O Impacto da Aptidão Cardiorrespiratória no Paradoxo da Obesidade em Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Reduzida / Impact of Cardiorespiratory Fitness on the Obesity Paradox in Heart Failure with Reduced Ejection Fraction
Arq. bras. cardiol
; 115(4): 639-645, out. 2020. tab, graf
Artigo
em Português
| Sec. Est. Saúde SP, LILACS
| ID: biblio-1131358
Biblioteca responsável:
BR1.1
RESUMO
Resumo Fundamento Índice de massa corporal (IMC) elevado tem sido associado a desfechos melhores em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida. Este achado tem levado ao conceito do paradoxo da obesidade. Objetivo:
Investigar o impacto de tolerância ao exercício e capacidade cardiorrespiratória no paradoxo da obesidade.Método:
Pacientes ambulatoriais com insuficiência cardíaca sintomática e fração de ejeção ventricular esquerda (FEVE) ≤ 40%, acompanhados no nosso centro, foram prospectivamente submetidos à avaliação abrangente de linha de base incluindo parâmetros clínicos, laboratoriais, eletrocardiográficos, ecocardiográficos e de exercício cardiopulmonar. A população do estudo foi dividida de acordo com o IMC (< 25, 25 - 29,9 e ≥ 30 kg/m2). Todos os pacientes foram acompanhados durante 60 meses. O desfecho composto foi definido como morte cardíaca, transplante cardíaco urgente ou necessidade de suporte circulatório mecânico. Valores de p < 0,05 foram considerados significativos.Resultados:
Dos 282 pacientes incluídos (75% masculino, 54 ± 12 anos, IMC 27 ± 4 kg/m2, FEVE 27% ± 7%), o desfecho composto ocorreu em 24,4% durante o acompanhamento. Os pacientes com IMC elevado eram mais velhos e apresentavam FEVE e níveis séricos de sódio mais elevados, bem como menor inclinação de eficiência ventilatória (VE/VCO2). VE/VCO2 e consumo de oxigênio de pico (VO2p) eram fortes preditores prognósticos (p < 0,001). Na análise univariada de regressão de Cox, o IMC elevado foi associado a desfechos melhores (razão de risco 0,940, intervalo de confiança 0,886 - 0,998, p 0,042). Porém, após ajustar para ou inclinação VE/VCO2 ou VO2p, o papel protetor do IMC sumiu. O benefício de sobrevida do IMC não foi evidente quando os pacientes foram agrupados de acordo com a classe de aptidão cardiorrespiratória (VE/VCO2, valor de corte de 35, e VO2p, valor de corte de 14 mL/kg/min).Conclusão:
Estes resultados sugerem que a aptidão cardiorrespiratória supera a relação entre o IMC e a sobrevida em pacientes com insuficiência cardíaca.ABSTRACT
Abstract Background:
Higher body mass index (BMI) has been associated with improved outcomes in heart failure with reduced ejection fraction. This finding has led to the concept of the obesity paradox.Objective:
To investigate the impact of exercise tolerance and cardiorespiratory capacity on the obesity paradox.Methods:
Outpatients with symptomatic heart failure and left ventricular ejection fraction (LVEF) ≤ 40%, followed up in our center, prospectively underwent baseline comprehensive evaluation including clinical, laboratorial, electrocardiographic, echocardiographic, and cardiopulmonary exercise testing parameters. The study population was divided according to BMI (< 25, 25 - 29.9, and ≥ 30 kg/m2). All patients were followed for 60 months. The combined endpoint was defined as cardiac death, urgent heart transplantation, or need for mechanical circulatory support. P value < 0.05 was considered significant.Results:
In the 282 enrolled patients (75% male, 54 ± 12 years, BMI 27 ± 4 kg/m2, LVEF 27% ± 7%), the composite endpoint occurred in 24.4% during follow-up. Patients with higher BMI were older, and they had higher LVEF and serum sodium levels, as well as lower ventilatory efficiency (VE/VCO2) slope. VE/VCO2 and peak oxygen consumption (pVO2) were strong predictors of prognosis (p < 0.001). In univariable Cox regression analysis, higher BMI was associated with better outcomes (HR 0.940, CI 0.886 - 0.998, p 0.042). However, after adjusting for either VE/VCO2 slope or pVO2, the protective role of BMI disappeared. Survival benefit of BMI was not evident when patients were grouped according to cardiorespiratory fitness class (VE/VCO2, cut-off value 35, and pVO2, cut-off value 14 mL/kg/min).Conclusion:
These results suggest that cardiorespiratory fitness outweighs the relationship between BMI and survival in patients with heart failure.
Aptidão Cardiorrespiratória; Body Mass Index; Breathing Exercises; Cardiorespiratory Fitness; Exercícios Respiratórios; Fração de Ejeção Ventricular; Heart Failure; Indice de Massa Corporal; Insuficiência Cardíaca; Obesidade; Obesity; Respiratory Function Tests; Stroke Volume; Testes de Função Respiratória
Texto completo:
Disponível
Coleções:
Bases de dados nacionais
/
Brasil
Contexto em Saúde:
ODS3 - Meta 3.4 Reduzir as mortes prematuras devido doenças não transmissíveis
Problema de saúde:
Doença Cardiovascular
/
Doenças do Sistema Endócrino
/
Obesidade
/
Outras Doenças Circulatórias
Base de dados:
LILACS
/
Sec. Est. Saúde SP
Assunto principal:
Aptidão Cardiorrespiratória
/
Insuficiência Cardíaca
Tipo de estudo:
Estudo prognóstico
Limite:
Feminino
/
Humanos
/
Masculino
Idioma:
Português
Revista:
Arq. bras. cardiol
Ano de publicação:
2020
Tipo de documento:
Artigo
Instituição/País de afiliação:
Hospital de Santa Marta/PT