Ainda existe espaço para a anticoagulação oral com varfarina em idosos? / Ainda existe um espaço para a anticoagulação oral com varfarina em idosos?
Arq. bras. cardiol
; 117(5 supl. 1): 104-104, nov., 2021.
Artigo
em Português
| CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP
| ID: biblio-1348631
Biblioteca responsável:
BR79.1
RESUMO
INTRODUÇÃO:
A fibrilação atrial (FA) é a arritmia sustentada mais frequente na prática clínica. Em idosos, sua prevalência é estimada em 8%, mostrando a relação dessa arritmia com o envelhecimento. A FA é importante causa de acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) e de outros eventos tromboembólicos. Assim, a anticoagulação oral (ACO) é uma medida importante para reduzir o risco de AVCi.OBJETIVO:
O presente estudo tem como objetivo revisar a terapia de ACO com varfarina em pacientes idosos com diagnóstico de FA, acompanhados em ambulatório de cardiogeriatria de um serviço terciário do Estado de São Paulo.MÉTODO:
Estudo transversal e retrospectivo, incluindo pacientes de 70 anos ou mais, com diagnóstico de FA, acompanhados em ambulatório, com consulta recente (de junho a agosto de 2021). Foram levantadas informações referentes ao uso de ACO, risco tromboembólico (escore CHA2DS2VASc), risco de sangramento (escore HASBLED) e causas da permanência sem ACO. Considerou-se como adequado controle da ACO um tempo na faixa terapêutica (TTR) maior que 60%. As variáveis quantitativas foram apresentadas em forma de média e desvio padrão.RESULTADOS:
No período, foram avaliados 229 pacientes portadores de FA, com idade média de 79,9 anos (+- 5,1), sendo 5,2% nonagenários, CHA2DS2VASc médio de 3,6 (+- 1,16), HASBLED médio de 2,7 (+- 0,9) e predomínio de mulheres (51%). Destes, 213 (93%) recebiam ACO, sendo 206 (97%) com varfarina e 7 (3%) com outros ACO. Entre aqueles em uso de varfarina, o TTR médio, calculado para os últimos 9 meses, foi de 50,3% (+ 28%), com média de 5 visitas (+- 2,15). Outros 16 pacientes (7%) permaneceram sem ACO, dos quais 3 foram submetidos a oclusão de apêndice atrial esquerdo. Os principais motivos para a permanência sem ACO foram labilidade de INR (50%), sangramento, recusa, má adesão, fragilidade (12,5% cada), e vulnerabilidade sócio-econômica (6%).CONCLUSÃO:
A população idosa muito se beneficia com a prevenção de AVCi com ACO, em termos de manutenção de funcionalidade e qualidade de vida. Neste estudo, pacientes idosos, incluindo nonagenários, com FA e alto risco para eventos tromboembólicos, apresentaram amplo uso de varfarina (97%) e taxa de anticoagulação aceitável (TTR médio 50,3%). Apenas 7% destes pacientes precisaram permanecer sem ACO, devido, especialmente, a labilidade de INR. Mostrando, assim, que é possível realizar ACO nesta população, inclusive com varfarina, com intervalos mais curtos entre as visitas (15-60 dias).
Texto completo:
Disponível
Coleções:
Bases de dados nacionais
/
Brasil
Base de dados:
CONASS
/
Sec. Est. Saúde SP
/
SESSP-IDPCPROD
Assunto principal:
Administração Oral
/
Anticoagulantes
Tipo de estudo:
Estudo observacional
/
Estudo de prevalência
/
Fatores de risco
Aspecto:
Preferência do paciente
Limite:
Idoso
Idioma:
Português
Revista:
Arq. bras. cardiol
Ano de publicação:
2021
Tipo de documento:
Artigo
/
Congresso e conferência
Instituição/País de afiliação:
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia/BR