Como as notícias sobre feminicídio íntimo são construídas por jornalistas / How news about intimate femicide is constructed by journalists

RESUMO

O feminicídio íntimo é um crime de ódio contra as mulheres pela condição de serem mulheres cuja motivação está ligada a questões de gênero. No Brasil, o feminicídio está ligado sobretudo às mortes em decorrência da violência doméstica, perpetrado por parceiros ou ex-parceiros íntimos, sendo um grave problema de saúde pública, uma vez que afeta de forma direta, a saúde física e mental, tanto de quem sofreu diretamente aquele ato violento, como da comunidade em que a mulher está inserida. O feminicídio é um tema constante nas coberturas jornalísticas, porém algumas questões caracterizam a sua abordagem favorecendo que determinadas vidas sejam consideradas menos dignas de serem enlutadas que outras. Alguns aspectos que influenciam nessa escolha estão contidos no campo jornalístico, um espaço de tensões e jogos de poder em que vigora tanto o capital simbólico como o econômico, através dos habitus dos jornalistas, das normas editoriais das empresas de comunicação e também da precariedade das condições de trabalho a que são submetidos os profissionais de imprensa.

ABSTRACT

Intimate femicide is a hate crime against women because they are women whose motivation is linked to gender issues. In Brazil, femicide is mainly linked to deaths as a result of domestic violence, perpetrated by intimate partners or ex-partners, being a serious public health problem, since it directly affects the physical and mental health of both those who directly suffered that violent act, as well as the community in which the woman is inserted. Femicide is a constant theme in journalistic coverage, but some issues characterize its approach favoring that certain lives are considered less worthy of mourning than others. Some aspects that influence this choice are contained in the journalistic field, a space of tensions and power games in which both symbolic and economic capital prevail, through journalists' habitus, editorial standards of communication companies and also in the precariousness of conditions. of work that press professionals are submitted to.