Aspectos epidemiológicos e o impacto clínico da hipertensão no indivíduo idoso / Epidemiologic aspects and clinical impact of arterial hupertension on the elderly subject

A hipertensão arterial (HA) é uma doença altamente prevalente em indivíduos idosos, tornando-se fator determinante na elevada morbidade e mortalidade dessa população. Entre os idosos, a hipertensão sistólica solada (HSI) predomina sobre a hipertensão diastólica ou combinada e, segundo o JNC-VII, é mais importante como fator de risco cardiovascular que a hipertensão arterial diastólica, recomendando que seu controle seja ) principal alvo no tratamento dessa população. A HA é reconhecida como um fator de risco maior para acidente vascular cerebral, doença arterial coronária, insuficiência cardíaca e insuficiência renal. Sua prevalência aumenta de forma progressiva com o envelhecimento, sendo maior nos pacientes com 75 anos ou mais de idade, ultrapassando os 70. Nos idosos, a presença je doença subclínica aumenta de maneira significativa ) risco de doença coronária nos pacientes com HA. Vá- rios estudos epidemiológicos demonstraram que a HA, principalmente a HSI, aumenta o risco de doença cardio- vascular, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Apesar dos vários estudos não se mostrarem uniformemente consistentes, a HA tem um impacto negativo na função cognitiva.

Dislipidemias em octogenários / Dyslipidemias in octogenarians

A abordagem do tratamento das dislipidemias nos pacientes com mais de 80 anos de idade deve ser cuidadosa e implica a análise de múltiplos dados, a saber: condições de saúde tanto funcional como cognitiva, fatores de risco associados, co-morbidades, presença de doença subclínica, e interação medicamentosa decorrente de polifarmácia. Enquanto o risco relativo de doença cardiovascular associada a dislipidemia diminui no idoso, o risco absoluto de morbidade e de mortalidade, ao contrário, aumenta com o envelhecimento. A razão colesterol total/HDL-colesterol representa a mais importante tração lipídica em octogenário, e a identificação de doença aterosclerótica subclínica na decisão de tratamento em prevenção primária. A avaliação clínica, associada à análise de segurança, tolerabilidade e preferência do paciente, devem ser consideradas em prevenção primária. Em prevenção secundária, recomenda se tratamento farmacológico, com introdução gradativa de fármaco, e monitorização cuidadosa de sintomas e intenções medicamentosas.

Síndromes coronárias agudas no idoso - Qual a diferença? / Acute coronary syndromes in advanced age - What is the difference?

Apesar de o último Censo (2000) ter verificado que a faixa etária que mais cresceu foi aquela com 75 anos ou mais e de o infarto do miocárdio ser a principal causa de óbito nessa idade, a limitação dos conhecimentos científicos dificulta o tratamento desses pacientes. A idade é o principal fator de risco da doença coronária, em decorrência do maior número de placas ateroscleróticas, da diminuição da reserva cardíaca, do perfil trombogênico desfavorável, e da maior prevalência de doenças subclínicas e co-morbidades cardíacas e extracardíacas. Os fatores de risco responsáveis pela progressão da aterosclerose ou pela precipitação de eventos são de grande importância. Os idosos apresentam alta prevalência de síndrome coronária aguda sem supradesnivelamento do segmento ST, além de características demográficas, clínicas e angiográficas diferentes dos mais jovens. A combinação de sintomas atípicos, a demora em procurar assistência médica e as dificuldades na interpretação do eletrocardiograma dificultam a triagem rápida e o diagnóstico precoce. Apesar de a doença coronária ser mais grave, os idosos são tratados de forma menos agressiva e com menor indicação de procedimentos invasivos. A eficácia da terapêutica nos idosos ainda precisa ser confirmada por estudos randomizados, como a terapêutica trombolítica. A melhora da sobrevida observada nos mais jovens não ocor- reu nos idosos, indicando que a conduta terapêutica adequada na fase aguda das síndromes coronárias agudas e a prevenção secundária efetiva podem melhorar o prognóstico do paciente idoso, diminuindo a mortalidade e a incapacidade...

Dermopatia pela amiodarona: apresentaçäo de três casos com biópsia / Skin diseases by amiodarone: report of 3 cases with biopsies

Três pacientes que usaram amiodarona por tempo prolongado e em doses elevadas apresentaram pigmentaçäo cutânea como efeito colateral da droga. A biópsia da pele revelou pigmentos alaranjados na derme superficial, respeitando a epiderme. Este efeito colateral pareceu-nos dever-se a fotossensibilidade, havendo, nestes casos, estreita relaçäo do evento com a exposiçäo à luz solar. Concluímos que este evento adverso do medicamento, embora seja um inconveniente estético para os pacientes, näo traz nenhum risco à vida, desaparece com a suspensäo da droga e näo deve limitar o uso do medicamento, em vista dos benefícios que este traz aos cardiopatas portadores de arritmias