Ausência de correlaçäo entre a ausculta de sibilos e a gravidade da asma / Absence of correlation between wheezingauscultation and asthma severity

RESUMO

Objetivo: Avaliar a correlaçäo entre a presença, a intensidade e a fase ventilatória da ausculta de sibilos, com a gravidade da obstruçäo brönquica em asmáticos moderados a grave. Pacientes e métodos: Trinta e três pacientes com asma moderada a grave foram avaliados em ambulatório, durante seis semamas (sete visitas)por dois observadores distintos e independentes. O observador 1 realizou os exames clínicos e a classificaçäo clínica da gravidade da asma. O observador 2 obteve as escalas analógicas visuais de sintomas (EVAS)e as espirometrias. Os pacientes foram distribuídos emdois grupos de acordo com a presença (SP) ou a ausência (SA) de sibilos. A presença de sibilos foi comparada com o VEF, e o VEF1/CVF durante a visita inicial e em 231 observaçöes ao longo do estudo. Resultado: Os sibilos estavam presentes em 19 (cinqüenta e sete, seis por cento) pacientes e ausentes em 14 (quarenta e dois, quatro por cento) na avaliaçäo inicial. Observaram-se sibilos inspiratórios e expiratórios em onze (34,4 por cento) destes asmáticos, apenas expiratórios em sete (21,9 por cento) e unicamente inspiratórios em um (3 por cento). A mediana do VEF, foi de 56,6 por cento do previsto para o grupo SP e de 55 por cento para o grupo SA. A intensidade dos sibilos näo se associou ao VEF, ou ao VEF1/CVF. Conclusöes: Nem a presença nem a intensidade dos sibilos se correlacionaram com a intensidade da obstruçäo brônquica medida pelo VEF1, em asmáticos moderados e graves. Portanto, o método de ausculta isolado é insuficiente para determinar com precisäo a gravidade da asma. A mensuraçäo da funçäo pulmonar é essencial para monitorizaçäo segura de pacientes ambulatoriais com asma moderada a grave.