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Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1574554

RESUMO

Este estudo investigou se a cor da pele das vítimas da violência policial influenciava os argumentos utilizados frente a esse tipo de violência. Participaram deste estudo 105 residentes de João Pessoa (Brasil) (idade M = 25,31; DP = 7,5). Utilizou-se um questionário com uma reportagem fictícia, na qual o suspeito de praticar um assalto havia sido gravemente agredido por um policial. Em uma condição, mencionava-se que o suspeito era branco e, em outra, que ele era negro. Os participantes foram convidados a escrever um texto justificando seus posicionamentos acerca do fato ocorrido. As respostas foram analisadas por meio do Iramuteq. Quando o suspeito era branco, a maioria dos posicionamentos (65 %) discordavam da ação policial, justificando-se que o uso da violência era ilegal ou arbitrário. Quando o suspeito era de cor negra, a maioria dos posicionamentos era de concordância com o uso da violência (51,43 %), justificando-se a mesma como medida de punição do suspeito e como procedimento necessário dada a ineficácia da justiça no combate ao crime. Concluiu-se que o posicionamento frente à violência policial consiste numa das expressões da discriminação contra negros e contribui para a manutenção de hierarquias raciais no Brasil.


Este estudio investigó si el color de piel de las víctimas de violencia policial influyó en los argumentos utilizados ante este tipo de violencia. 105 residentes de João Pessoa (Brasil) participaron del estudio (edad M = 25.31; DT = 7.5). Se utilizó un cuestionario con un informe ficticio, en el que el sospechoso de haber cometido una agresión había sido agredido gravemente por un agente de policía. En una condición, se mencionó que el sospechoso era blanco y, en otra, que era negro. Se pidió a los participantes que escribieran un texto que justificara sus opiniones sobre el evento. Las respuestas se analizaron utilizando Iramuteq. Cuando el sospechoso era blanco, la mayoría de las posiciones (65 %) estaban en desacuerdo con la acción policial, justificando que el uso de la violencia fue ilegal o arbitrario. Cuando el sospechoso era negro, la mayoría de las posiciones estaban de acuerdo con el uso de la violencia (51.43 %), justificándola como una especie de castigo al sospechoso y como un procedimiento necesario dada la ineficacia de la justicia en la lucha contra el crimen. Se concluyó que la posición frente a la violencia policial es una de las expresiones de discriminación contra los negros y contribuye al mantenimiento de las jerarquías raciales en Brasil.


This study investigated whether the skin color of the victims of police violence influenced the arguments used in the face of this type of violence. 105 residents of João Pessoa (Brazil) participated in this study (age M = 25.31; SD = 7.5). A questionnaire with a fictitious report was used, in which the suspect of committing an assault had been seriously attacked by a police officer. In one condition, it was mentioned that the suspect was white and, in another, that he was black. Participants were asked to write a text justifying their views on the event. The responses were analyzed using Iramuteq. When the suspect was white, most of the positions (65 %) disagreed with the police action, justifying that the use of violence was illegal or arbitrary. When the suspect was black, most of the positions were in agreement with the use of violence (51.43 %), justifying it as a kind of punishment of the suspect and as a necessary procedure given the ineffectiveness of Justice in fighting against the crime. It was concluded that the position in the face of police violence is one of the expressions of discrimination against blacks and contributes to the maintenance of racial hierarchies in Brazil.

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