Perfil clínico-epidemiológico dos pacientes atendidos com queixas sugestivas de hemorragia digestiva alta no setor de emergência de hospital terciário de São Paulo / Clinical and epidemiological profile of patients with complaints suggestive of upper gastrointestinal bleeding in the tertiary hospital emergency room in São Paulo

RESUMO

Introdução: Hemorragia digestiva alta (HDA), sangramento gastrointestinal proximal ao ângulo de Treitz, tem sua incidência crescente devido ao envelhecimento da população e suas comorbidades. 80% dos casos são por causas não-varicosas, seguido pelo sangramento de varizes esofágicas. Conhecer o perfil desses pacientes permite traçar estratégias terapêuticas apropriadas. Objetivos: Descrever o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes atendidos na emergência do HSPM com queixas sugestivas de HDA entre dezembro de 2013 e maio de 2014. Casuística e Método: Estudo observacional retrospectivo, com seleção de pacientes a partir de pedidos de endoscopia digestiva alta (EDA) com hipótese diagnóstica de HDA. Resultados: Entre 44 EDAs, em 29% dos casos o diagnóstico foi hemorragia digestiva baixa, em 12% não foi evidenciado sangramento digestivo e em 26 a HDA foi confirmada. Destes, a maioria tinha 60 anos ou mais; pertencia ao sexo masculino; a comorbidade mais prevalente foi Diabetes Mellitus. Em 19% a HDA foi varicosa e 81% não varicosa. A úlcera péptica foi a principal etiologia específica, seguido por varizes esofágicas. Entre as HDA varicosas, 60% receberam vasoconstritor esplâncnico e 40% foram submetidos a tratamento endoscópico. Todos os pacientes receberam inibidor de bomba de prótons. 27% apresentaram instabilidade hemodinâmica e 50% receberam transfusão de hemoderivados. Cirurgia foi realizada em apenas 1 paciente. EDA second look foi realizada em 4 pacientes. A mortalidade foi de 30%. Conclusão: As características sóciodemográficas do estudo corroboram relatos prévios (predomínio em idosos, sexo masculino e HDA não varicosa). Os resultados intensificam a necessidade de instituir protocolos para sistematizar medidas aplicadas, gerar terapêutica qualificada e reduzir a mortalidade (AU)