RESUMO
O presente estudo teve como principais objetivos caraterizar a violência ocorrida sobre enfermeiros(as) hospitalares portugueses por parte de utentes e contribuir para a adaptação de uma escala sobre violência no trabalho em contexto português. Os dados foram recolhidos através de um inquérito online. Participaram no estudo 191 enfermeiros(as), 91.6% dos quais mulheres. Os resultados indicaram que a violência psicológica, em comparação com a vicariante e física, foi a mais frequente. Por exemplo, 56% dos profissionais referiram sentirem-se observados fixamente enquanto estavam a trabalhar quatro ou mais vezes durante o último ano, ao passo que 2.1% referiu ter sido ameaçado com uma arma com a mesma frequência e período de referência. Observou-se ainda que determinados serviços (e.g., urgências) estavam mais associados à ocorrência de violência, nomeadamente física, e que a violência estava associada a uma saúde psicológica mais pobre. O estudo inclui ainda a referência a possibilidades de intervenção neste domínio.
The main goal of the present study was to characterize the violence against nurses by patients in Portuguese hospitals, and to contribute to the adaptation of a scale for violence at work in the Portuguese context. Data were collected through a survey available online. A total of 191 nurses (91.6% were women) participated in the study. The results indicated that psychological violence, as compared with vicarious and physical violence, was the most frequent. For example, 56% of professionals reported feeling observed fixedly while working, four or more times during the past year, while 2.1% claimed to have been threatened with a gun with the same frequency and reference period. It was also observed that certain departments (e.g., emergency) were more associated with violent occurrences, in particular physical violence, and that violence was associated with poorer psychological health. The study also includes reference to intervention possibilities in this field.
El presente estudio tuvo como principales objetivos caracterizar la violencia a los(as) enfermeros(as) por parte de usuarios de hospitales portugueses, y contribuir a la adaptación de una escala sobre violencia laboral en el contexto portugués. Los datos se recopilaron a través de una encuesta online. Participaron en el estudio 191 enfermeros, 91.6% son mujeres. Los resultados indicaron que la violencia psicológica, en comparación con la vicariante y física, fue la más frecuente. Por ejemplo, el 56% de los profesionales indicaron sentirse observados fijamente mientras estaban trabajando cuatro o más veces durante el último año, mientras que 2.1% afirmó haber sido amenazado con un arma con la misma frecuencia y período de tiempo. Se observó además que determinados servicios (e. g., urgencias) estaban más asociados a la ocurrencia de violencia, en particular la física, y que esta violencia estaba asociada a una salud psicológica más pobre. Este estudio tiene referencias a posibles intervenciones en este campo.