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Possíveis causas de hepatotoxicidade relacionada ao extrato industrializado de kava-kava
Rio de Janeiro; s.n; 2005. 1 p. graf.
Monography em Pt | ColecionaSUS | ID: biblio-926114
Biblioteca responsável: BR1758.1
Localização: BR1758.1
RESUMO
Após a detecção de 3 casos suspeitos de hepatite fulminante relacionados ao uso de kava-kava no Hospital Geral de Bonsucesso, foi feita uma revisão bibliográfica, pelos residentes de farmácia, sobre este fitoterápico. As formas de manipulação, assim como a parte da planta utilizada para produzir o medicamento, influenciam a concentração final das substâncias presentes no extrato, alterando sua toxicidade hepática

Introdução:

O fitoterápico kava-kava é derivado da raiz da planta Piper methysticum G Forster da família Piperaceae, sendo utilizado como bebida cerimonial nos países do sul do Pacífico e, mundialmente, no tratamento de estresse emocional, ansiedade e insônia. Até recentemente, não era atribuída à kava-kava a ocorrência de toxicidade severa, exceto a kava-dermopatia, que ocorre devido ao seu uso excessivo. Mais tarde, 40 casos de hepatotoxicidade, aparentemente associados ao uso de kava-kava, foram descritos na Europa, EUA e outros países, o que fez com que alguns governos europeus suspendessem a venda de tais produtos.

Objetivo:

Investigar na literatura as possíveis causas de hepatotoxicidade relacionada à utilização do extrato padronizado de kava-kava.

Métodos:

Tendo em vista os 3 casos de hepatite fulminante possivelmente relacionados ao uso deste medicamento em um hospital geral, foi feito um levantamento bibliográfico sobre reações adversas e formas de utilização da planta. Resultados e Discussão O extrato tradicional de kava-kava é preparado na forma de decocto ou através da maceração do rizoma em uma solução de etanol/água a 25% e tem sido utilizado há séculos pelos povos do Pacífico, sem problemas de hepatotoxicidade. O extrato padronizado, utilizado pela indústria, ao qual estão relacionados todos os caso de falência hepática, utiliza ramos e folhas da planta e é preparado com acetona (³60%) ou etanol (³60%). Os extratos preparados com acetona ³80% ou etanol 96% contêm 100% de kavalactonas. A extração com etanol 25%, contém 15% e os extratos preparados com água, menos de 3%. Acredita-se que a toxicidade esteja relacionada à concentração de kavalactonas. Do extrato tradicional, foi isolado o glutation na proporção de 11 em relação às kavalactonas, enquanto que nos extratos industrializados este não foi encontrado. Acredita-se que o glutation tenha participação nos mecanismos de detoxificação através de sua ligação às kavalactonas pela CYP2D6, exercendo um efeito hepatoprotetor. Além disso, foram isoladas do caule substâncias que não estão presentes no rizoma, como o alcalóide pipermetisticina, supostamente responsável pela hepatotoxicidade das cápsulas de kava-kava industrializadas. Devido à baixa incidência dos efeitos hepatotóxicos, acredita-se que estes possam estar relacionados a uma rara reação imunológica ao metabólito, que pode estar associada a fatores genéticos. Em um pequeno subgrupo da Europa caucasiana, 7% a 9% dos indivíduos são homozigotos deficientes da CYP2D6, a principal enzima metabolizadora de kavalactonas. Já em moradores das Ilhas do Pacífico Sul, este índice é de 0%.

Conclusão:

A extração de kavalactonas e as partes da planta utilizadas influenciam sua concentração final e sua toxicidade hepática. Além disso, a genética parece ser um fator determinante para o desenvolvimento dessa toxicidade
Assuntos
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Coleções: 06-national / BR Base de dados: ColecionaSUS Tipo de estudo: Etiology_studies / Evaluation_studies Limite: Female / Humans / Male Idioma: Pt Ano de publicação: 2005 Tipo de documento: Monography País de publicação: Brasil
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Coleções: 06-national / BR Base de dados: ColecionaSUS Tipo de estudo: Etiology_studies / Evaluation_studies Limite: Female / Humans / Male Idioma: Pt Ano de publicação: 2005 Tipo de documento: Monography País de publicação: Brasil