Sobre a constituição subjetiva: o corpo e a continuidade da existência

ABSTRACT

O presente trabalho tem por objetivo apontar a importância do estatuto e da função do corpo na constituição subjetiva. Para tal, articulamos a problemática do corpo à sensação de continuidade da existência. Neste sentido, corpo e tempo não podem ser concebidos isoladamente. Delineamos a noção de corpo em Freud, privilegiando seus textos datados a partir de 1914. Ao postular o narcisismo, o autor apresenta a subjetividade como uma invenção de dois adultos, o que nos abre um leque imenso de possibilidades de formas de existir. Visamos indicar como a problemática do corpo e a do tempo estão atreladas na constituição subjetiva. Recorremos a Winnicott e Ferenczi, autores que tratam da constituição subjetiva a partir da relação com o outro, permitindo que tenhamos a noção de corpo e de tempo como balizadores. Dois fragmentos clínicos são apresentados a fim de circunscrever formas particulares do corpo garantir a continuidade da existência (AU)