ABSTRACT
Contexto: Leucemia cutânea é uma doença rara que se caracteriza pelo acometimento da pele por células leucêmicas. As lesões dermatológicas podem preceder as alterações hematológicas, serem concomitantes a ela ou coincidirem com a piora da neoplasia. O exame dermatológico constitui parte essencial na avaliação de pacientes portadores ou com suspeita de neoplasia hematológica. Descrição do caso: Homem branco, de 65 anos, referia mialgia, emagrecimento e adenomegalia palpável, sendo diagnosticado, por meio de exames complementares, como portador de leucemia mieloide aguda. Após suspensão de quimioterapia devido a efeitos adversos, surgiram lesões eritematosas-violáceas, infiltradas, na região anterior do tórax, membros inferiores e superiores. O resultado do exame histopatológico e imunoistoquímico das lesões de pele foi compatível com infiltração cutânea por leucemia mieloide aguda. Discussão: O envolvimento extramedular da leucemia pode acometer a pele, estruturas subperiostais do crânio, gengiva e outras estruturas moles. Estima-se que apenas 2% a 10% dos pacientes com leucemia apresentem infiltração cutânea, sendo mais comum dentre os pacientes com leucemia mieloide. Na maioria dos casos, é impossível deduzir, a partir das manifestações cutâneas, o tipo de leucemia subjacente. Conclusão: Devido à variabilidade clínica, o diagnóstico de leucemia cutânea é um desafio, sendo necessária, muitas vezes, a abordagem multidisciplinar. O exame histopatológico e colorações imunoistoquímicas específicas para identificar a origem da neoplasia são fundamentais, uma vez que o acometimento cutâneo secundário é indicador de pior prognóstico.
Subject(s)
Humans , Male , Middle Aged , Skin , Skin Diseases , Skin Neoplasms , Leukemia, Myeloid, Acute , Leukemic InfiltrationABSTRACT
Contexto: A psoríase é uma doença crônica com taxa de prevalência variável no mundo, e com uma infinidade de opções terapêuticas para o seu tratamento. Para as formas mais graves ou associadas a outras comorbidades, vem se destacando o uso dos imunobiológicos. Dentre estes, os antagonistas do fator de necrose tumoral alfa apresentam grande espectro de uso em todo o território nacional. Descrição do caso: Homem de 36 anos de idade, tabagista, fez uso de infliximabe por dois anos devido a espondilite anquilosante, com insucesso terapêutico, mas sem efeitos adversos. Devido à má resposta clínica, a medicação foi substituída por adalimumabe e, após quatro anos de uso deste imunobiológico, o paciente evoluiu com lesões eritematosas-descamativas encimadas por pústulas estéreis na região palmoplantar. Não tinha história pessoal ou familiar de psoríase, sendo realizado o diagnóstico de efeito paradoxal ao uso da medicação imunobiológica, caso raro. Discussão: Os efeitos adversos dos imunobiológicos incluem infecções, reativação de infecções latentes, insuficiência cardíaca, efeito paradoxal. Este último consiste no aparecimento de psoríase em pacientes que usavam imunobiológicos devido a outras doenças de base; exacerbação de uma psoríase já em tratamento; ou surgimento de novas formas de psoríase. São reações raras, porém causam grande prejuízo na qualidade de vida do paciente, podendo até interferir no tratamento em andamento. Conclusões: Os efeitos paradoxais são divididos entre lesões de novo nos pacientes ou exacerbação de uma patologia previamente existente. Isso dificulta o diagnóstico do efeito adverso e, muitas vezes, retarda o tratamento do paciente. Buscamos, com este relato, alertar os médicos sobre a doença e seu tratamento.