Saúde sexual e reprodutiva em Francisco Morato, com foco na saúde mulher em 2022

Coelho, Milene Borgui

RESUMO

Introdução:

A saúde reprodutiva vai além da preocupação com a saúde física, e é um elemento essencial para o bem-estar na vida das mulheres. Uma das principais dificuldades na institucionalização dos Direitos Reprodutivos e Sexuais das Mulheres é a sua efetiva implementação, com políticas e práticas que respeitem a autonomia e autodeterminação das mulheres sobre seu corpo e nas suas funções reprodutivas. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) atua na implementação de ações que garantem os direitos humanos das mulheres e que diminuem a morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis.

Objetivo:

Geral Analisar a situação da oferta de serviços voltados à Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR) das mulheres em Francisco Morato. Específicos descrever a organização e a distribuição dos serviços; levantar dados secundários relacionados à SSR dos últimos 5 anos; sintetizar uma linha de base relacionando os dados e a estrutura com documentos publicados por órgãos públicos.

Métodos:

Estudo retrospectivo de linha de base. Sintetizou dados quali-quantitativos coletados em 2022 pelo Instrumento de Conhecimento da Atenção Básica - Instituto de Saúde (ICAB-IS) e entrevistas com 3 Apoiadoras da Atenção Básica. Foram utilizados dados sobre SSR, coletados de janeiro de 2017 a dezembro de 2022, dos bancos de dados da Divisão de Vigilância Epidemiológica e do Serviço de Assistência Médica (SAME) do município. Os dados quantitativos foram sistematizados através de tabelas. Para a análise e interpretação dos dados, foram avaliadas as conformidades em relação aos documentos publicados por órgãos vinculados à saúde.

Resultados:

foi possível identificar que o município apresenta fragmentação dos cuidados em SSR, destacam-se a falta de protocolos específicos. Existe prevalência elevada de diagnóstico de sífilis e sífilis congênita. Uma das principais demandas citadas pelos entrevistados, além da sífilis, é o pré-natal. Há uma maior notificação de gestações de risco relacionadas a diabetes, hipertensão arterial e obesidade. O município não apresenta um padrão para condutas em relação a SSR de adolescentes.

Conclusão:

destaca-se a relevância de tratar de forma mais assertiva o assunto da sífilis adquirida e a sífilis congênita, a inserção dos homens no pré-natal e no planejamento reprodutivo e a saúde de mulheres imigrantes. Sobre o cuidado fragmentado, o mesmo deveria ser objeto de elaboração de uma Linha de Cuidado com integralidade e com base nos Direitos Sexuais e Reprodutivos. Por fim, torna-se necessário seguir avaliando o tema e que a partir de 2024 sejam realizadas novas investigações para acompanhamento do que foi implementado para melhoria e quais os pontos que representam fragilidades e fortalezas para esse processo.