RESUMO
Objetivo: Estimar as perdas de produtividade causadas pela doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) na população brasileira. Métodos: O estudo utilizou dados obtidos do Datasus, IBGE, indicadores previdenciários, óbitos e aposentadorias precoces por DPOC no Brasil de 2017 a 2022. Para estimar o impacto da DPOC, foram utilizados: anos de vida saudável perdidos (DALYs) e anos de vida ajustados por produtividade (PALYs), assim como as métricas de perda de produtividade salarial (PPS) e perda de produtividade nacionalizada (PPN), que avalia a perda em função do PIB. Resultados: Mais de 196 milhões de dias de trabalho foram perdidos devido à DPOC. As principais fontes são: óbitos precoces (95.264.088), afastamentos permanentes (67.314.232) e aposentadoria precoce (30.304.490). Diárias hospitalares (3.221.591) têm uma contribuição minoritária. O valor total de DALYs observado no período do estudo foi de 2.819.332,63 anos de vida saudável perdidos causados pela DPOC; um total de 14.997.166 PALYs foi perdido por conta da DPOC ou um valor anual equivalente de R$ 230,7 bilhões. Considerando a PPS, estimamos que a DPOC acarretou perdas de produtividade associadas à reposição da mão de obra de R$ 1,38 bilhão anual e, em relação à PPN, de R$ 8,28 bilhões por ano. Conclusões: Afastamentos de pacientes com DPOC podem acarretar maiores dispêndios com pagamentos de benefícios previdenciários. Este estudo atualiza e amplia correlações entre dados socioepidemiológicos, custos de saúde e previdenciários da DPOC no Brasil. Considerando todas as perdas, a DPOC pode causar perdas de R$ 240 bilhões por ano.
Objective: To estimate productivity losses due to workdays lost caused by chronic obstructive pulmonary disease (COPD) in the Brazilian population. Methods: The study used data from DATASUS, IBGE, social security indicators, deaths, and early retirements due to COPD in Brazil from 2017 to 2022. To estimate the impact of COPD, the following were used: Disability-Adjusted Life Years (DALYs) and Productivity-Adjusted Life Years (PALYs), as well as metrics for wage productivity loss (PPS) and nationalized productivity loss (PPN), which evaluates the loss in relation to GDP. Results: More than 196 million workdays were lost due to COPD. The main sources are premature deaths (95,264,088), permanent absences (67,314,232), and early retirement (30,304,490). Hospitalization days (3,221,591) had a minor contribution. The total DALYs observed during the study period was 2,819,332.63 years of healthy life lost due to COPD; a total of 14,997,166 PALYs were lost due to COPD, equivalent to an annual value of R$ 230.7 billion. Considering PPS, we estimate that COPD resulted in productivity losses associated with workforce replacement of R$ 1.38 billion annually; and in relation to PPN, R$ 8.28 billion per year. Conclusions: Absences in COPD patients can lead to higher expenditures on social security benefit payments. This is the first study to correlate socioepidemiological data, health, and social security costs of COPD in Brazil. Considering all losses, COPD can cause losses of R$ 240 billion per year.
RESUMO
Resumo Fundamento: Atualmente, o excesso de ventilação tem sido fundamentado na relação entre ventilação-minuto/produção de dióxido de carbono ( V ˙ E − V ˙ CO 2). Alternativamente, uma nova abordagem para eficiência ventilatória ( η E V ˙) tem sido publicada. Objetivo: Nossa hipótese principal é que níveis comparativamente baixos de η E V ˙ entre insuficiência cardíaca crônica (ICC) e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) são atingíveis para um nível semelhante de desempenho aeróbico máximo e submáximo, inversamente aos métodos estabelecidos há muito tempo (inclinação V ˙ E − V ˙ CO 2 e intercepto). Métodos: Ambos os grupos realizaram testes de função pulmonar, ecocardiografia e teste de exercício cardiopulmonar. O nível de significância adotada na análise estatística foi 5%. Assim, dezenove indivíduos elegíveis para DPOC e dezenove indivíduos elegíveis para ICC completaram o estudo. Com o objetivo de contrastar valores completos de V ˙ E − V ˙ CO 2 e η E V ˙ para o período de exercício (100%), correlações foram feitas com frações menores, como 90% e 75% dos valores máximos. Resultados: Os dois grupos tiveram características correspondentes para a idade (62±6 vs 59±9 anos, p>.05), sexo (10/9 vs 14/5, p>0,05), IMC (26±4 vs 27±3 Kg m2, p>0,05), e pico V ˙ O 2 (72±19 vs 74±20 % pred, p>0,05), respectivamente. A inclinação V ˙ E − V ˙ CO 2 e intercepto foram significativamente diferentes para DPOC e ICC (207,2±1,4 vs 33,1±5,7 e 5,3±1,9 vs 1,7±3,6, p<0,05 para ambas), mas os valores médios da η E V ˙ foram semelhantes entre os grupos (10,2±3,4 vs 10,9±2,3%, p=0,462). As correlações entre 100% do período do exercício com 90% e 75% dele foram mais fortes para η E V ˙ (r>0,850 para ambos). Conclusão: A η E V ˙ é um método valioso para comparação entre doenças cardiopulmonares, com mecanismos fisiopatológicos até agora distintos, incluindo restrições ventilatórias na DPOC.
Abstract Background: Currently, excess ventilation has been grounded under the relationship between minute-ventilation/carbon dioxide output ( V ˙ E − V ˙ CO 2). Alternatively, a new approach for ventilatory efficiency ( η E V ˙) has been published. Objective: Our main hypothesis is that comparatively low levels of η E V ˙ between chronic heart failure (CHF) and chronic obstructive pulmonary disease (COPD) are attainable for a similar level of maximum and submaximal aerobic performance, conversely to long-established methods ( V ˙ E − V ˙ CO 2 slope and intercept). Methods: Both groups performed lung function tests, echocardiography, and cardiopulmonary exercise testing. The significance level adopted in the statistical analysis was 5%. Thus, nineteen COPD and nineteen CHF-eligible subjects completed the study. With the aim of contrasting full values of V ˙ E − V ˙ CO 2 and η V ˙ E for the exercise period (100%), correlations were made with smaller fractions, such as 90% and 75% of the maximum values. Results: The two groups attained matched characteristics for age (62±6 vs. 59±9 yrs, p>.05), sex (10/9 vs. 14/5, p>0.05), BMI (26±4 vs. 27±3 Kg m2, p>0.05), and peak V ˙ O 2 (72±19 vs. 74±20 %pred, p>0.05), respectively. The V ˙ E − V ˙ CO 2 slope and intercept were significantly different for COPD and CHF (27.2±1.4 vs. 33.1±5.7 and 5.3±1.9 vs. 1.7±3.6, p<0.05 for both), but η V ˙ E average values were similar between-groups (10.2±3.4 vs. 10.9±2.3%, p=0.462). The correlations between 100% of the exercise period with 90% and 75% of it were stronger for η V ˙ E (r>0.850 for both). Conclusion: The η V ˙ E is a valuable method for comparison between cardiopulmonary diseases, with so far distinct physiopathological mechanisms, including ventilatory constraints in COPD.
RESUMO
O objetivo do presente estudo é apresentar o caso de um paciente adulto com má oclusão de Classe II esquelética e síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), tratado com cirurgia ortognática de benefício antecipado. Paciente do sexo masculino, 46 anos de idade, Padrão II birretruso, má oclusão de Classe II bilateral e com diagnóstico de SAOS leve. O tratamento proposto foi a cirurgia ortognática de benefício antecipado com avanço bimaxilar para correção esquelética e aumento do espaço aéreo superior. Após a cirurgia, pode-se observar um satisfatório avanço maxilar e mandibular, melhora no perfil facial e correção da relação molar bilateral. Além disso, notou-se o aumento das vias aéreas superiores e consequente melhora da respiração e qualidade do sono. A cirurgia ortognática de benefício antecipado mostrou-se uma alternativa terapêutica eficaz para a correção esquelética e funcional. Um ganho estético e funcional foi obtido após o tratamento ortodôntico cirúrgico.(AU)
The aim of this study is to report the orthodontic treatment of a male adult patient with skeletal Class II malocclusion and obstructive sleep apnea (OSA), treated with surgery first approach. Male patient, 46 years old, Class II facial pattern, bilateral Class II malocclusion, and mild OSA. The treatment proposed was the surgery first approach with bimaxillary advancement to correct the skeletal discrepancy and to enlarge the upper airway. After surgery, a satisfactory maxillary and mandibular advancement, facial profile improvement, and correction of the molar relationship were observed. In addition, an increase in the upper airway dimension and improvement in the breathing and sleep quality were obtained. The surgery first approach was an effective treatment alternative to correct the functional and skeletal discrepancies. Esthetical and functional satisfactory changes were obtained after the combined orthodontic/surgical treatment.(AU)
Assuntos
Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Apneia Obstrutiva do Sono , Cirurgia Ortognática , Aparelhos Ortodônticos FixosRESUMO
RESUMO Objetivo Investigar as estruturas e funções orofaríngeas de uma população pediátrica com Síndrome de Down (SD) e apneia obstrutiva do sono (AOS) e correlacionar com o índice de apneia/hipopneia (IAH) e questionários do sono. Método 12 Crianças com SD e AOS, entre 4 e 12 anos, foram submetidas à polissonografia (PSG); questionários do sono, Pediatric Sleep Questionnaire (PSQ) e Obstructive Sleep Apnea-18 (OSA-18); e triagem fonoaudiológica por meio do Short Evaluation of Orofacial Myofunctional Protocol (ShOM). Resultados Verificou-se uma correlação positiva entre pontuações mais elevadas no ShOM e o índice de apneia hipopneia (IAH) e entre o ShOM e número de hipopneias. As alterações miofuncionais orofaciais observadas no grupo estudado foram: respiração oral, alteração no tônus e competência labial, na postura de língua em repouso e na deglutição e alteração oclusal. Verificou-se também, um risco aumentado para AOS conforme os questionários do sono, bem como presença de obesidade e sobrepeso, mas sem correlação com a gravidade da AOS. Conclusão Todas as crianças apresentaram alterações miofuncionais orofaciais, sendo que escores mais altos no ShOM, ou seja, um maior comprometimento miofuncional orofacial, estavam associados à maior gravidade de AOS, sugerindo que a avaliação miofuncional orofacial dentro de uma abordagem multidisciplinar pode auxiliar na identificação de fatores de risco para AOS em crianças com SD.
ABSTRACT Purpose To investigate oropharyngeal structures and functions in a pediatric population with Down Syndrome (DS) and obstructive sleep apnea (OSA) and to correlate with the apnea/hypopnea index (AHI) and sleep questionnaires. Methods 12 Children with DS and OSA, between the age of 4 and 12 years old, underwent polysomnography (PSG); sleep questionnaires, Pediatric Sleep Questionnaire (PSQ) and Obstructive Sleep Apnea-18 (OSA-18); and speech-language evaluation using the Short Evaluation of Orofacial Myofunctional Protocol (ShOM). Results There was a positive correlation between ShoM higher scores and the apnea-hypopnea index (AHI) and between ShoM and the number of hypopneas. The orofacial myofunctional alterations observed in the studied group were: oral breathing, alteration in lip tonus and competence, tongue posture at rest and in swallowing, and occlusal alteration. There was also an increased risk for OSA according to the sleep questionnaires, as well as the presence of obesity and overweight, but without correlation with the severity of OSA. Conclusion All DS children show alterations in orofacial characteristics, higher scores being associated to severe OSA. Orofacial myofunctional evaluation may help to identify different phenotypes in Down syndrome children with Obstructive sleep Apnea, enhancing the need for a multidisciplinary approach.
RESUMO
ABSTRACT Fatigue is one of the most prevalent symptoms in individuals with Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD), but it is poorly evaluated. The Functional Assessment of Chronic Illness Therapy Fatigue Scale (FACIT-F) is one of the main instruments used to measure fatigue. However, this instrument has not yet been validated for the Brazilian population with COPD. This study aimed to investigate the validity of the FACIT-F fatigue scale in individuals with COPD. In a cross-sectional study, the impact of symptoms (COPD Assessment Test - CAT), dyspnea (modified Medical Research Council - MRC scale), functional capacity (six-minute step test - 6MST), exertional fatigue (Borg modified scale at the end of 6MST), and the FACIT-F scale to assess multidimensional fatigue were evaluated. Concurrent validity was assessed by associating the FACIT-F with the CAT, and convergent validity by associating it with the number of steps, perceived exertional fatigue, and dyspnea. Discriminant validity was assessed by comparing fatigue with the dyspnea severity strata. In total, 92 participants were studied (69.9±8.8 years, FEV1: 48.4% of predicted). The FACIT-F presented an average of 30.1±10.9 points, strong concurrent validity with the CAT (r=-0.80), strong convergent validity with dyspnea (r=−0.66), and low with exercise capacity (r=0.40) and fatigue on exertion (r=-0.44). FACIT-F was effective in discriminating groups with different intensities of dyspnea. Conclusion: The FACIT-F is a valid tool for assessing fatigue in the Brazilian population with COPD.
RESUMEN La fatiga es uno de los síntomas más frecuentes en los individuos con enfermedad pulmonar obstructiva crónica (EPOC), pero su evaluación sigue siendo deficiente. Uno de los principales instrumentos utilizados para medir la fatiga es la Functional assessment of chronic illness therapy fatigue scale (FACIT-F). Sin embargo, este instrumento aún no ha sido validado para la población con EPOC en Brasil. En este contexto, el objetivo de este estudio fue investigar la validez de la escala de fatiga FACIT-F en individuos con EPOC. El estudio transversal evaluó el impacto de los síntomas (COPD Assessment Test -CAT), de la disnea (escala modificada del Consejo de Investigación Médica -MRC), de la capacidad funcional (prueba de pasos de seis minutos -6MST), de la fatiga de esfuerzo (escala modificada de Borg al final de la 6MST) y de la escala FACIT-F para evaluar la fatiga multidimensional. La validez concurrente se evaluó asociando la escala con el CAT, y la validez convergente la asoció con el número de pasos, la fatiga al esfuerzo percibida y la disnea. La validez discriminante se evaluó comparando la fatiga con los estratos de gravedad de la disnea. Se estudió a 92 participantes (69,9±8,8 años, VEF1: 48,4% del predicho). La FACIT-F tuvo una puntuación media de 30,1±10,9, fuerte validez concurrente con el CAT (r=-0,80), fuerte validez convergente con la disnea (r=-0,66) y baja con la capacidad de ejercicio (r=0,40) y con la fatiga de esfuerzo (r=-0,44). La FACIT-F fue eficaz para distinguir grupos con diferentes intensidades de disnea, por lo que muestra ser un instrumento válido para evaluar la fatiga en la población brasileña con EPOC.
RESUMO A fadiga é um dos sintomas mais prevalentes nos indivíduos com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), porém, ainda é pouco avaliada. Um dos principais instrumentos utilizados para mensurar a fadiga é a functional assessment of chronic illness therapy fatigue scale (Facit-F). Entretanto, este instrumento ainda não foi validado para a população com DPOC no Brasil. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi investigar a validade da escala de fadiga Facit-F em indivíduos com DPOC. Em um estudo transversal, foram avaliados o impacto dos sintomas (COPD Assessment Test - CAT), a dispneia (escala do Medical Research Council - MRC modificada), a capacidade funcional (teste do degrau de seis Minutos - TD6), a fadiga no esforço (escala de Borg modificada ao final do TD6) e a escala Facit-F para avaliar a fadiga multidimensional. A validade concorrente foi avaliada pela associação da escala com o CAT, e a validade convergente pela associação desta com o número de degraus, percepção de fadiga no esforço e a dispneia. A validade discriminante foi avaliada comparando a fadiga com os estratos da gravidade da dispneia. Foram estudados 92 participantes (69,9±8,8 anos, VEF1: 48,4% do previsto). A Facit-F apresentou uma média de 30,1±10,9 pontos, validade concorrente forte com o CAT (r=-0,80), validade convergente forte com a dispneia (r=-0,66) e baixa com a capacidade de exercício (r=0,40) e com a fadiga ao esforço (r=-0,44). A Facit-F foi eficaz em discriminar grupos com diferentes intensidades de dispneia, portanto é um instrumento válido para a avaliação da fadiga na população brasileira com DPOC.
RESUMO
ABSTRACT The knowledge deficit of health professionals has been a barrier to expanding and implementing of pulmonary rehabilitation (PR) services, despite the reported benefits of PR for individuals with Chronic Respiratory Disease (CRD). This study aims to assess the preparedness of health care professionals from two Brazilian cities to perform PR in the public health system. This is survey is part of a larger project to implement PR in the Brazilian public health system. A self-administered questionnaire was used to assess the knowledge (19 questions), training (7 questions), confidence (10 questions), and clinical experience (8 questions) of physical therapists (PT) and the multiprofessional team (MT) before a PR workshop. In total, 44 PT and 231 MT answered the questionnaire. The mean total knowledge score was 10±3 for PT and 6±3 for MT. Few physical therapist reported having "a lot" of experience (25%) and confidence (22.7%) to perform PR, as well as sufficient training to conduct the six-minute walk test (27.3%).Even fewer MT reported having "a lot" of experience (10%) and sufficient training (4.8%) to perform PR, as well as to plan the educational program for patients (10%) and the confidence to refer patients to PR (6.5%). This is the first study to evaluate the preparedness of professionals from the Brazilian public health network to provide PR. Notably, both PT and MT have low preparation to perform PR in the studied cities, reinforcing the need for continuing education.
RESUMEN El déficit de conocimientos entre los profesionales de la salud ha sido una barrera para la expansión e implementación de los servicios de rehabilitación pulmonar (RP) a pesar de sus beneficios comprobados para las personas con enfermedad respiratoria crónica (ERC). Este estudio de encuesta forma parte de un proyecto más amplio para implantar la RP en el sistema público sanitario brasileño mediante la evaluación de la preparación de los profesionales sanitarios de dos municipios brasileños para proporcionarla. Se utilizó un cuestionario autoadministrado para evaluar los conocimientos (19 preguntas), la formación (7 preguntas), la confianza (10 preguntas) y la experiencia clínica (8 preguntas) de los fisioterapeutas (FT) y del equipo multiprofesional (EM), aplicado previamente en un taller sobre RP. La puntuación media de los conocimientos fue de 10±3 para FT y de 6±3 para EM. Menos de un tercio de los FT afirmaron que tenían "mucha" experiencia (25%) y confianza (22,7%) para realizar la RP, así como formación suficiente para realizar la prueba de la marcha de seis minutos (27,3%). Pocos profesionales del EM declararon que tenían "mucha" experiencia (10%) y formación suficiente (4,8%) para realizar la RP, así como para planificar el programa educativo (10%) y tenían confianza para derivar a pacientes para la RP (6,5%). Este es el primer estudio que evalúa la preparación de los profesionales de la red pública de salud en Brasil para proporcionar la RP, y se observa que, en los municipios donde se realizó, tanto los FT como el EM están poco preparados para llevarla a cabo, lo que refuerza la necesidad de una formación continuada.
RESUMO O déficit de conhecimento dos profissionais de saúde tem sido uma barreira para a expansão e implementação dos serviços de reabilitação pulmonar (RP), apesar dos seus benefícios comprovados para indivíduos com doença respiratória crônica (DRC). Objetivo: avaliar o preparo dos profissionais de saúde de dois municípios brasileiros para fornecer a RP no sistema público de saúde. Esse estudo, do tipo survey, foi parte de um projeto maior para implementação da RP no sistema público de saúde brasileiro. Foi utilizado um questionário autoaplicável para avaliar o conhecimento (19 questões), o treinamento (7 questões), a confiança (10 questões) e a experiência clínica (8 questões) dos fisioterapeutas (FT) e da equipe multiprofissional (EM), aplicado antes de um workshop sobre RP. No total, 44 FT e 231 EM responderam o questionário. A pontuação média de conhecimento foi de 10±3 para FT e 6±3 para EM. Poucos FT referiam ter "muita" experiência (25%) e confiança (22,7%) para realizar RP, bem como treinamento suficiente para realizar o teste de caminhada de seis minutos (27,3%). Ainda menos profissionais da EM relataram ter "muita" experiência (10%) e treinamento suficiente (4,8%) para realizar RP, assim como para planejar o programa educacional dos pacientes (10%) e ter confiança para encaminhar pacientes para a RP (6,5%). Este é o primeiro estudo a avaliar o preparo dos profissionais da rede pública de saúde no Brasil para fornecer RP. Notavelmente, tanto FT quanto EM têm baixo preparo para realizar RP nos municípios estudados, reforçando a necessidade de realização de educação continuada.
RESUMO
ABSTRACT Objective: This study aimed to evaluate whether the therapeutic use of caffeine for premature newborns is associated with changes in sleep habits and the presence of obstructive sleep apnea in childhood. Methods: This is a cross-sectional single-center study in which the caretakers of 87 children aged 5-10 years, born full-term or preterm, treated or not with caffeine in the neonatal period, answered questionnaires to screen for obstructive sleep apnea (Pediatric Obstructive Sleep Apnea Screening Tool [PosaST]) and to characterize the sleep habits (Children's Sleep Habits Questionnaire [CSHQ]) of their children. ANOVA and linear regression tests were performed to verify possible differences between the groups. Results: Children born prematurely who were treated with caffeine woke up significantly later on weekdays than those born at term (09h±00h58 and 07h43±1h15, respectively, p=0.022) and had longer total daily sleep time also compared to those born at term (10h24±1h08 and 09h29±1h08, respectively, p<0.001). There was no significant difference between the three groups in overall PosaST and CSHQ scores. Conclusions: Caffeine use in the neonatal period did not impair sleep habits later in life and did not lead to increased obstructive sleep apnea scores in prematurely born children compared to those born at term.
RESUMO Objetivo: Avaliar se o uso terapêutico de cafeína para recém-nascidos prematuros se associa a alterações nos hábitos de sono e à presença de apneia obstrutiva do sono na infância. Métodos: Este é um estudo unicêntrico transversal no qual os responsáveis por 87 crianças com idades entre cinco e dez anos, nascidas a termo ou pré-termo e tratadas ou não com cafeína no período neonatal responderam a questionários para triagem de apneia obstrutiva do sono (Pediatric Obstructive Sleep Apnea Screening Tool - PosaST) e para a caracterização dos hábitos de sono (Children's Sleep Habits Questionnaire - CSHQ) de seus filhos. Foram realizados testes de variância (ANOVA) e de regressão linear para verificar possíveis diferenças entre os grupos. Resultados: As crianças nascidas prematuras que foram tratadas com cafeína acordaram significativamente mais tarde nos dias de semana do que as nascidas a termo (09h±00h58 e 07h43±1h15, respectivamente, p=0,022) e tiveram maior tempo total de sono diário também comparadas às nascidas a termo (10h24±1h08 e 09h29±1h08, respectivamente, p<0,001). Não houve diferença significativa entre os três grupos na pontuação geral dos questionários PosaST e CSHQ. Conclusões: O uso de cafeína no período neonatal não prejudicou tardiamente os hábitos de sono e não levou ao aumento dos escores de apneia obstrutiva do sono de crianças nascidas prematuras quando comparadas com crianças nascidas a termo.
RESUMO
RESUMO Objetivo Identificar e correlacionar as queixas de alterações miofuncionais orofaciais e de risco para distúrbios respiratórios do sono com hábitos de sono na infância. Método Participaram 71 pais ou responsáveis de crianças de 6 a 11 anos, matriculadas em uma escola pública. Foi aplicado um formulário com questões semiestruturadas/anamnese e os protocolos Nordic Orofacial Test-Screening - entrevista, Pediatric Obstructive Sleep Apnea Screening Tool Questionnaire, e Children's Sleep Habits Questionnaire - todos em suas versões em português/Brasil no formato online. Para a análise estatística, realizou-se o teste de correlação de Spearman, considerando o nível de significância de 5%. Resultados 29 crianças eram do sexo feminino (40,8%) e 42 do sexo masculino (59,2%), com média de idade de 8,52 anos. As queixas miofuncionais orofaciais encontradas foram relacionadas às funções de respiração (35,2%), mastigação e deglutição (32,4%) e hábitos deletérios (33,8%). Todas as crianças apresentaram um baixo risco para distúrbios respiratórios do sono e quanto aos hábitos de sono, 23 crianças (32,39%) apresentaram uma somatória menor, enquanto que 48 crianças (67,61%) ultrapassaram 41 pontos. Conclusão Houve correlação entre risco para distúrbios respiratórios do sono em crianças com as queixas de alterações miofuncionais orofaciais e com a baixa qualidade/maus hábitos de sono.
ABSTRACT Purpose To identify orofacial myofunctional complaints and sleep-disordered breathing and correlate them with sleep habits in childhood. Methods The study included 71 parents/guardians of public school children aged 6 to 11 years. They answered a form with semi-structured medical history questions and the Nordic Orofacial Test-Screening - interview, the Pediatric Obstructive Sleep Apnea Screening Tool Questionnaire, and the Children's Sleep Habits Questionnaire - all of them in their Portuguese/Brazilian versions in an online format. Statistical analyses used Spearman's correlation, setting the significance level at 5%. Results There were 29 female children (40.8%) and 42 male ones (59.2%), with a mean age of 8.52 years. The study found orofacial myofunctional complaints related to breathing functions (35.2%), chewing and swallowing (32.4%), and deleterious habits (33.8%). All children were at a low risk of sleep-disordered breathing. As for sleep habits, 23 children (32.39%) had a lower total score, whereas 48 children (67.61%) exceeded 41 points. Conclusion There was a correlation between the risk of sleep-disordered breathing in children with complaints of orofacial myofunctional disorders and poor sleep quality/habits.
RESUMO
Abstract Introduction Specialised literature demonstrates that chronic obstructive pulmonary disease (COPD) has patho-physiological changes that impair cardiac autonomic function and the ability of the cardiovascular system to respond to stimuli. Objective To analyze the correlation between heart rate (HR), peripheral oxygen saturation (SpO2), functional and pulmonary capacity in patients with COPD during the six-minute walk test (6MWT) before and after the pulmonary rehabilitation program (PRP). Methods This is a descriptive and retrospective study, with collection carried out in the PRP database of a university in Vale dos Sinos, Brazil. Results: The sample consisted of 216 patients, classified as having severe COPD, with a predominance of males (57.4%), with a mean age of 65.4 ± 7.9 years. The results showed that at the pre-PRP moment, the HR at the end of the test showed a strong negative correlation (p < 0.01) with SpO2 obtained at the end of the test, and forced expiratory volume in the first second (FEV1). At the post-PRP moment, the HR at the end of the test was strongly negatively cor-related with SpO2 and FEV1 positively, weakly (p < 0.05) with the sensation of dyspnea at the end of the test, and strongly with the distance covered in the 6MWT (6MWD). Conclusion The correlations between HR, FEV1, 6MWD, dyspnea and SpO2 were confirmed, making it evident that as the variables change, HR changes occur to meet the metabolic, oxygenation and ventilatory demands.
Resumo Introdução A literatura evidencia que a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) possui características fisiopatológicas que prejudicam a função autonômica cardíaca e a capacidade do sistema cardiovascular em responder aos estímulos. Objetivo Analisar a correlação entre a frequência cardíaca (FC), saturação periférica de oxigênio (SpO2) e capacidade funcional e pulmonar em pacientes com DPOC durante o teste de caminhada seis minutos (TC6), antes e após programa de reabilitação pulmonar (PRP). Métodos Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, com coleta realizada no banco de dados do PRP de uma universidade do Vale dos Sinos. Resultados A amostra foi composta por 216 pacientes com DPOC grave, com média de idade de 65,4 ± 7,9 anos e predominância do sexo masculino (57,4%). Os resultados evidenciaram que no momento pré-PRP, a FC ao final do teste apresentou correlação negativa forte (p < 0,01) com a SpO2 obtida ao final do teste e volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1). No momento pós-PRP, a FC ao final do teste se correlacionou negativamente de maneira forte com a SpO2 e VEF1, positivamente de forma fraca (p < 0,05) com a sensação de dispneia pós-teste e forte com a distância percorrida no TC6 (DTC6). Conclusão As correlações entre FC, VEF1, DTC6, dispneia e SpO2 foram confirmadas, ficando evidente que à medida que ocorrem alterações das variáveis, acontecem modificações na FC para suprir a demanda metabólica, ventilatória e de oxigenação.
RESUMO
Introducción: el trasplante pulmonar se ha consolidado en los uÌltimos anÌos como una opcioÌn terapeÌutica para ninÌos y adolescentes con enfermedad pulmonar grave en la que han fracasado otros tratamientos. Este procedimiento otorga una buena calidad de vida y una supervivencia prolongada, similar a la del trasplante realizado en pacientes adultos. La indicacioÌn general para el trasplante pulmonar es la insuficiencia respiratoria progresiva, y potencialmente letal, debida a una enfermedad pulmonar parenquimatosa o vascular. La selección de candidatos a trasplante es compleja, requiriendo condiciones médicas y socioambientales específicas. Objetivos: analizar las características clínicas de los pacientes pediátricos con enfermedades pulmonares crónicas derivados para evaluación por el equipo de trasplante pulmonar de Uruguay. Analizar las características clínicas y sobrevida de los pacientes trasplantados pulmonares pediátricos uruguayos. Material y métodos: estudio descriptivo y retrospectivo de todos los pacientes menores de 19 años derivados al equipo de trasplante pulmonar entre 2003 y 2023. Datos obtenidos de la base del programa y mediante revisión de historias clínicas. Resultados: se incluyeron 30 pacientes (15 de sexo masculino). La media de edad de los pacientes derivados fue de 13,4 ± 3,6 años. Las etiologías de los pacientes derivados fueron 17/30 (56,6%) fibrosis quística, 4/30 (13,3%) bronquiolitis obliterante postrasplante de médula ósea, 4/30 (13,3%) hipertensión pulmonar, 3/30 (10%) bronquiolitis obliterante posinfecciosa y 2/30 (6,6%) enfermedad pulmonar intersticial difusa. Ingresaron en lista de trasplante 14 pacientes, de los cuales 9 se trasplantaron, 1 se mantiene en lista de espera y 4 fallecieron a la espera del trasplante. Del resto de los pacientes derivados para evaluación: 7 pacientes se encuentran aún en evaluación. Fueron excluidos por razones psicosociales o causas médicas 2 pacientes. Dos pacientes tuvieron pérdida de seguimiento y otros 5 fallecieron durante la evaluación. Las etiologías de los pacientes trasplantados pediátricos fueron fibrosis quística (3/9), bronquiolitis obliterante postrasplante de médula ósea (3/9) e hipertensión pulmonar (3/9). De los pacientes trasplantados, 5 fallecieron (2 en el posoperatorio y 3 fallecieron por sepsis entre 1-2 años postrasplante). Los restantes pacientes están en seguimiento postrasplante hace un mes, 2, 7 y 9 años. No se han encontrado diferencias estadísticamente significativas en la sobrevida condicional cuando se compararon pacientes adultos y pediátricos. Conclusiones: los resultados en los pacientes trasplantados en cuanto a caracteriÌsticas y causas de mortalidad son comparables con los reportados internacionalmente. La mortalidad postrasplante fue algo mayor que en otros estudios, pero creemos que existe sesgo por el bajo número de pacientes. Dados los resultados mencionados, planteamos que el trasplante sigue siendo una alternativa terapéutica válida en nuestro medio. Los desafíos de este tratamiento incluyen la disponibilidad limitada de órganos de donantes adecuados, la toxicidad de los medicamentos inmunosupresores necesarios para prevenir el rechazo, la prevención y el tratamiento de la bronquiolitis obliterante, así como maximizar el crecimiento, el desarrollo y la calidad de vida de los receptores.
Summary: Introduction: lung transplantation has been recently consolidated as a therapeutic option for children and adolescents with severe lung disease when other treatments have failed. This procedure provides a good quality of life and additional survival, similar to that of transplantation in adult patients. The general indication for lung transplantation is progressive, potentially fatal respiratory failure due to parenchymal or vascular lung disease. The selection of transplant candidates is complex, requiring specific medical and socio-environmental conditions. Objectives: to analyze the clinical characteristics of pediatric patients with chronic lung diseases referred for evaluation by the Uruguayan lung transplant team. To analyze the clinical characteristics and survival of Uruguayan pediatric lung transplant patients. Material and methods: descriptive and retrospective study of all patients under 19 years of age referred to the lung transplant team between 2003 and 2023. The data was obtained from the program's database and through medical records' review. Results: 30 patients were included (15 male). The mean age of the referred patients was 13.4 ± 3.6 years. Etiologies were 17/30 (56.6%) cystic fibrosis, 4/30 (13.3%) bronchiolitis obliterans post-bone marrow transplant, 4/30 (13.3%) pulmonary hypertension, 3 /30 (10%) post-infectious bronchiolitis obliterans, and 2/30 (6.6%) diffuse interstitial lung disease. 14 patients were placed on the transplant list, of which 9 were transplanted, 1 remains on the waiting list and 4 died while waiting for the transplant. Of the rest of the patients referred for evaluation: 7 patients are still under evaluation. 2 patients were excluded for psychosocial reasons or medical reasons. 2 patients could not be followed-up and other 5 died during the evaluation. The etiologies of the pediatric transplant patients were cystic fibrosis (3/9), post-bone marrow transplant bronchiolitis obliterans (3/9), and pulmonary hypertension (3/9). Of the transplanted patients, 5 died (two in the post-operative period, and three died from sepsis between 1-2 years post-transplant). The remaining patients are in post-transplant follow-up for 1 month, 2, 7 and 9 years. No statistically significant differences in conditional survival were found when comparing adult and pediatric patients. Conclusions: results in transplanted patients in terms of characteristics and causes of mortality are comparable with those reported internationally. Post-transplant mortality was somewhat higher than in other studies, but we believe that there is bias due to the low number of patients. Given the results above, we propose that transplantation continues to be a valid therapeutic alternative in our country. The challenges of this treatment include the limited availability of suitable donor organs, the toxicity of immunosuppressive medications necessary to prevent rejection, prevention and treatment of bronchiolitis obliterans, as well as maximizing the growth, development and quality of life of the receivers.
Introdução: o transplante pulmonar consolidou-se nos últimos anos como opção terapêutica para crianças e adolescentes com doença pulmonar grave, nas quais outros tratamentos falharam. Esse procedimento proporciona boa qualidade de vida e sobrevida prolongada, semelhante ao transplante realizado em pacientes adultos. A indicação geral para transplante pulmonar é insuficiência respiratória progressiva e potencialmente fatal devido a doença pulmonar parenquimatosa ou vascular. A seleção de candidatos a transplantes é complexa, exigindo condições médicas e socioambientais específicas. Objetivos: analisar as características clínicas de pacientes pediátricos com doenças pulmonares crônicas encaminhados para avaliação pela equipe uruguaia de transplante pulmonar. Analisar as características clínicas e a sobrevida de pacientes pediátricos uruguaios transplantados pulmonares. Material e métodos: estudo descritivo e retrospectivo de todos os pacientes menores de 19 anos encaminhados à equipe de transplante pulmonar entre 2003 e 2023. Os dados foram obtidos no banco de dados do programa e por meio de revisão de prontuários. Foram incluídos 30 pacientes (15 do sexo masculino). A média de idade dos pacientes encaminhados foi de 13,4 ± 3,6 anos. As etiologias dos pacientes encaminhados foram 17/30 (56,6%) fibrose cística, 4/30 (13,3%) bronquiolite obliterante pós-transplante de medula óssea, 4/30 (13,3%) hipertensão pulmonar, 3/30 (10%) pós -bronquiolite obliterante infecciosa e 2/30 (6,6%) doença pulmonar intersticial difusa. Foram colocados na lista de transplante 14 pacientes, dos quais 9 foram transplantados, 1 permanece em lista de espera e 4 faleceram enquanto aguardavam o transplante. Do restante dos pacientes encaminhados para avaliação: 7 pacientes ainda estão em avaliação, 2 pacientes foram excluídos por motivos psicossociais ou médicos. 2 pacientes foram perdidos no acompanhamento e outros 5 faleceram durante a avaliação. As etiologias dos pacientes transplantados pediátricos foram fibrose cística (3/9), bronquiolite obliterante pós-transplante de medula óssea (3/9) e hipertensão pulmonar (3/9). Dos pacientes transplantados, 5 faleceram (dois no pós-operatório e três por sepse entre 1-2 anos pós-transplante). Os demais pacientes estão em acompanhamento pós-transplante por 1 mês, 2, 7 e 9 anos. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas na sobrevida condicional quando comparamos pacientes adultos e pediátricos. Conclusões: os resultados em pacientes transplantados em termos de características e causas de mortalidade são comparáveis aos relatados internacionalmente. A mortalidade pós-transplante foi um pouco maior do que em outros estudos, mas acreditamos que exista viés devido ao baixo número de pacientes. Diante dos resultados acima mencionados, propomos que o transplante continue sendo uma alternativa terapêutica válida em nosso meio. Os desafios deste tratamento incluem a disponibilidade limitada de órgãos de doadores adequados, a toxicidade dos medicamentos imunossupressores necessários para prevenir a rejeição, prevenção e tratamento da bronquiolite obliterante, bem como maximizar o crescimento, desenvolvimento e qualidade de vida dos receptores.
Assuntos
Humanos , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Transplante de Pulmão/estatística & dados numéricos , Pneumopatias/cirurgia , Encaminhamento e Consulta , Uruguai/epidemiologia , Doença Crônica , Taxa de Sobrevida , Estudos Retrospectivos , Pneumopatias/complicações , Pneumopatias/epidemiologiaRESUMO
Resumo Objetivos Identificar os instrumentos de avaliação de equilíbrio, quedas e risco de quedas utilizados na DPOC, avaliar suas propriedades de medida, qualidade da evidência e utilidade clínica. Método A revisão foi produzida seguindo as orientações PRISMA e COSMIN, registrada no PROSPERO: CRD42021235118. As pesquisas foram realizadas de novembro de 2021 a setembro de 2022 nas bases de dados PubMed, LILACS, CINAHL, Embase, Web of Science e PEDro. Estudos observacionais transversais e coorte foram incluídos, sem restrição de idioma ou ano de publicação, desde que descreveram instrumentos clínicos de avaliação do equilíbrio, quedas e risco de quedas reportando no mínimo, uma das propriedades de medida: validade, confiabilidade e responsividade. Dois revisores independentemente aplicaram os critérios de elegibilidade, risco de viés pela COSMIN, qualidade da evidência pela abordagem GRADE e a avaliação da utilidade clínica pela Escala de Tyson e Connell. Resultados 9.102 estudos foram selecionados e 21 incluídos na revisão, nove estudos demonstraram propriedades de medida adequadas e suficientes e 12 instrumentos foram identificados, dos quais seis, foram avaliados quanto a qualidade de evidência. Conclusão Revisões sistemáticas de propriedades de medida requerem revisores especializados e habilidade em análise qualitativa. Com grau de recomendação "A", a Berg Balance Scale (BBS) e o teste Timed Up and Go (TUG) foram os instrumentos mais indicados na DPOC. Ao acrescentar a avaliação da utilidade clínica ao resultado, o TUG demonstra superioridade ao BBS, demostrando ser uma ótima ferramenta para triar indivíduos que necessitem de uma avaliação minuciosa do equilíbrio, quedas e risco de quedas.
Abstract Objectives to identify balance assessment instruments, issues and risks of issues used in COPD, evaluate their measurement properties, quality of evidence and clinical utility. Method A review was produced following the PRISMA and COSMIN guidelines, registered in PROSPERO: CRD42021235118. Searches were carried out from November 2021 to September 2022 in the PubMed, LILACS, CINAHL, Embase, Web of Science and PEDro databases. Cross-sectional and cohort observational studies were included, without restrictions on language or year of publication, as long as they described clinical instruments for assessing balance, falls and risk of falls reporting at least one of the measurement properties: validity, reliability and responsiveness. Two reviewers will independently apply the eligibility criteria, travel risk by COSMIN, quality of evidence by the GRADE approach and assessment of clinical utility by the Tyson and Connell Scale. Results 9,102 studies were selected and 21 included in the review, nine studies demonstrated adequate and sufficient measurement properties and 12 instruments were identified, of which six were evaluated for the quality of evidence. Conclusion Systematic reviews of measurement properties require specialized reviewers and skills in qualitative analysis. With a recommendation GRADE of "A", the Berg Balance Scale (BBS) and the Timed Up and Go (TUG) test were the most recommended instruments for COPD. By requiring the evaluation of the clinical utility of the result, the TUG demonstrates superiority to the BBS, proving to be a great tool for judging individuals who need a thorough assessment of balance, falls and risk of falls.
Assuntos
Humanos , Feminino , Idoso , Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica , Idoso , Estudos TransversaisRESUMO
Introducción: investigaciones recientes con la práctica del taichí mostraron beneficios en la funcionalidad, capacidad de ejercicio y calidad de vida de los pacientes con enfermedad pulmonar obstructiva crónica (EPOC). La falta de estudios en nuestro medio y la necesidad de nuevas modalidades de tratamiento impulsó la realización de este trabajo. El objetivo fue valorar el impacto del taichí en un programa de rehabilitación respiratoria de la EPOC. Material y método: estudio piloto, aleatorizado, prospectivo y abierto. Se trabajó con 17 pacientes portadores de EPOC, 7 en el grupo control (CNTL) y 10 en el grupo tratamiento (TCm). Recibieron un programa de rehabilitación respiratoria durante 12 semanas. El grupo TCm con taichí como intervención terapéutica. Se comparó la similitud de las variables sociodemográficas y clínicas. Resultados: los grupos analizados fueron similares en la mayoría de las variables (edad, sexo, sociodemográficas, Gold, Charson, índice tabáquico IPA). En cuanto a las variables resultado, todas las categorías analizadas en los cuestionarios del índice PROMIS previo al inicio, al mes y a los tres meses, evidenciaron una mejoría entre los valores iniciales y finales en ambos grupos, siendo mayor en TCm, aunque no estadísticamente significativo, con valores p ≤ 0,05. En el cuestionario SGRQ, el análisis de los resultados no mostró diferencias significativas entre CNTL vs TCm al mes (44±5 vs 46±5 p 0,742) y a los tres meses (44±5 vs 40±6 p 0,916), con mejoras a favor en los valores del grupo TCm. El índice BODE registró valores menores, evidencia de una mejoría en grupo TCm a los tres meses (2±0,6 vs 3±0,4 p 0,889), sin ser estadísticamente significativa (p ≤ 0,05). Conclusiones: el beneficio del taichí dentro de un programa de rehabilitación tradicional mostró mejoras no significativas en funcionalidad y calidad de vida relacionada con la salud, su inclusión aparece como promisoria, requiriendo una mayor investigación futura.
Recent studies involving Tai Chi have shown benefits in the functionality, exercise capacity, and quality of life of patients with COPD. The lack of studies in our region and the need for new treatment modalities prompted this study. The objective was to assess the impact of Tai Chi in a Pulmonary Rehabilitation Program for COPD. Method: Pilot, randomized, prospective, and open-label study; with two similar groups of patients with COPD, who were included in a Pulmonary Rehabilitation program for 12 weeks; one of them with Tai Chi as a therapeutic intervention. The similarity of sociodemographic and clinical variables was compared. Results: The analyzed groups were similar in most variables (age, sex, sociodemographic, GOLD, Charlson, smoking index IPA). Within the outcome variables in the self-administered PROMIS index prior to the start, at one month, and at three months, all categories analyzed showed an improvement between the initial and final values in both groups, with a greater improvement in the TCm group, although not statistically significant with p-values ≤ 0.05. In the SGRQ questionnaire, the analysis of the results showed no significant differences between the CNTL and TCm groups at one month (44±5 vs. 46±5, p 0.742) and three months (44±5 vs. 40±6, p 0.916); with better values in the TCm group. The BODE Index recorded lower values, indicating an improvement in the TCm group at three months (2±0.6 vs. 3±0.4, p 0.889), although not statistically significant (p ≤ 0.05). Conclusions: The benefit of Tai Chi within a traditional rehabilitation program showed non-significant improvements in functionality and health-related quality of life. Its inclusion appears promising, requiring further future research.
Estudos recentes com Tai-chi mostraram benefícios na funcionalidade, capacidade de exercício e qualidade de vida em pacientes com DPOC. A falta de estudos em nosso meio e a necessidade de novas modalidades de tratamento motivaram o estudo. O objetivo foi avaliar o impacto do Tai-chi em um Programa de Reabilitação Respiratória para DPOC. Método: Estudo piloto, randomizado, prospectivo e aberto, com dois grupos semelhantes de pacientes com DPOC, que receberam um programa de reabilitação respiratória por 12 semanas; um deles com o Tai-chi como intervenção terapêutica. A similaridade das variáveis sociodemográficas e clínicas foi comparada. Resultados: Os grupos analisados foram semelhantes na maioria das variáveis (idade, sexo, dados sociodemográficos, GOLD, Charson, índice de tabagismo IPA). Dentro das variáveis de resultado no índice PROMIS autoadministrado na linha de base, em um mês e em 3 meses, todas as categorias analisadas mostraram uma melhora entre os valores iniciais e finais em ambos os grupos, sendo maior no grupo TCm, embora não estatisticamente significativa com valores de p ≤ 0,05. No questionário SGRQ, a análise dos resultados não mostrou diferenças significativas entre os grupos control e TCm em 1 mês (44±5 vs 46±5, p 0,742) e 3 meses (44±5 vs 40±6, p 0,916), com melhores valores no grupo TCm. O índice BODE registrou valores mais baixos, evidência de uma melhora no grupo TCm aos 3 meses (2±0,6 vs 3±0,4, p 0,889), sem ser estatisticamente significativo (p ≤ 0,05). Conclusões: O benefício do Tai-chi dentro de um programa de reabilitação tradicional mostrou melhorias não significativas na funcionalidade e na qualidade de vida relacionada à saúde; sua inclusão parece promissora e requer mais pesquisas.
Assuntos
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica/reabilitação , Tai Chi Chuan , Estudos ProspectivosRESUMO
Objetivo: Comparar as respostas neuromusculares e bioquímicas do dano e fadiga muscular do quadríceps femoral entre indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e saudáveis. Métodos: Estudo observacional, transversal e comparativo. A amostra foi composta por 18 indivíduos alocados em dois grupos distintos: Grupo DPOC (GD) e grupo saudáveis (GS), os quais foram avaliados por meio da espirometria, do desempenho neuromuscular do quadríceps, dos marcadores bioquímicos do dano e fadiga muscular, da fatigabilidade e da dor muscular. Resultados: Observou-se diferença estatisticamente significante na potência média entre o GD e GS (99,9 ± 21,0 vs 145,1 ± 51,5, respectivamente; p= 0,02) e uma tendência das médias de pico de torque (85,7 ± 24,4 vs 104,4 ± 31,0; p= 0,45) e trabalho total (1.305,5 ± 329,9 vs 1.671,5 ± 444,5; p= 0,06) serem menores no GD que no GS, respectivamente. A concentração da LDH imediatamente após o teste isocinético foi significantemente maior no GD que no GS (402,3 ± 33,6 vs 289,4 ± 33,6, respectivamente; p= 0,03). Conclusões: O presente estudo mostrou que pacientes com DPOC tem redução da capacidade de gerar força em um determinado período de tempo quando comparado a indivíduos saudáveis. A dosagem plasmática dos marcadores bioquímicos não permitiu confirmar que os pacientes com DPOC tem maior nível de dano muscular quando realizam exercício que os controles saudáveis.
Objective: To compare neuromuscular and biochemical responses of femoral quadriceps muscle damage and fatigue between chronic obstructive pulmonary disease (COPD) and healthy subjects. Methods: Observational, transversal and comparative study. The sample consisted of 18 subjects assigned to two distinct groups: COPD group (CG) and healthy group (HG), who were assessed by spirometry, quadriceps neuromuscular performance, biochemical markers of muscle damage and fatigue, fatigability and muscle pain. Results: Statistically significant difference was observed in mean power between CG and HG (99.9 ± 21.0 vs. 145.1 ± 51.5, respectively; p= 0.02) and a tendency of mean peak torque (85.7 ± 24.4 vs 104.4 ± 31.0, p= 0.45) and total work (1,305.5 ± 329.9 vs 1.671.5 ± 444.5; p= 0.06) were smaller in the CG than HG, respectively. The LDH concentration immediately after the isokinetic test was significantly higher in the CG than HG (402.3 ± 33.6 vs 289.4 ± 33.6, respectively; p= 0.03). Conclusions: The present study showed that patients with COPD have a reduced ability to generate force over a given period of time when compared to healthy subjects. The plasma levels of biochemical markers did not confirm that patients with COPD have a higher level of muscle damage when exercising than healthy controls.
RESUMO
Abstract Professional drivers show a higher prevalence of obstructive sleep apnea (OSA) compared with the general population. OSA has been widely associated with an increased risk of traffic accidents. This article aims to investigate the presence of risk factors for OSA, its prevalence and the value of screening tools in a truck drivers' cohort. Descriptive and analytical prospective study. Demographic, anthropometric, Epworth Sleepiness Scale, STOP-Bang and Berlin Questionnaire were used to select subjects with suspicion of OSA. Polysomnography (PSG) was performed in individuals with positive screening. Mean age was 44.6±7 years, mean body mass index was 28.7±4 kg/m². Of the 281 truck drivers screened, 88 were positive for potential OSA. Of these, 63 completed PSG study and the diagnosis was confirmed in 85.7% (prevalence of 19.2%). The following variables showed a positive correlation with the apnea-hypopnea index: neck circumference and STOP-Bang. The combination of a predominantly male population, obesity, age distribution and lifestyle could account for the high prevalence of OSA in this specific population. Questionnaires proved to be a valuable screening tool. Screening, treatment, and management of OSA should be a priority as a public safety policy.
Resumo A prevalência de Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) em motoristas profissionais é superior à da população geral e esta tem sido amplamente associada ao risco aumentado de acidentes rodoviários. Este artigo tem por objetivos investigar fatores de risco de SAOS, estimar a sua prevalência e o valor de instrumentos de rastreio numa amostra de motoristas de pesados. Estudo prospetivo descritivo e analítico. Rastreio realizado com recurso a dados demográficos, antropométricos, Escala de Sonolência de Epworth, STOP-Bang e Questionário de Berlim. Nos indivíduos com rastreio positivo foi realizada polissonografia (PSG). A idade média era de 44,6±7 anos, índice de massa corporal 28,7±4 kg/m². Dos 281 motoristas incluídos, 88 apresentavam risco elevado de SAOS. Destes, 63 realizaram PSG, com confirmação diagnóstica em 85,7% (prevalência de 19,2%). O perímetro cervical e STOP-Bang apresentaram correlação positiva com o índice de apneia-hipopneia. A combinação de género predominantemente masculino, obesidade, distribuição de idade e estilo de vida pode justificar a elevada prevalência de SAOS nesta população. O uso de questionários é uma medida eficaz de rastreio. Nos motoristas, o rastreio e tratamento de SAOS deveria ser uma medida de saúde pública prioritária.
RESUMO
Objective: To assess healthcare resource utilization and hospitalization costs of patients with chronic obstructive pulmonary disease (COPD) exacerbations in the Brazilian private healthcare system. Methods: A retrospective cohort study, considering data from an administrative database of a private company (Orizon). Patients aged ≥40 years old and with at least one COPD-related claim identified by the ICD-10 code (J40 to J44) at any time during the eligibility period (January/2010 to December/2013) were included in the analysis. Follow-up was performed until December/2014, death or inactivation of a health plan. Sociodemographic characteristics, number of emergency visits, hospital admissions (number and length of stay), length of hospital stay in an intensive care unit (ICU), number of severe COPD exacerbations, therapeutic approach, and hospitalization costs were assessed. Results: The analysis included 8,254 COPD patients. Emergency visits, hospital admission, and exacerbation rates were 0.4, 0.2, and 0.1 per person-year, respectively. The mean length of hospital stays and the length of stay of patients requiring or not ICU stay were 16.6 (SD = 77.0), 8.7 (SD = 36.9), and 27.6 (SD = 109.7), respectively. Mean costs associated to emergency department visits and hospitalizations were 258.2 BRL (SD = 383.1) and 38,165.4 BRL (SD = 124,683.5), respectively. Hospitalizations costs without ICU stay were 11,810.1 BRL (SD = 31,144.1) and 74,585.3 BRL (SD = 182,808.1) for those with ICU utilization. Conclusion: Costs for COPD management during disease exacerbation are very high and may reach almost 75 thousand BRL per hospitalization. The prevention of COPD exacerbations and better disease control may reduce the economic burden on the private healthcare system in Brazil.
Objetivo: Avaliar a utilização de recursos e custos de pacientes com exacerbação da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) no sistema de saúde suplementar (SSS) do Brasil. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva, considerando banco de dados administrativo de uma empresa privada (Orizon). Pacientes com ≥40 anos e pelo menos um registro de admissão relacionado à DPOC identificado com CID-10 J40-J44, entre janeiro/2010 e dezembro/2013, foram incluídos e acompanhados até dezembro/2014, morte ou inativação no plano. Características sociodemográficas, número de visitas de emergência, admissões hospitalares (número e tempo de hospitalização), tempo de hospitalização em unidade de terapia intensiva (UTI), número de exacerbações graves, estratégias terapêuticas e custos hospitalares foram as variáveis analisadas. Resultados: A análise incluiu 8.254 pacientes com DPOC. As taxas de visita à emergência, internação hospitalar e exacerbação da doença foram de 0,4, 0,2 e 0,1 por pessoa-ano, respectivamente. Os tempos médios de hospitalização, hospitalização sem utilização de UTI e hospitalização com necessidade de UTI foram de 16,6 (DP = 77,0), 8,7 (DP = 36,9) e 27,6 (DP = 109,7) dias, respectivamente. Os custos médios relacionados à visita de emergência e por hospitalização foram de 258,2 BRL (DP = 383,1) e 38.165,4 BRL (DP = 124.683,5), respectivamente. Os custos para pacientes que não utilizaram UTI foram de 11.810,1 BRL (DP = 31.144,1) e de 74.585,3 BRL (DP = 182.808,1) para aqueles com necessidade desse serviço. Conclusão: Os custos para o manejo dos pacientes com exacerbação da DPOC são muito elevados, podendo chegar a 75.000 BRL por hospitalização. A prevenção de exacerbações e o melhor controle da doença podem reduzir esse impacto econômico no SSS.
Assuntos
Custos e Análise de Custo , Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica , Saúde SuplementarRESUMO
INTRODUÇÃO: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é um distúrbio crônico e progressivo, que evolui com o declínio da função pulmonar. Embora sua cronicidade, são comuns períodos de agudização acompanhados de Insuficiência Respiratória Aguda hipercápnica, requisitando permanência nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) para reversão da falência respiratória. O desmame na DPOC ocupa até 58% da VM, logo, se faz necessário estratégias específicas para otimização desse processo, com a utilização de modos e ajustes ventilatórios que promovam um desmame precoce e efetivo. OBJETIVO: Verificar os efeitos da Ventilação com Pressão de Suporte quando comparado com modos e estratégias distintas no desmame de pacientes com DPOC. MÉTODOS: Revisão sistemática, construída seguindo critérios do PRISMA, registrada na PROSPERO (CRD42022362228). Considerados elegíveis ensaios clínicos controlados randomizados que avaliaram o modo PSV em comparação com modos e estratégias distintas, em pacientes com diagnóstico de DPOC, em VMI, sem delimitação de ano/idioma. Foram excluídos artigos incompletos, duplicados e indisponíveis aos recursos de recuperação. Desfechos de interesse foram: duração do desmame, tempo de permanência na UTI e mortalidade. A estratégia foi aplicada nas bases: PubMed, Cochrane, SciELO, e Biblioteca Virtual em Saúde. As ferramentas Escala PEDro e RevMan Web foram utilizadas para análise da qualidade dos estudos e risco de viés, respectivamente. RESULTADOS: Incluídos 8 artigos. 6 mostraram significância estatística, apresentando menor tempo de desmame no grupo ASV (24 (2062) h versus 72 (24144) h PSV) (p=0,041); mais dias na UTI quando comparado com o modo PAV (p<0,001). PSV foi mais eficaz nos mesmos desfechos quando comparado com a estratégia Tubo-T. Houve diferenças quanto a taxa de mortalidade com o modo NAVA. CONCLUSÃO: Fica evidente que o modo PSV quando em relação a modos ventilatórios assistidos, tem potencial de fornecer piores desfechos associados ao processo de desmame da ventilação invasiva de pacientes com DPOC.
INTRODUCTION: Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD) is a chronic and progressive disorder that evolves with the decline in lung function. Despite its chronicity, periods of exacerbation accompanied by hypercapnic Acute Respiratory Failure are common, requiring a stay in Intensive Care Units (ICU) and Invasive Mechanical Ventilation (IMV) to reverse respiratory failure. Weaning in COPD occupies up to 58% of the MV, therefore, specific strategies are needed to optimize this process, using ventilatory modes and adjustments that promote early and effective weaning. OBJECTIVE: To verify the effects of Pressure Support Ventilation when compared with different modes and strategies in weaning patients with COPD. METHODS: Systematic review, constructed following PRISMA criteria, registered at PROSPERO (CRD42022362228). Randomized controlled clinical trials that evaluated the PSV mode in comparison with different modes and strategies, in patients diagnosed with COPD, on IMV, without delimitation of year/language, were considered eligible. Incomplete, duplicate and unavailable articles were excluded. Outcomes of interest were: duration of weaning, length of stay in the ICU and mortality. The strategy was applied in the bases: PubMed, Cochrane, SciELO, and Biblioteca Virtual em Saúde. The PEDro Scale and RevMan Web tools were used to analyze study quality and risk of bias, respectively. RESULTS: Included 8 articles. 6 showed statistical significance, showing shorter weaning time in the ASV group (24 (2062) h versus 72 (24144) h PSV) (p=0.041), and more days in the ICU when compared to the PAV mode (p<0.001). PSV was more effective on the same outcomes when compared with the T-tube strategy. There were differences in the mortality rate with the NAVA mode. CONCLUSION: It is evident that the PSV mode, when compared to assisted ventilation modes, has the potential to provide worse outcomes associated with the process of weaning from invasive ventilation in patients with COPD.
Assuntos
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica , Respiração Artificial , DesmameRESUMO
ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: Chronic obstructive pulmonary disease (COPD) is characterized by airflow obstruction, although it compromises the lungs, it also produces significant systemic consequences. The objective of this study was to analyze the relationship between pro-inflammatory cytokines and nociceptive threshold in rats with porcine pancreatic elastase-induced COPD. METHODS 144 animals were randomly distributed into 3 different models: nociceptive phasic pain at tail-flick test (TF), inflammatory pain in the Freund's complete adjuvant model (CFA) and neuropathic pain in the sciatic nerve constriction model (CCI). 21 days after tracheal instillation of elastase the COPD was established, and the nociceptive threshold was evaluated at different times. RESULTS: The animals with COPD in TF had a shorter latency time and higher levels of IL-1b, IL-6 and TNF-alpha cytokines. In the CFA and CCI model, the animals with COPD showed an increase in the mechanical hyperalgesia and the levels of IL-1b, IL-6 and TNF-alpha were greater in plasma up to 24 hours. CONCLUSION: Animals with COPD have higher levels of pro-inflammatory cytokines and reduced nociceptive thresholds, suggesting a relationship between COPD and increased nociception.
RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) caracteriza-se pela obstrução do fluxo aéreo e, embora comprometa os pulmões, produz importantes consequências sistêmicas. O objetivo deste estudo foi analisar a relação entre citocinas pró-inflamatórias e limiar nociceptivo em ratos com DPOC induzida por elastase pancreática suína. MÉTODOS: Cento e quarenta e quatro animais foram distribuídos aleatoriamente em três modelos diferentes: dor fásica nociceptiva no teste de retirada de cauda (TF), dor inflamatória no modelo de adjuvante completo de Freund (CFA) e dor neuropática no modelo de constrição do nervo ciático (CCI). Vinte e um dias após a instilação traqueal de elastase a DPOC foi estabelecida e o limiar nociceptivo foi avaliado em diferentes períodos. RESULTADOS: Os animais com DPOC apresentaram menor tempo de latência de retirada e maiores níveis das citocinas IL-1β, IL-6 e TNF-alfa no T F. No modelo CFA e CCI, os animais com DPOC apresentaram aumento da hiperalgesia mecânica e os níveis de IL-1β, IL-6 e TNF-alfa foram maiores no plasma até 24 horas. CONCLUSÃO: Animais com DPOC apresentam níveis mais elevados de citocinas pró-inflamatórias e limiares nociceptivos reduzidos, sugerindo uma relação entre DPOC e aumento da nocicepção.
RESUMO
ABSTRACT Introduction: Obstructive sleep apnea (OSA) affects an important part of the population and is characterized by recurrent total or partial obstruction of the upper airway (UA) during sleep, negatively affecting the quality of life of patients in the short and long terms, and constituting an important public health problem for the society. The field of expertise of orthodontists is closely related to the UA, placing them in a strategic position to diagnose air passage failures and intervene when necessary. Orthodontists, as health professionals, must know how to recognize respiratory problems and manage them appropriately, when indicated. Objective: Thus, this paper aims to review and critically evaluate the related literature, to provide orthodontists with updated knowledge on the diagnosis and therapy related to OSA. Science and technology are constantly evolving; thus, the literature was also reviewed considering new technologies available in consumer-targeted applications and devices for the diagnosis, monitoring, and treatment of sleep-disordered breathing.
RESUMO Introdução: A apneia obstrutiva do sono (AOS) afeta uma importante parcela da população e caracteriza-se pela obstrução total ou parcial recorrente da via aérea superior (VAS) durante o sono, o que afeta negativamente a qualidade de vida dos pacientes no curto prazo e no longo prazo, e constitui importante problema de saúde pública para a sociedade. A área de atuação do ortodontista está em íntima relação com a VAS, o que o coloca em uma posição estratégica para diagnosticar falhas na passagem de ar e intervir quando necessário. É imperativo que o ortodontista, como profissional da saúde, saiba reconhecer problemas respiratórios e manejá-los de maneira apropriada, quando indicado. Objetivo: O objetivo desse artigo é revisar e avaliar criticamente a literatura pertinente, para proporcionar ao ortodontista conhecimento atualizado sobre o diagnóstico e terapêutica relacionados à AOS. Ciência e tecnologia estão em constante evolução; portanto, a literatura também foi revisada considerando as novas tecnologias disponíveis em aplicativos e dispositivos direcionados aos consumidores para o diagnóstico, monitoramento e tratamento dos distúrbios respiratórios do sono.
RESUMO
ABSTRACT Objective: The Mallampati classification system has been used to predict obstructive sleep apnea (OSA). Upper airway soft tissue structures are prone to fat deposition, and the tongue is the largest of these structures. Given that a higher Mallampati score is associated with a crowded oropharynx, we hypothesized that the Mallampati score is associated with tongue volume and an imbalance between tongue and mandible volumes. Methods: Adult males underwent clinical evaluation, polysomnography, and upper airway CT scans. Tongue and mandible volumes were calculated and compared by Mallampati class. Results: Eighty patients were included (mean age, 46.8 years). On average, the study participants were overweight (BMI, 29.3 ± 4.0 kg/m2) and had moderate OSA (an apnea-hypopnea index of 26.2 ± 26.7 events/h). Mallampati class IV patients were older than Mallampati class II patients (53 ± 9 years vs. 40 ± 12 years; p < 0.01), had a larger neck circumference (43 ± 3 cm vs. 40 ± 3 cm; p < 0.05), had more severe OSA (51 ± 27 events/h vs. 24 ± 23 events/h; p < 0.01), and had a larger tongue volume (152 ± 19 cm3 vs. 135 ± 18 cm3; p < 0.01). Mallampati class IV patients also had a larger tongue volume than did Mallampati class III patients (152 ± 19 cm3 vs. 135 ± 13 cm3; p < 0.05), as well as having a higher tongue to mandible volume ratio (2.5 ± 0.5 cm3 vs. 2.1 ± 0.4 cm3; p < 0.05). The Mallampati score was associated with the apnea-hypopnea index (r = 0.431, p < 0.001), BMI (r = 0.405, p < 0.001), neck and waist circumference (r = 0.393, p < 0.001), tongue volume (r = 0.283, p < 0.001), and tongue/mandible volume (r = 0.280, p = 0.012). Conclusions: The Mallampati score appears to be influenced by obesity, tongue enlargement, and upper airway crowding.
RESUMO Objetivo: A classificação de Mallampati tem sido usada para prever a apneia obstrutiva do sono (AOS). As estruturas de tecidos moles das vias aéreas superiores são propensas a deposição de gordura, sendo a língua a maior dessas estruturas. Como existe uma relação entre um grau mais elevado na classificação de Mallampati e maior obstrução da orofaringe, aventamos a hipótese de que a classificação de Mallampati está relacionada com o volume da língua e com um desequilíbrio entre o volume da língua e o da mandíbula. Métodos: Homens adultos foram submetidos a avaliação clínica, polissonografia e TC das vias aéreas superiores. O volume da língua e o volume da mandíbula foram calculados e comparados conforme a classificação de Mallampati. Resultados: Foram incluídos 80 pacientes (média de idade: 46,8 anos). Em média, os participantes do estudo apresentavam sobrepeso (IMC = 29,3 ± 4,0 kg/m2) e AOS moderada (índice de apneias e hipopneias = 26,2 ± 26,7 eventos/h). Os pacientes da classe IV de Mallampati eram mais velhos que os da classe II (53 ± 9 anos vs. 40 ± 12 anos; p < 0,01) e apresentavam maior circunferência do pescoço (43 ± 3 cm vs. 40 ± 3 cm; p < 0,05), AOS mais grave (51 ± 27 eventos/h vs. 24 ± 23 eventos/h; p < 0,01) e maior volume da língua (152 ± 19 cm3 vs. 135 ± 18 cm3; p < 0,01). Os pacientes da classe IV de Mallampati também apresentavam maior volume da língua que os da classe III (152 ± 19 cm3 vs. 135 ± 13 cm3; p < 0,05), bem como maior relação entre o volume da língua e o da mandíbula (2,5 ± 0,5 cm3 vs. 2,1 ± 0,4 cm3; p < 0,05). A classificação de Mallampati apresentou relação com o índice de apneias e hipopneias (r = 0,431, p < 0,001), o IMC (r = 0,405, p < 0,001), a circunferência do pescoço e da cintura (r = 0,393, p < 0,001), o volume da língua (r = 0,283, p < 0,001) e o volume da língua/volume da mandíbula (r = 0,280, p = 0,012). Conclusões: A classificação de Mallampati aparentemente é influenciada pela obesidade, aumento da língua e maior obstrução das vias aéreas superiores.
RESUMO
ABSTRACT Objective: Obstructive sleep apnea (OSA) is a highly prevalent chronic disease, associated with morbidity and mortality. Although effective treatment for OSA is commercially available, their provision is not guaranteed by lines of care throughout Brazil, making legal action necessary. This study aimed at presenting data related to the volume of legal proceedings regarding the access to diagnosis and treatment of OSA in Brazil. Methods: This was a descriptive study of national scope, evaluating the period between January of 2016 and December of 2020. The number of lawsuits was analyzed according to the object of the demand (diagnosis or treatment). Projections of total expenses were carried out according to the number of lawsuits. Results: We identified 1,462 legal proceedings (17.6% and 82.4% related to diagnosis and treatment, respectively). The projection of expenditure for OSA diagnosis in the public and private spheres were R$575,227 and R$188,002, respectively. The projection of expenditure for OSA treatment in the public and private spheres were R$2,656,696 and R$253,050, respectively. There was a reduction in the number of lawsuits between 2017 and 2019. Conclusions: Legal action as a strategy for accessing diagnostic and therapeutic resources related to OSA is a recurrent practice, resulting in inefficiency and inequity. The reduction in the number of lawsuits between 2017 and 2019 might be explained by the expansion of local health care policies or by barriers in the journey of patients with OSA, such as difficulties in being referred to specialized health care and low availability of diagnostic resources.
RESUMO Objetivo: A apneia obstrutiva do sono (AOS) é uma doença crônica altamente prevalente, associada a morbidade e mortalidade. Embora tratamentos efetivos para a AOS estejam disponíveis comercialmente, seu fornecimento não é garantido pelos fluxos de atendimento em todo o Brasil, tornando necessária a judicialização. Este estudo teve como objetivo apresentar dados referentes ao volume de processos judiciais relacionados ao acesso ao diagnóstico e tratamento da AOS no Brasil. Métodos: Estudo descritivo de abrangência nacional, avaliando o período entre janeiro de 2016 e dezembro de 2020. O número de demandas judiciais foi analisado de acordo com o objeto da demanda (diagnóstico ou tratamento). As projeções das despesas totais foram realizadas de acordo com o número de demandas judiciais. Resultados: Foram identificados 1.462 processos judiciais (17,6% e 82,4% referentes a diagnóstico e tratamento, respectivamente). A projeção dos gastos com o diagnóstico da AOS nas esferas pública e privada foi de R$ 575.227 e R$ 188.002, respectivamente. A projeção dos gastos com o tratamento da AOS nas esferas pública e privada foi de R$ 2.656.696 e R$ 253.050, respectivamente. Houve redução do número de demandas judiciais entre 2017 e 2019. Conclusões: A judicialização como estratégia de acesso a recursos diagnósticos e terapêuticos relacionados à AOS é uma prática recorrente, resultando em ineficiência e iniquidade. A redução do número de demandas judiciais entre 2017 e 2019 pode ser explicada pela expansão das políticas locais de saúde ou por barreiras na jornada dos pacientes com AOS, como dificuldades de encaminhamento para atendimento especializado e a baixa disponibilidade de recursos diagnósticos.