Objeto amoroso: sina ou escolha? Reflexões acerca do inconsciente a partir das contribuições freudianas / Love object: fact or choice? Reflections about the unconscious from the freudians contributions

RESUMO

Freud (1915/1996) aponta, em seu artigo intitulado “O inconsciente”, a ideia de que um objeto amoroso nunca é encontrado, mas sempre reencontrado. Isto é, a vivência do amor passa sempre pela reedição de determinados objetos infantis, amados ou odiados, remetidos, sobretudo, à triangulação edípica. É pela via da repetição que o sujeito busca reencontrar estes mesmos objetos, o que o faz construir, muitas vezes, a depender da repetição, um destino funesto, marcado pelo intenso sofrimento. O presente trabalho buscou refletir acerca da presença do inconsciente nas repetições das escolhas amorosas do sujeito, ainda que a queixa venha permeada de um ressentimento pela sua sina, vivenciada como advinda do acaso ou de uma suposta falta de sorte. Utilizou-se, para tanto, de dois estudos de caso, atendidos através da psicoterapia de base analítica. A análise dos casos foi ilustrada com fragmentos das falas das próprias pacientes.(AU)

ABSTRACT

Freud (1915/1996) affirms in his article titled “The Unconscious” (Freud, 1915), the idea that a love object is never found, but always re-found. That is, the existence of love always goes through the re-edition of certain childish objects, loved or hated, ren3itted, mainly, to the oedipal triangulation. Through repetition, the individual searches for re-finding those same objects, what makes him/her to build, many times, depending on the repetition, a “fatal fate”, marked by intense suffering. The present work aimed to reflect about the presence of the unconscious in the repetitions of love choices of the individual, even if the complaint comes permeated with resentment for his/her fate, experienced as if it had come by chance or from a supposed lack of luck. Two studies of cases were used for that, attended through the analytic-based psychotherapy. The analysis of the cases was illustrated with fragments of speeches from the own patients.(AU)