Síndrome de fragilidade em ambulatório de cardiogeriatria / Cardiac surgery outpatient frailty syndrome

RESUMO

FUNDAMENTOS A síndrome da fragilidade (SF) compromete a reserva funcional e o processo de homeostase, incluindo o cardiovascular, resultando em importantes consequências clínicas, como incapacidade funcional, aumento do número de quedas, hospitalizações, piores prognósticos e elevadas taxas de mortalidade. Acomete cerca de 7% dos indivíduos com idade > a 65 anos e 25­40% dos com ≥ 80 anos. O diagnóstico é de grande interesse na prática cardiológica tanto na identificação de pacientes com elevados riscos a reações adversas, como na tomada de decisões para possíveis estratégias terapêuticas, em especial as invasivas. OBJETIVO: Avaliar a prevalência da SF em pacientes idosos atendidos em ambulatório de Cardiogeriatria. MÉTODOS: Foi realizado estudo observacional analítico utilizando dados de consultas de prontuários, dos pacientes atendidos entre março e abril de 2017 em idosos acompanhados em ambulatório de Cardiogeriatria, selecionados consecutivamente. O diagnostico da SF foi estabelecido com aplicação de questionário, segundo os Critérios Fried, que compreendem perda de peso não intencional, fraqueza muscular, fadiga, redução da velocidade da marcha e redução do nível de atividade física. Os pacientes foram classificados em robustos, pré-frágeis e frágeis. As variáveis quantitativas foram apresentadas em forma de média, desvio padrão e gráficos. RESULTADOS: Foram analisados 217 prontuários, sendo incluído paciente com idades que variavam entre 70 -100 anos com idade média de 82 anos. Sendo que 58% eram do sexo feminino. Os principais diagnósticos cardiovasculares incluíram hipertensão arterial sistêmica em 90%, doença arterial coronária em 30%, insuficiência cardíaca em 15% e fibrilação atrial em 10% dos pacientes, com 36% destes apresentando mais de cinco doenças. Os medicamentos mais utilizados foram estatinas, AAS, diuréticos, betabloqueadores, bloqueadores dos receptores da angiotensina e Inibidores da Eca. De acordo com os critérios estabelecidos, foram encontrados 28,6% de idosos robustos, 44,2% préfrageis e 27,2% de frágeis. CONCLUSÃO: A partir dos resultados desta pesquisa constatou-se alta prevalência da SF nos idosos atendidos no ambulatório de cardiogeriatria, o predomínio da pré-fragilidade nesta faixa etária ressalta a importância da intervenção multiprofissional e a atenção destes profissionais para diminuir os efeitos desfavoráveis da SF e melhorando assim a qualidade de vida nesta população. (AU)