A psicanalista Curiosa e os 7 padrões / The Curious Psychoanalyst and the 7 Patterns

RESUMO

Partindo da sua experiência clínica, que se foi cruzando ao longo do tempo com a literatura e pensamentos seus nas temáticas associadas, a oradora pretende partilhar e discutir alguns pontos de vista nascidos e criados no campo terapêutico, particularmente no que se refere à repetição de alguns padrões em pacientes ligados às artes e à cultura. Estes padrões repetitivos relacionam-se com a elevada frequência com que estes pacientes não reconhecem os seus progenitores como figuras de autoridade moral e ética, assim como com a tendência para não recorrerem ao mecanismo de defesa recalcamento para lidar com os seus conflitos internos e ainda com a recorrência de fenómenos vivenciados como traumáticos ao longo do desenvolvimento. O fenómeno traumático associa-se assim empírica e inevitavelmente à abordagem deste tema, pelo que é incontornável a reflexão sobre a sua relação com o processo criativo, enquanto escapatória e transformação do terror internalizado, assim como as interligações com o recurso aos mecanismos de defesa. Revisitando Freud, Kohut e Blatt, a autora procura compreender esse processo de transformação interna através do modelo tectónico da mente e da analogia entre o Self e a Terra. Novos olhares sobre o tema, propõem ainda considerar três tipos de sublimação – introjectiva, anaclítica e mista – bem como uma predisposição genética para a expressão artística, vista como uma das etapas finais da cadeia simbólica(AU)

ABSTRACT

Building on clinical experience crossed with literature and thoughts on the associated theme, the speaker wishes to share and discuss some viewpoints raised and created on the therapeutic field, namely on the repetition of some patterns on patients connected to art and culture. These repetitive patterns are related to the high frequency with which these patients do not recognize their parents as figures of moral and ethical authority, to a tendency not to use the defense mechanism of repression to deal with their internal conflicts, and to the recurrence of phenomena experienced as traumatic throughout their development. The traumatic phenomena is thus inevitably and empirically associated to the approach to this theme, and consequently the reflection on its relation with the creative process as an escape and transformation of the internalized terror, and on the interconnections with the resource to the defense mechanisms is unavoidable. By revisiting Freud, Kohut and Blatt the author seeks to understand this process of internal transformation by using the tectonic model of the mind and the analogy between Self and Earth. New perspectives on this theme put forward the contemplation of three types of sublimation – introjective, anaclitic and mixed – and the genetic predisposition to artistic expression, considered as one of the final stages of the symbolic chain(AU)