Escravidão, doenças e práticas de cura no Brasil / Slavery, diseases and healing practices in Brazil
Rio de Janeiro; Outras Letras; c2016. 308 p.
Monografia
em Português
| HISA - História da Saúde
| ID: his-37012
Biblioteca responsável:
BR1273.1
Localização: BR1273.1; 362.8496981, P644e
RESUMO
Trata-se, pois, de uma perspectiva original, que ambiciosa romper a barreira do silêncio para dar espaço aos corpos de pessoas que, mesmo sendo escravizadas, ativamente apropriaram-se daquilo que ninguém jamais será capaz de possuir completamente. Se, juridicamente falando, o corpo do escravo era tido como propriedade alheia, desprovido de vontade própria ou autonomia, na prática sabemos que corpos são também fronteiras para expressão da cultura, carregam linguagens próprias, confirmam hábitos, crenças e afetos. Isso sem esquecer do seu papel como território de resistência. A historiografia internacional sobre escravidão nas Américas tem ressaltado a importância do estudo das experiências do corpo escravo, enfocando,substancialmente, as experiências femininas de escravidão, influenciadas pela vivência da maternidade. Esses estudos críticos têm imposto uma reflexão a respeito das complexas questões relacionadas à instituição da escravidão; sistema baseado na apropriação legal do corpo e da força de trabalho e perpassado, igualmente, pela condição de gênero. A mulher escravizada e seu corpo foram duplamente apropriados como ferramenta de trabalho geradora de riquezas e como espaço de reprodução da escravidão. Recuperar uma história dos corpos envolvidos em tão duras condições de subalternidade e, ao mesmo tempo, rever as narrativas propostas por uma história da medicina monopolizada pelo saber médico masculino, eurocentrado e aparentemente vitorioso, é um limite que começamos a alcançar por meio de novos estudos e abordagens, presentes neste livro. Os textos também nos ajudam a entender práticas dos próprios escravizados que cuidavam de seu corpo a parti de ensinamentos trazidos de seu continente e experiências pregressas. Voltamos, portanto, nossos olhos, mais uma vez, para corpos escravizados, mas neles descobrimos horizontes de experiências das durezas da escravidão e das alegrias das vivências sociais, comunitárias, familiares e amorosas. (AU)
Buscar no Google
Coleções:
Bases de dados temática
Base de dados:
HISA - História da Saúde
Assunto principal:
Trabalho
/
Doença
/
Corpo Humano
/
História da Medicina
/
Medicina Tradicional
Limite:
Humanos
País/Região como assunto:
América do Sul
/
Brasil
Idioma:
Português
Ano de publicação:
2016
Tipo de documento:
Monografia