Intersetorialidade: Interlocuções possíveis nas ações de promoção da saúde entre a estratégia de saúde da família e a escola

RESUMO

Objetivo: Este trabalho propõe-se a compreender como ocorrem as ações intersetoriais no território Santa Rita, na cidade de Marau/RS, identificando dificuldades ou potencialidades nas ações de promoção à saúde na escola. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória, realizada com profissionais da Estratégia de Saúde da Família e da escola. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista individual semiestruturada, gerando dados que foram, posteriormente, analisados com base na análise de conteúdo, no modelo da análise temática. Resultados: O resultado do estudo demonstrou que não há uma compreensão geral dos entrevistados quanto ao conceito de intersetorialidade, havendo uma visão reduzida sobre a concepção de saúde e as ações de promoção dessa. As ações de promoção da saúde realizadas na escola não se caracterizam como práticas intersetoriais, visto serem raras e pontuais, sem a participação dos diferentes setores e atores no processo de planejamento, execução e avaliação. O diálogo entre o setor da saúde e o da educação é influenciado pela dificuldade de entendimento sobre os papéis de ambos, pela falta de tempo e pela rotatividade dos profissionais e pelo excesso de demanda. Conclusão: Constata-se que a articulação intersetorial entre esses setores, ao se direcionar às ações de promoção da saúde, precisa ser fortalecida e incentivada pelos gestores por meio da implantação de políticas que possibilitem a produção de saúde com transformações efetivas na qualidade de vida e saúde de indivíduos e coletivos. Assim como a articulação setorial e tais ações precisam estar incorporadas às práticas cotidianas dos profissionais.