Moving towards a comprehensive view of the spatial processes in seed dispersal networks: Embracing metacommunities.

RESUMO

A atual crise da biodiversidade requer abordagens eficientes para lidar com o empobrecimento contínuo das comunidades naturais e com o esgotamento das funções e dos serviços ecossistêmicos. Neste sentido, identificar espécies-chave que promovam o funcionamento dos processos ecológicos pode ser estratégico para guiar ações que visam a conservação e a restauração da biodiversidade. Métricas em nível dos nós em redes de interação podem ser úteis para identificar tais espécies-chave, já que quantificam o papel que cada espécie desempenha em organizar as interações. Além disso, os correlatos ecológicos dos papéis estruturais das espécies podem variar entre redes de interações locais e globais, refletindo os distintos mecanismos que atuam em diferentes escalas espaciais. Ao estudar redes de dispersão de sementes locais e uma meta-rede global que combina essas redes locais, Moulatlet et al. identificaram as características mais importantes para explicar a centralidade das espécies de aves em diferentes escalas espaciais. Eles encontraram a massa corporal como principal característica que explicava a centralidade na escala local, enquanto o tamanho da distribuição foi o principal preditor da centralidade das espécies na escala global. Nesta contribuição, além de avaliar redes de interação locais, Moulatlet et al. adotaram uma perspectiva biogeográfica ao tratar os sistemas de dispersão de sementes, ampliando nosso conhecimento sobre os possíveis mecanismos subjacentes à organização das interações quando mudamos a escala espacial de observação. Esforços futuros neste campo poderiam incluir uma escala intermediária, compreendendo o nível de metacomunidades, buscando esclarecer as relações entre processos locais e processos espaciais, ambos inseridos em domínios biogeográficos, ao determinar a organização das interações e os correlatos ecológicos dos papéis estruturais das espécies.