Aspectos psicológicos de mulheres que se submeteram às tecnologias de reprodução assistida

RESUMO

A infertilidade configura-se como um problema universal, porém mais pronunciado em países em desenvolvimento. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, estima-se no século XXI, uma percentagem de infertilidade de 8 a 12%. Neste sentido, o presente trabalho tem por objetivo analisar nas mulheres, os aspectos psicológicos que estão presentes no processo de reprodução assistida. O método utilizado teve um delineamento qualitativo de caráter interpretativo. Foram avaliadas 11 mulheres na faixa etária de 20 a 41 anos, que estavam pela primeira vez participando do processo de reprodução assistida. Estas mulheres foram encaminhadas pelo serviço de reprodução assistida do Hospital Fêmina. O instrumento utilizado foi uma entrevista semiestruturada, que foi gravada e posteriormente transcrita e a análise de dados foi realizada através do procedimento de análise de conteúdo de Bardin(2003). Este estudo constatou que a relação das mulheres entrevistadas apresenta uma relação com características da pré-genitalidade com suas próprias mães, sendo que estas demonstram um discurso que representa um pensamento de pouca subjetividade psíquica. A representação paterna dá-se com características falhas, que não cumprem o papel interditor da relação mãe-bebê. As fantasias mais frequentes encontradas foram de incapacidade de ser mãe, bem como a de ter problemas orgânicos além de psicológicos. A representação de filho se deu de uma forma idealizada, sendo que as vezes vem cumprir o papel de desejo de filho e em poucos casos o desejo de constituir família