RESUMO
Introdução: Delirium é uma disfunção cerebral aguda, associado ao aumento da mortalidade e morbilidade, que atinge frequentemente o paciente adulto/idoso crítico. O enfermeiro tem um papel determinante na prevenção/controlo do delirium, através da implementação de intervenções não farmacológicas. Objetivo: Conhecer as intervençoÌes de enfermagem na identificaçaÌo, prevençaÌo e controlo do delirium no paciente adulto/idoso crítico. Materiais e métodos: Realizada uma Revisão Integrativa da Literatura de artigos publicados entre 2014 e 2018, que identificaram intervenções de enfermagem dirigidas aÌ prevençaÌo e controlo do delirium no paciente adulto/idoso crítico. Foram realizadas quatro pesquisas, nas bases de dados electroÌnicas da EBSCOhost e na B-on. Resultados: Identificaram-se 13 estudos, que apresentam intervenções de enfermagem, maioritariamente naÌo farmacoloÌgicas, para prevençaÌo e controlo do delirium no paciente adulto/idoso crítico. Destas, evidenciam-se intervenções relacionadas com o ambiente, promoçaÌo do sono, intervençaÌo terapeÌutica precoce, avaliaçaÌo cognitiva e orientaçaÌo dos pacientes, intervençoÌes sistematizadas em protocolos, bem como intervençoÌes direcionadas aÌ participaçaÌo dos familiares, aÌ formaçaÌo dos enfermeiros e ao ensino dos pacientes. Foram tambeÌm identificados fatores de risco para o desenvolvimento do delirium e instrumentos de avaliaçaÌo. Discussão: A prevenção do delirium é importante e imperativa, já que nos pacientes críticos a sua ocorrência está associada ao aumento da mortalidade, morbilidade, do tempo de internamento e a um elevado custo hospitalar. A identificação dos fatores de risco para a ocorrência do delirium devem estar incluídos nos protocolos de abordagem do delirium. Conclusão: As evideÌncias demonstraram que o enfermeiro eÌ fundamental na identificaçaÌo precoce, prevençaÌo e controlo do delirium, evitando a progressaÌo da doença, contribuindo para a diminuiçaÌo da morbilidade e mortalidade. A intervençaÌo de enfermagem deve incluir a identificaçaÌo de fatores predisponentes e/ou precipitantes de modo a contribuir para a diminuiçaÌo da ocorreÌncia e/ou resoluçaÌo do quadro de delirium.
Introduction: Delirium is an acute brain dysfunction, associated with increased mortality and morbidity, which often affects critically ill adult/elderly patients. Nurses have a crucial role in the prevention/control of delirium, through the implementation of non-pharmacological interventions. Objective: To know the nursing interventions in the identification, prevention and control of delirium in adult/critical elderly patients. Materials and Methods: An Integrative Literature Review of articles published between 2014 and 2018 was carried out, which identified nursing interventions aimed at the prevention and control of delirium in adult/critical elderly patients. Four searches were carried out, in the electronic databases of EBSCOhost and B-on. Results: 13 studies were identified, which present nursing interventions, mostly non-pharmacological, for the prevention and control of delirium in adult/critical elderly patients. Of these, interventions related to the environment, sleep promotion, early therapeutic intervention, cognitive assessment and patient orientation, interventions systematized in protocols, as well as interventions aimed at the participation of family members, the training of nurses and the teaching of patients are evident. Risk factors for the development of delirium and assessment tools were also identified. Discussion: The prevention of delirium is important and imperative, since its occurrence in critically ill patients is associated with increased mortality, morbidity, length of stay and a high hospital cost. The identification of risk factors for the occurrence of delirium should be included in delirium management protocols. Conclusions: Evidence has shown that nurses are essential in the early identification, prevention and control of delirium, preventing the progression of the disease, contributing to the reduction of morbidity and mortality. The nursing intervention must include the identification of predisposing and/or precipitating factors to contribute to the reduction of the occurrence and/or resolution of delirium.
Introducción: El delirio es una disfunción cerebral aguda, asociada con un aumento de la mortalidad y la morbilidad, que afecta con frecuencia a pacientes adultos/ancianos críticamente enfermos. Las enfermeras tienen un papel crucial en la prevención/control del delirio, a través de la implementación de intervenciones no farmacológicas. Objetivo: Conocer las intervenciones de enfermería en la identificación, prevención y control del delirio en pacientes adultos/ancianos críticos. Materiales y métodos: Se realizó una Revisión Integrativa de la Literatura de artículos publicados entre 2014 y 2018, que identificaron intervenciones de enfermería dirigidas a la prevención y control del delirio en pacientes adultos/ancianos críticos. Se realizaron cuatro búsquedas, en las bases de datos electrónicas de EBSCOhost y B-on. Resultados: Se identificaron 13 estudios que presentan intervenciones de enfermería, en su mayoría no farmacológicas, para la prevención y control del delirio en pacientes adultos/ancianos críticos. De estas, se evidencian intervenciones relacionadas con el medio ambiente, la promoción del sueño, la intervención terapéutica temprana, la evaluación cognitiva y la orientación del paciente, intervenciones sistematizadas en protocolos, así como intervenciones dirigidas a la participación de los familiares, la formación de enfermeras y la enseñanza de los pacientes. También se identificaron factores de riesgo para el desarrollo de delirio y herramientas de evaluación. Discusión: La prevención del delirio es importante e imperativa, ya que su ocurrencia en pacientes críticos se asocia con aumento de la mortalidad, morbilidad, estancia hospitalaria y alto costo hospitalario. La identificación de factores de riesgo para la aparición de delirio debe incluirse en los protocolos de manejo del delirio. Conclusión: La evidencia ha demostrado que los enfermeros son esenciales en la identificación temprana, prevención y control del delirio, previniendo la progresión de la enfermedad, contribuyendo para la reducción de la morbimortalidad. La intervención de enfermería debe incluir la identificación de factores predisponentes y/o precipitantes para contribuir a la reducción de la ocurrencia y/o resolución del delirio.
Assuntos
Papel do Profissional de Enfermagem , Delírio , Enfermagem de Cuidados Críticos , Unidades de Terapia IntensivaRESUMO
RESUMO O delirium é uma condição importante em pacientes críticos, com impactos em longo prazo em termos de mortalidade, condição cognitiva e funcional, e qualidade de vida. Apesar do progresso ocorrido nos anos recentes em seu diagnóstico, prevenção e tratamento, seu impacto continua relevante, de forma que é necessário explorar novas estratégias de prevenção e tratamento. Dentre as estratégias preventivas não farmacológicas, relatos recentes sugerem o papel da terapia ocupacional por meio de uma série de intervenções que podem ter impacto no desenvolvimento do delirium. O objetivo desta revisão é avaliar os estudos que discutem o papel da terapia ocupacional na prevenção do delirium em populações de pacientes críticos, além de sugerir perspectivas para pesquisas nesta área.
ABSTRACT Delirium is a relevant condition in critically ill patients with long-term impacts on mortality, cognitive and functional status and quality of life. Despite the progress in its diagnosis, prevention and management during the last years, its impact persists being relevant, so new preventive and therapeutic strategies need to be explored. Among non-pharmacologic preventive strategies, recent reports suggest a role for occupational therapy through a series of interventions that may impact the development of delirium. The aim of this review is to evaluate the studies evaluating the role of occupational therapy in the prevention of delirium in critically ill patient populations, and suggests perspectives to future research in this area.
Assuntos
Humanos , Terapia Ocupacional/métodos , Cognição/fisiologia , Delírio/prevenção & controle , Qualidade de Vida , Estado Terminal/psicologiaRESUMO
Delirium is the most frequent and severe clinical presentation of brain dysfunction in critically ill septic patients with an incidence ranging from 9% to 71%. Delirium represents a significant burden for patients and relatives, as well as to the health care system, resulting in higher costs, long-term cognitive impairment and significant risk of death after 6 months. Current interventions for the prevention of delirium typically involve early recognition and amelioration of modifiable risk factors and treatment of underlying conditions that predisposes the individual to delirium. Several pharmacological interventions to prevent and treat delirium have been tested, although their effectiveness remains uncertain, especially in larger and more homogeneous subgroups of ICU patients, like in patients with sepsis. To date, there is inconsistent and conflicting data regarding the efficacy of any particular pharmacological agent, thus substantial attention has been paid to non-pharmacological interventions and preventive strategies should be applied to every patient admitted in the ICU. Future trials should be designed to evaluate the impact of these pharmacologic interventions on the prevention and treatment of delirium on clinically relevant outcomes such as length of stay, hospital mortality and long-term cognitive function. The role of specific medications like statins in delirium prevention is also yet to be evaluated.
RESUMO
Delirium é uma emergência geriátrica, com grande prevalência entre os idosos internados, de alto custo financeiro à saúde pública e grande impacto negativo na Qualidade de Vida e no prognóstico dos pacientes. Por ser uma condição clínica multifatorial, múltiplas estratégicas - farmacológicas e não farmacológicas - devem ser abordadas para sua prevenção. Assim, o objetivo deste trabalho foi revisar as evidências do uso da terapia farmacológica para a profilaxia do delirium, por meio de busca eletrônica de ensaios clínicos randomizados publicados nos últimos 10 anos nas bases de dados MEDLINE e LILACS. Foram incluídos 11 artigos. As classes utilizadas foram antipsicóticos, anticolinesterásicos e outras. A maioria dos trabalhos tinha população composta apenas por idosos, submetidos a cirurgias diversas. Dos cinco estudos que analisaram os antipsicóticos, apenas um não apresentou efetividade na profilaxia do delirium. Os três artigos que avaliaram os anticolinesterásicos demonstraram que essa classe não é efetiva na prevenção dessa doença. Outros fármacos, como a gabapentina e a melatonina, também mostraram diminuição significativa do delirium. A risperidona e a olanzapina podem ser boas opções em idosos submetidos a procedimentos cirúrgicos de emergência para profilaxia de delirium. O mesmo benefício não pode ser atribuído aos anticolinesterásicos. A gabapentina e a melatonina mostraram-se promissoras no arsenal profilático de combate a essa doença, mas, pelos poucos dados disponíveis, são necessários novos trabalhos. Apesar da importância do delirium em pacientes clínicos, quase não há artigos para sua profilaxia farmacológica, fato que abre oportunidades para estudos adicionais...
Delirium is a geriatric emergency, with high prevalence among hospitalized elderly, high financial cost to the Public Health, and great negative impact on Quality of Life and prognosis of patients. Being a multifactorial clinical condition, multiple strategies - both pharmacologic and non-pharmacologic - should be addressed to prevent them. The aim of this study was to review the evidence of the use of pharmacologic therapy for the prevention of delirium, by electronic search for randomized controlled trials published in the last 10 years in MEDLINE and LILACS databases. We included 11 articles. The drug classes used were antipsychotics, cholinesterase inhibitors and others. Most of the work was composed only of elderly population who underwent varied surgeries. Of the five studies that analyzed antipsychotics, only one showed no efficacy in the prophylaxis of delirium. The three articles evaluating cholinesterase inhibitors showed that this class is not effective in preventing this disease. Other medications such as gabapentin and melatonin also showed a significant decrease of delirium. Risperidone and olanzapine can be good options for elderly who are undergoing emergency procedures for prophylaxis of delirium. The same benefit cannot be attributed to anticholinesterase. Gabapentin and melatonin proved to be a promising prophylactic arsenal for fighting this disease, but as limited data are available, further work is needed. Despite the importance of delirium in nonsurgical patients, there are nearly no articles on its pharmacologic prophylaxis in this setting, this creating an opportunity for further studies...