Higiene oral: estrtégia para redução de infecção na unidade de terapia intensiva cardiológica / Oral hygiene: a strategy to reduce infection in a cardiac intensive care unit

RESUMO

OBJETIVO: Verificar a efetividade da higiene bucal como forma de redução da microbiota patogênica causadora da pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) em pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) cardíaca. MÉTODO: Comparação da microbiota oral obtida através do exame de swab, antes e após a realização da higiene oral com clorexidina a 0,12%. Cada paciente foi avaliado (exame de swab) em dois períodos em até 24 horas a partir da sua chegada na UTI e após 48 horas ou após 72 horas. Se houve alta após 48 horas da admissão, o exame foi realizado 48 horas depois; se houve alta após 72 horas da admissão, o exame foi realizado 72 horas depois. Além disso, foi verificada a presença de saburra lingual através de exame visual. A amostra foi coletada em 16 pacientes, de ambos os sexos, com média de idade de 61,8 anos. RESULTADOS: A saburra lingual foi considerada espessa em 68,75% dos pacientes, o que caracterizava uma higienização deficiente. Após as sessões de higiene oral, 81,25% dos indivíduos apresentaram redução da quantidade de cocos e bacilos Gram negativos, os quais representam a potencial flora patogênica bucal. Quando a segunda avaliação da microbiota oral foi realizada após 72 horas, 100% dos indivíduos apresentaram alteração positiva (redução da quantidade de cocos e bacilos Gram negativos); já quando a microbiota foi reavaliada após 48 horas, 75% dos participantes apresentaram alteração positiva em relação à patogenicidade das bactérias. CONCLUSÃO: É possível reduzir a microbiota patogênica potencialmente causadora de PAVM através da higiene oral, no presente trabalho realizada com a associação de métodos químico e mecânico. (AU)

ABSTRACT

OBJECTIVE: To verify the effectiveness of oral hygiene as a means of reducing the pathogenic microbiota that causes ventilator-associated pneumonia (VAP) in patients admitted to a cardiac Intensive Care Unit (ICU). METHODS: Comparison between oral microbiota obtained by swab, before and after oral hygiene with 0.12% chlorhexidine. Each patient was assessed (swab test) at two time points within 24 hours after ICU admission and after 48 hours or 72 hours. If hospital discharge occurred more than 48 hours after admission, the test was conducted 48 hours later if discharge occurred more than 72 hours after admission, the test was conducted 72 hours later. In addition, the presence of tongue plaque was determined by visual examination. The sample was collected from 16 patients of both sexes, with a mean age of 61.8 years. RESULTS: Tongue plaque was considered thick in 68.75% of patients, characterizing poor hygiene. After the oral hygiene sessions, 81.25% of subjects presented with a reduction in the number of Gram-negative cocci and bacilli, which represent the potential pathogenic oral flora. When the second evaluation of the oral microbiota was performed after 72 hours, 100% of subjects presented with positive change (reduction in the amount of Gram-negative cocci and bacilli), whereas when the microbiota was revaluated after 48 hours, 75% of the subjects presented with positive change in terms of bacterial pathogenicity. CONCLUSION: It is possible to reduce the pathogenic microbiota with the potential to cause VAP by means of oral hygiene, carried out in this study with a combination of chemical and mechanical methods. (AU)