Caracterização dos cistos odontogênicos glandulares: um estudo observacional retrospectivo / Characterization of glandular odontogenic cysts: a study observational retrospective

RESUMO

Cistos Odontogênicos Glandulares (COG) são lesões benignas originárias do epitélio ectomesenquimal do esmalte, sendo classificados como cistos odontogênicos de desenvolvimento. O objetivo deste trabalho foi traçar um perfil clínico, radiográfico e anatomopatológico dos COGs a partir de uma análise de dois casos clínicos diagnosticados na Clínica de Estomatologia do Departamento de Patologia e Diagnóstico Oral da Universidade Federal do Rio de janeiro e compará-los com relatos de casos obtidos na literatura. Foi realizado uma busca em prontuários na Clínica do ano de 2010 até 2019 onde foram selecionados dois casos clínicos dessa entidade que preenchiam os critérios elegibilidade. Clinicamente, ambos se apresentaram como aumentos de volume bem delimitados, assintomáticos, em localização incomum quando comparados com as revisões de literatura. Em exames de imagem, revelaram-se com imagens radiolúcidas uniloculares, bem delimitados com aproximadamente 04 centímetros nem seu maior diâmetro. O diagnóstico final foi feito a partir da análise anatomopatológica. Foi realizado busca na literatura incluindo apenas casos clínicos dessa lesão, analisou-se 65 casos clínicos distribuídos em 49 publicações científicas. A análise estatística da frequência de cada característica foi apresentada de forma descritiva, o gênero masculino acometeu 52% (n=34), a idade dos pacientes variou de 12 a 82 anos. A localização mais comum foi região anterior de mandíbula com 33% (n=22). Aspecto radiográfico unilocular bem delimitado caracterizou 65% dos casos, expansão óssea estava presente em 74% (n=38), ausência de deslocamento dentário em 64% (n=30). O rompimento de cortical óssea esteve presente em 51% (n=19). A modalidade de tratamento mais comum foi a enucleação com 56% (n=29). O tempo de acompanhamento variou de 06 meses a 15 anos. As características anatomopatológicas mais presentes em 74% (n = 37) dos casos foram a presença de microcistos intraepiteliais ou espaços semelhantes a ductos forrados por uma camada única de células cuboidais para colunares. Os casos encontrados na busca de prontuários variaram na localização e idade dos pacientes, nos outros aspectos, não foi encontrado alterações comparados com os dados da literatura. O conhecimento do perfil clínico e microscópico dessa entidade patológica é fundamental para o seu correto diagnóstico e tratamento. (AU)

ABSTRACT

Glandular Odontogenic Cysts (GOC) are benign, originating from the enamel ectomesenchymal epithelium, being classified as developmental odontogenic cysts. The objective of this work was to trace a clinical, radiographic and anatomopathological profile of the COGs from an analysis of two clinical cases diagnosed at the Stomatology Clinic of the Department of Pathology and Oral Diagnosis of the Federal University of Rio de Janeiro and compare them with case reports collect in literature. A search was carried out on medical records at the Clinic from 2010 to 2019, where two clinical cases of this entity that met the eligibility criteria were selected. Clinically, both separate as well-defined, asymptomatic swelling in an unusual location when compared to the literature reviews. In imaging exams, they were revealed with unilocular radiolucent images, well delimited with approximately 04 density in greater diameter. The final diagnosis was made from anatomopathological analysis. The literature search was performed including only clinical cases of this lesion, 65 clinical cases were analyzed, distributed in 49 scientific publications. A statistical analysis of the frequency of each characteristic was presented in a descriptive way, the male gender affected 52% (n = 34), the age of the patients ranging from 12 to 82 years. The most common location was the anterior mandible region with 33% (n = 22). Welldefined unilocular radiographic aspect characterized 65% of cases, bone expansion was present in 74% (n = 38), absence of tooth displacement in 64% (n = 30). Bone cortical disruption was present in 51% (n = 19). The most common treatment modality was enucleation with 56% (n = 29). The follow-up time ranged from 06 months to 15 years. The anatomopathological characteristics most present in 74% (n = 37) of the cases were the presence of intraepithelial or similar microcysts similar to ducts covered by a single layer of cuboidal cells for columnar. The cases found in the search for medical records varied in the location and age of the patients, in other aspects, no changes were found compared with the data in the literature. Knowledge of the clinical and microscopic profile of this pathological entity is essential for its correct diagnosis and treatment. (AU)