Resposta humoral e celular em camundongos AIRmax e AIRmin tratados com crotoxina de Crotalus durissus terrificus

ABSTRACT

Crotoxin (CTX) is the most abundant protein present in the venom of the rattlesnake Crotalus durissus terrificus (C.d.t.), being the main responsible for its toxicity. The immunomodulatory, anti-inflammatory, antitumor and analgesic action is also attributed to this toxin, presenting, therefore, great therapeutic potential. AIRmax and AIRmin mice were used as an experimental model. These strains were phenotypically selected based on maximal or minimal acute inflammatory response (AIR) intensity, but did not differ in adaptive response, producing equivalent amounts of antibodies, under the same conditions. As they are heterogeneous strains, there is great variability in the immune response and, therefore, they are a suitable model for this study. The aim of this study is to investigate the immunomodulatory effects of crotoxin on the humoral response of mice of the AIR strains. For this, AIRmax and AIRmin mice were immunized with 50 µg/mL of HGG adsorbed on aluminum hydroxide subcutaneously (s.c). At 1 h before or 72 h after immunization, a dose of crotoxin (obtained from C.d.t. rattlesnake venom) was administered intraperitoneally (i.p.). The chosen dose was 40 µg/kg of weight, whose anti-inflammatory effects can be observed. Serum was obtained every 7 days, for 28 days in order to perform the ELISA test for IgG anti-HGG detection. In conjunction with these data, splenocyte proliferation assays and cytokine (IL-2, IFN-γ) assays were carried out in order to assess whether there was cell damage. The analysis of the results obtained revealed that the treatment with crotoxin did not cause a decrease in the production of antibodies in these strains. The proliferative capacity and secretion of cytokines also did not undergo significant changes. Therefore, we consider the need to purify a new batch of crotoxin for future immunosuppression assays.

RESUMO

A crotoxina (CTX) é uma proteína presente no veneno da cascavel Crotalus durissus terrificus (C.d.t.), sendo a principal responsável pela sua toxicidade. À essa toxina também são atribuídos a ação imunomodulatória, anti-inflamatória, anti-tumoral e analgésica, apresentando, portanto, grande potencial terapêutico. Neste trabalho, foram utilizados como modelo experimental camundongos AIRmax e AIRmin. Essas linhagens foram fenotipicamente selecionadas com base na intensidade da resposta inflamatória aguda (AIR) máxima ou mínima, mas não diferem na resposta adaptativa, produzindo quantidades equivalentes de anticorpos, nas mesmas condições. Por se tratarem de linhagens heterogêneas, observa-se grande variabilidade na resposta imune e, portanto, constituem um modelo adequado para este estudo. Assim, objetivamos, neste estudo, investigar os efeitos imunomodulatórios da crotoxina na resposta humoral e celular de camundongos das linhagens AIR. Para isso, camundongos AIRmax e AIRmin foram imunizados com 50 µg/mL de HGG (Gama Globulina Humana) adsorvido em hidróxido de alumínio por via subcutânea (s.c). Em 1h antes ou 72h após a imunização foi administrada por via intraperitoneal (i.p.) 40 µg/kg de peso corporal de crotoxina (obtida do veneno da cascavel C.d.t.) que corresponde à 0,5 da DL 50 previamente determinada nestas linhagens. Os soros foram obtidos a cada 7 dias, durante 28 dias, a fim de realizar o teste ELISA para detecção de IgG anti-HGG. Em conjunto com esses dados foram conduzidos ensaios de proliferação de esplenócitos e dosagem de citocinas (IL-2, IFN-γ), a fim de avaliar supressão da proliferação. A análise dos resultados obtidos revelou que o tratamento com crotoxina não causou a diminuição na produção de anticorpos nessas linhagens. A capacidade proliferativa e a secreção de citocinas também não sofreram alterações significativas. Portanto consideramos a necessidade de purificar uma nova partida de crotoxina para futuros ensaios de imunossupressão.