Expulsas do paraíso: reprodução de jovens mulheres vivendo com HIV / Expelled from paradise: the reproduction of young women living with HIV

RESUMO

Combinando técnicas de entrevista baseada em roteiro semiestruturado e observação participante dentro de um hospital na cidade do Rio de Janeiro, esta pesquisa com abordagem socioantropológica teve como objetivo compreender os significados da reprodução para jovens mulheres que vivem com HIV, bem como suas implicações para o campo da saúde. Para discorrer sobre a reprodução de jovens mulheres que vivem com HIV, levamos em consideração como as desigualdades estruturais podem limitar o acesso aos direitos reprodutivos e a percepção, e modificar a forma como essas mulheres dão significado às suas experiências. Os resultados indicam que independentemente das concepções conservadoras de que as jovens entrevistadas não podem exercer a sexualidade e/ou a reprodução porque são muito novas, os eventos do sexo e da gravidez continuam acontecendo. Por esse motivo, é importante pensar sobre as novas formas de viver a juventude, em especial, como as jovens se relacionam e exercem a sexualidade e a reprodução na atualidade. Por fim, concluímos que é importante fomentar o debate sobre a autonomia sexual e reprodutiva e reafirmar o corpo feminino e jovem como político e livre.

ABSTRACT

Combining semi-structured interviews and participant observation within a hospital in the city of Rio de Janeiro, this research with a socio-anthropological approach aimed to understand the meanings of reproduction for young women living with HIV, as well as its implications for the field of health. In order to discuss the reproduction of young women living with HIV, we take into account how structural inequalities can limit access to reproductive rights and perception, and change the way these women give meaning to their experiences. The results indicate that regardless of the conservative conceptions that the young women interviewed cannot exercise sexuality and/or reproduction because they are very young, the events of sex and pregnancy continue to happen. For this reason, it is important to think about the new ways of experiencing youth, in particular, how young people relate and exercise sexuality and reproduction today. Finally, we conclude that it is important to foment the debate on sexual and reproductive autonomy and to reaffirm the female and young body as political and free.