Influência da fragilidade e do declínio cognitivo na dupla-tarefa de idosos / Influence of frailty and cognitive decline in dual tasking in older adults
Ribeirão Preto; s.n; ago. 2022. 121 p.
Thesis
em Pt
| LILACS, BDENF
| ID: biblio-1561241
Biblioteca responsável:
BR26.1
RESUMO
Introdução:
O envelhecimento populacional é uma conquista da sociedade mundial. A expectativa de vida aumenta à medida que melhora a condição de vida das pessoas, bem como o acesso destas a serviços de saúde de qualidade. Entretanto, parte dos idosos apresenta algumas alterações físicas que, em conjunto, são denominadas fragilidade. Essa síndrome é responsável por deixar o organismo mais vulnerável e, dessa maneira, causar desfechos negativos aos idosos como quedas, incapacidades, hospitalização e aumento da mortalidade. No fenótipo da fragilidade cinco itens são avaliados, dentre eles, a lentidão na velocidade da marcha, que tem mostrado relação com a cognição dos idosos. Entretanto, ainda não há um consenso sobre a causalidade entre a lentidão da velocidade de marcha, a dupla tarefa e o declínio cognitivo.Objetivo:
Analisar a influência da fragilidade e do declínio cognitivo no desempenho da dupla-tarefa em idosos da comunidade de um município do interior de São Paulo.Método:
Estudo transversal, de análise descritiva e analítica, desenvolvido com idosos usuários de um serviço de atendimento de Geriatria em um município paulista. Os principais instrumentos utilizados foram dados sociodemográficos, Fenótipo de Fragilidade, Mini Exame de Estado Mental (MEEM), Time up and Go (TUG). Os dados foram digitados no programa Microsoft Excel®. Para análise estatística utilizou-se o programa computacional The SAS System for Windows (Statistical Analysis System), versão 9.2, SAS Institute Inc, 2002-2008, Cary, NC, USA. As médias dos idosos foram comparadas por meio do Teste t Student. Foram realizadas regressões lineares e múltiplas, a fim de analisar a correlação entre variáveis sociodemográficas, de saúde e fragilidade com a velocidade de marcha mobilidade durante a dupla-tarefa motora e dupla-tarefa cognitiva. Todos os testes adotaram nível de significância de p≤0.05.Resultados:
Participaram do estudo 219 idosos, com idade média de 72,55 (dp= 7,3) anos, predomínio na faixa etária de 60 a 79 anos (82,65%), maioria do sexo feminino (70,32%). A cor mais autorrelatada foi branca (69,41%), seguida da parda (17,35%); casados (52,05%), número médio de filhos foi de 3,04 e utilizavam o SUS (97,72%), como serviço de saúde predominante. A média da renda mensal foi de R$1459,60 reais (dp=934,55), sendo que a maioria, 155 idosos (70,78%), recebia mais do que um salário mínimo; 79,82% não tinham aposentadoria; 82,11% recebiam pensão; 94,04% tinham trabalho próprio e 94,95% residiam em imóveis alugados. A morbidade prevalente nessa população foi a hipertensão arterial (62,56%) seguida de artrite (46,12%), problemas de coluna (29,22%), diabetes mellitus (28,77%), ansiedade (24,20%) e sintomas depressivos (21,46%). A respeito da fragilidade, dois idosos (0,91%) foram caracterizados como não frágeis, 131 (59,82%) como pré-frágeis e 86 (39,27%) como frágeis. Quanto à cognição, 123 (57,48%) apresentavam declínio cognitivo. Na auto avaliação da memória, a maioria (52,05%) relatou boa memória e, quando comparada há um ano, 65,75% referiram ter se mantido igual. O tempo médio de marcha simples foi de 15,95 (7,02) segundos; na dupla-tarefa motora, o tempo médio foi de 17,64 (8,44) segundos e na dupla-tarefa cognitiva subiu para 23,88 (11,87) segundos. Os idosos com maior idade, do gênero feminino, sem companheiro, que não moravam sozinhos e com baixa escolaridade (0-4 anos) utilizaram mais tempo para realização da dupla-tarefa cognitiva e da dupla- tarefa motora, quando comparadas ao tempo de marcha simples. Pelos resultados da análise múltipla, verificou-se relação significativa de idade, hipertensão arterial, renda, fragilidade, asma/bronquite, número de morbidades e estado civil com a dupla-tarefa motora. Apesar de não ter sido constatada relação entre o declínio cognitivo e a diminuição de mobilidade velocidade de marcha, pode-se afirmar que os idosos que obtiveram maiores escores cognitivos foram os que alcançaram melhor desempenho na velocidade de marcha mobilidade quanto às duplas-tarefas analisadas.Conclusão:
Esse estudo analisou a influência da fragilidade e do declínio cognitivo no desempenho da dupla-tarefa em idosos da comunidade e os resultados mostraram que idosos frágeis tiveram uma piora significativa no desempenho da marcha, tanto em marcha simples como em dupla-tarefa motora/cognitiva, quando comparados aos idosos não-frágeis ou pré-frageis. Já os idosos com declínio cognitivo não obtiveram resultados tão diferentes dos idosos sem declínio. Apesar disso, os achados mostram que quanto maior a escolaridade, melhor é o desempenho da marcha em pessoas com mais de 60 anos de idade. Dessa maneira, fica evidente a importância de planos de cuidados e intervenções voltados para promoção de saúde para a população idosa, pelos benefícios que proporcionam para a melhora da qualidade de vida.Palavras-chave
Texto completo:
1
Coleções:
01-internacional
Base de dados:
BDENF
/
LILACS
Assunto principal:
Disfunção Cognitiva
/
Fragilidade
/
Comportamento Multitarefa
/
Geriatria
Limite:
Aged
/
Humans
Idioma:
Pt
Ano de publicação:
2022
Tipo de documento:
Thesis
País de publicação:
Brasil