father-God to the individual. As the paternal reference has been weakened in the current family settings, the image of an unfaultable father is what a neurotic searches. Though, it is not possible for the father to be the peacemaker wanted by the neurotic because of his failures, which are related to the unbearable lack of assurance...
Este artículo analiza la relación entre la religión y el padre, más concretamente, la proximidad de la imagen de Dios con la imagen de un padre, aclarada por Freud y Lacan. De acuerdo con Freud, que se mueve al sujeto a buscar la religión es el sentimiento de desamparo en la niñez, inherente a todo ser humano. De este modo, el autor muestra cómo la religión utiliza este hecho, con lo que la figura del padre en el centro de sus reflexiones. Pensar en el padre en la psicoanálisis, es indispensable recurrir a las contribuciones de Lacan, cuando habla del función de padre, cuestionando la importancia de la presencia de una persona que ocupa ese lugar. Por otra parte, Lacan apunta a la pluralización del Nombre-del-Padre, lo que permite una multitud de significantes actuar en ese lugar, con cada sujeto que responde mejor actúa como la función de padre. El padre, en Lacan, que funciona como un nodo que se une los registros Real, Simbólico e Imaginario. A través del concepto de sinthome, Lacan insiste en que el padre debe mostrar sus defectos, lo que permite al hijo a ir más allá. Sin embargo, este movimiento sólo es posible si el hijo toma al padre como un instrumento para ser usado y pasado. Y este movimiento es que la religión no permite que ocurra, se ofrece a los sujetos un Dios-Padre perfecto. Como la referencia paterna se ha debilitado en las configuraciones de la familia actual, es esta la imagen del padre que la búsqueda neurótica...
Cet article examine le lien entre la religion et le père, plus spécifiquement, la proximité de l'image de Dieu avec l'image d'un père, élucidée par Freud et Lacan. Selon Freud, qui se déplace le sujet pour chercher la religion est le sentiment d'impuissance vécu dans l'enfance, inhérente à chaque être humain. Ainsi, l'auteur montre comment la religion utilise ce fait, apportant la figure du père au centre de ses réflexions. Pour penser le père dans la psychanalyse est indispensable de recourir à la contribution de Lacan, quand il parle du rôle du père, le questionnement sur l'importance de la présence d'une personne qui occupe ce lieu. Par ailleurs, Lacan se tourne vers la pluralisation du Nom-du-Père, qui permet une multitude de designifiant loi dans ce lieu, avec chaque sujet mieux que la réponse de l'uvre que le rôle de père. Le père, chez Lacan, il fonctionne comme un noeud à joindre les dossiers Réel, Symbolique et Imaginaire. Grâce au concept de sinthome, Lacan souligne que le père doit montrer ses fautes, permettant à le fils d'aller au-delà. Toutefois, ce mouvement n'est possible que si le fils prend le père comme un instrument pour être utilisé et désuet. Et ce mouvement est que la religion ne permet pas d'arriver, elle offre au sujet d'un Dieu le Père parfait. Comme la référence a été affaiblie dans les configurations de la famille paternelle présent, c'est cette image du père névrosée qui recherche. Toutefois, il n'est pas possible d'être la figure du père à la fois pacifier le névrosé ou à cause de leurs fautes, qui se réfèrent à une absence accablante de garantie pour les seconds...
Assuntos
Humanos , Masculino , Criança , Adulto , Psicanálise , Religião , Sinais e Sintomas , Teoria FreudianaRESUMO
El sacrificio en la teoría psicoanalítica, y desde el corpus freudo-lacaniano, es una de las consecuencias de las paradojas del padre. Precísase acudir al mito del sacrificio de Abraham para despejar las cuestiones de las paradojas de los Nombres del Padre y del fracaso de la metáfora paterna; y asimismo, destacar que no es posible reducir los Nombres del Padre a dicha metáfora. Siendo el sacrificio una respuesta a la falta del Otro y con lo que se pretende su captura, ese ofrecimiento intenta garantizar que el Otro existe ya sea por las vías del goce o por las del deseo. Trazamos este ofrecimiento sacrificial en el mito de Abraham e Isaac y sus consecuencias en la clínica del deseo y el goce.
O sacrifício na teoria psicanalítica, e desde o corpus freudo-lacaniano, é uma das conseqüências dos paradoxos do pai. Precisa-se acudir ao mito do sacrifício de Abraham para esclarecer as questões dos paradoxos dos Nomes-do-Pai e do fracasso da metáfora paterna, e assim destacar que não é possível reduzir os Nomes-do-Pai à dita metáfora. Sendo o sacrifício uma resposta à falta do Outro, e com o que se pretende sua captura, esse oferecimento pretende garantir que o Outro existe, seja pelas vias do gozo ou pelas do desejo. Traçamos esse oferecimento de sacrifício no mito de Abraham e Issac e suas conseqüências na clínica do desejo e do gozo.
Le sacrifice dans la théorie psychanalytique, et d’après le corps freudo-lacanien, est l’une des conséquences des paradoxes du père. Il faut s’appuyer sur le mythe du sacrifice d’Abraham pour dénouer les questions des paradoxes des Noms du Père et de l’échec de la métaphore paternelle ; et ainsi, souligner qu’il n’est pas possible de réduire les Noms du Père à cette métaphore. Le sacrifice étant une réponse au manque de l’Autre et à sa supposée capture, cette offrande tente de garantir que l’Autre existe déjà, soit par les voies de la jouissance, soit par celles du désir. Nous apportons cette offrande sacrificielle dans le mythe d’Abraham et d’Isaac et ses conséquences dans la clinique du désir et de la jouissance.
Sacrifice in psychoanalytic theory, based on the Freudian-Lacanian field of study, is one of the consequences of the paradoxes of the father. One must go back to the myth of the sacrifice of Abraham to clarify the question of the paradoxes of the Names of the Father and the failure of the Paternal Metaphor. We hold that the Names-of-the-Father cannot be reduced to the Paternal Metaphor. As the sacrifice is an answer to the lack of the Other, and with which one intends to capture it, this offer intends to guarantee that the other exists, either through jouissance or through desire. We discuss this offer of sacrifice in the myth of Abraham and Isaac and its consequences in the clinic of desire and jouissance.