Posicionamento Luso-Brasileiro de Emergências Hipertensivas 2020 / Luso-Brazilian Position Statement on Hypertensive Emergencies - 2020
Arq. bras. cardiol
; 114(4): 736-751, Abr. 2020. tab, ilus
Artigo
em Português
| CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP
| ID: biblio-1147643
Biblioteca responsável:
BR79.1
Localização: BR79.1
RESUMO
A emergência hipertensiva (EH) está integrada em um quadro nosológico mais geral denominado crise hipertensiva (CH). A CH representa situações clínicas que cursam com elevação aguda da pressão arterial (PA), geralmente níveis de PA sistólica (PAS) ≥ 180 mmHg e diastólica (PAD) ≥ 120 mmHg, que podem resultar ou não em lesões de órgãos-alvo (LOA) (coração, cérebro, rins e artérias).1-5 A CH pode se apresentar sob duas formas distintas em relação à gravidade e ao prognóstico a urgência hipertensiva (UH) e a EH. Casos de EH cursam com elevação acentuada da PA associada a LOA e risco imediato de morte, fato que requer redução rápida e gradual dos níveis tensionais em minutos a horas, com monitoramento intensivo e uso de fármacos por via endovenosa (EV).1-5 Ela pode se manifestar como um evento cardiovascular, cerebrovascular, renal ou na gestação, na forma de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia. Embora a definição clássica das duas apresentações da CH a descreva com valores acima dos 180/120 mmHg, atualmente o maior consenso se estabelece no conceito de que mais do que os valores é o dano ou o risco iminente de acometimento de órgãos-alvo que distingue a EH da UH. Assim, a UH caracteriza-se por elevações da PA, sem LOA e sem risco de morte iminente, fato que permite redução mais lenta dos níveis de PA em período de 24 a 48 horas. Atualmente, existe uma ampla discussão sobre a real existência do diagnóstico "urgência hipertensiva".6 Muitos preconizam que esta classificação necessita ser atualizada (se não abandonada) e que a maior importância diagnóstica é a observação dos sinais/sintomas e da disfunção aguda dos órgãos-alvo, mais do que no valor da PA. Outros acreditam que o termo correto deveria ser "elevação da PA sem LOA em evolução".5,7 Como visto, embora o nível de PA seja frequentemente muito elevado (≥ 180/120 mmHg), não é isso que define EH, mas o comprometimento dos órgãos-alvo. Portanto, o padrão numérico que define a CH é conceitual e serve como parâmetro de conduta, mas não deve ser usado como critério absoluto. Se a definição de CH hoje está mais universalmente aceita, a epidemiologia e prevalência desta condição são ainda questões de baixo conhecimento da comunidade científica. Na literatura, existem poucos estudos sobre o tema e todos eles com número limitado de participantes. Atualmente, discute-se a hipótese de a não adesão ao tratamento ser um dos fatores mais prevalentes na etiologia da CH, sem especificações quanto à separação entre UH e EH. Nos EUA, nos maiores estudos seriados a incidência de CH é de cerca de 4,8%, sendo 0,8% atribuída às EH.8,9 Outros centros mostram que a CH responde por uma taxa variável de 0,45 a 0,59% de todos os atendimentos de emergência hospitalar e 1,7% das emergências clínicas, sendo a UH mais comum do que a EH.10-12 Acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e edema agudo de pulmaÌo (EAP) são as situações clínicas mais encontradas nas EH.10,11 Estima-se que cerca de 1% dos indivíduos hipertensos possa vir a apresentar uma CH ao longo da sua vida.1,2 As situações clínicas envolvidas em uma EH, de acordo com as LOA, são mostradas na Tabela 1. A Tabela 2 mostra as principais situações relacionadas à UH.
Texto completo:
Disponível
Coleções:
Bases de dados nacionais
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Brasil
Contexto em Saúde:
ODS3 - Saúde e Bem-Estar
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ODS3 - Meta 3.4 Reduzir as mortes prematuras devido doenças não transmissíveis
Problema de saúde:
Meta 3.1: Reduzir a mortalidade materna
/
Hipertensão Arterial
/
Doença Cardiovascular
Base de dados:
CONASS
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Sec. Est. Saúde SP
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SESSP-IDPCPROD
Assunto principal:
Emergências
/
Hipertensão
Tipo de estudo:
Estudo prognóstico
/
Fatores de risco
País/Região como assunto:
América do Sul
/
Brasil
Idioma:
Português
Revista:
Arq. bras. cardiol
Ano de publicação:
2020
Tipo de documento:
Artigo
Instituição/País de afiliação:
Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga E P E/PT
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Centro Hospitalar de Vila Nova Gaia/PT
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Faculdade Estadual de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP)/BR
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Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais/PT
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Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA)/BR
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Faculdade de Medicina da Universidade do Porto/PT
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Hospital Escola da Universidade Fernando Pessoa/PT
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Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia/BR
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Liga de Combate à Hipertensão de Porto Alegre/BR
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Liga de Hipertensão Arterial da Universidade Federal de Goiás (UFG)/BR