Avaliação do glicolipídio fenólico (PGL-I) no diagnóstico da hanseníase / ?

RESUMO

Foi realizada uma avaliação do teste de aglutinação de partículas de gelatina contendo o antígeno glicolipídio fenólico trissacarídico (PGL-I) no sorodiagnóstico da hanseníase (MLPA). Os pacientes foram separados de acôrdo com suas formas clínicas e tempo de tratamento, totalizando 1011 amostras. Nos pacientes paucibacilares (MHI e MHT), o teste MLPA não foi eficaz no diagnóstico sorológico e no acompanhamento dos pacientes em tratamento. Nos pacientes multibacilares (MHB e MHV) o teste MLPA demonstrou ser bastante sensível e específico e promissora a sua utilização no diagnóstico, no acompanhamento de pacientes multibacilares em tratamento, no diagnóstico de contatos hansenianos (suspeitos) e também no diagnóstico precoce de portadores sadios, sem sintomas aparentes (infecção subclínica). Para verificação da qualidade de um determinado teste sotológico, a Organização Mundial de Saúde (O.M.S.) recomenda que se determine o índice Kappa, utilizando como padrão o teste ELISA. O teste de aglutinação MLPA apresentou o índice Kappa de 0,852, classificado como quase perfeito (grau mais elevado do índice de Kappa). Os resultados do teste de MLPA foram também comparados com os resultados da bacterioscopia durante o tratamento dos hansenianos e se mostrou mais sensível apresentando um decréscimo mais lento dos títulos sorológicos do que a queda dos índice bacteriológicos. Devido à sua especificidade, sensibilidade, facilidade de execução e baixo custo, o teste sorológico MLPA associado à bacterioscopia e intradermoreação de Mitsuda constitui um teste bastante adequado no diagnóstico da hanseníase, principalmente da forma clínica mais grave da doença, a virchowiana.