Associaçäo entre endocardite bacteriana e neoplasias colorretais: relato de 4 casos / Association between bacterial endocarditis and colorectal neoplasia: report of four cases

A associaçäo entre infecçöes por Streptococus bovis, principalmente a endocardite e neoplasias colorretais é conhecida há bastante tempo. Mais recentemente associaram-se doenças hepáticas ao quadro, sugerindo-se a tríade endocardite por S. bovis, hepatopatia e neoplasia colorretal, adenoma ou carcinoma. O propósito deste trabalho é apresentar quatro doentes com quadro de entrada por endocardite bacteriana, em 3 deles comprovadamente por S.bovis, e muito provavelmente também no outro. Um paciente apresentava elevaçäo da AST, da ALT e da fosfatase alcalina. Dois destes pacientes eram portadores de câncer do cólon e um de adenoma viloso retal. O outro paciente, com antecedentes de síndrome de Linch, apresentou carcinoma cólico após 4 anos de endocardite. Todos foram tratados por cirurgias convencionais e estäo bem em períodos de 17 meses a 12 anos. Doentes portadores de sepse por S. bovis constituem grupo de risco para neoplasias colorretais. Devem ser investigados precocemente e seguidos a longo prazo. Pressupöe-se também avaliaçäo hepática

Operaçäo de thiersch com o emprego de fita de dacron: alternativa de exceçäo para procidência retal / Thiersch's operation using dacron ribbon: alternative for prolapse treatment

Os autores adotam de rotina a sacropromontopexia do reto para o tratamento da procidência. Em condiçöes de exceçäo empregaram a operaçäo de Thiersch modificada em sete doentes, seis deles com risco cirúrgico elevado. Em dois pacientes, a procidência näo era primária, e sim secundária a prolapso de anastomose colorretal pós-retossigmoidectomia abdominoperineal com anastomose retardada, sendo um destes pacientes o único em estado clínico satisfatório. A cerclagem anal foi feita por meio de fita de dacron obtida pela abertura longitudinal de prótese arterial de 7 mm de diâmetro, deixando-se o canal anal pérvio para uma polpa digital apertada do mínimo. O período de seguimento variou de cinco a 50 meses, tendo três doentes falecido em decorrência de afecçöes associadas. Como complicaçöes locais verificaram-se um caso de exposiçäo parcial da prótese, sem maiores consequências, outro de prolapso mucoso controlado por ligadura elástica e um outro de evacuaçäo obstruida. Esta última complicaçäo verificou-se em uma das pacientes com procidência secundária e prolapso de anastomose. A prótese foi retirada após um ano, ocasiäo em que se transformou a anastomose de colorretal em coloanal por via baixa. Näo ocorreu nenhuma recidiva. A cerclagem anal deve ser lembrada como alternativa em situaçöes de exceçäo. Mostrou-se útil na obtençäo de melhor qualidade de vida em doentes com prognóstico de sobrevida näo muito longa