O que dizem as mães daqueles que não escutam: implicações possíveis na constituição subjetiva da criança surda

RESUMO

Neste estudo investigamos o discurso materno sobre seu filho surdo. Participaram de nossa pesquisa três sujeitos, todos mães ouvintes, de filhos surdos. O estudo realizou-se na Escola Municipal Helen Keller de Caxias do Sul. Foram realizadas entrevistas não estruturadas, o que proporcionou maior flexibilidade na adaptação da entrevista ao entrevistado. As entrevistas foram gravadas em fitas cassete, num total de 120 min. Para cada entrevista , divididas em duas sessões. Esta investigação possui um caráter qualitativo, sendo o delineamento metodológico dado pelo estudo de caso. Utilizamos neste estudo duas unidades de análise sentimentos maternos ao receberem o diagnóstico de surdez do filho, e o significante surdez. Cada caso do estudo de caso foi, inicialmente, analisadoindividualmente, buscando-se aí a consistência do problema de pesquisa. Para a análise dos dados obtidos, similaridades e diferenças, utilizamos o referencial teórico psicanalítico. Os resultados demonstram, primeiramente, que o que denuncia a condição de surdo não é precisamente sua condição de ausência de audição, mas a falta da fala. Encontramos diferenças nos sentimentos maternos ao receberem a informação diagnóstica, muito particular ao seu próprio desenvolvimento estrutural. Verificamos, em nosso estudo, que o ambiente escolar favorece o processo identificatório da criança surda (AU)