Ulcera do cólon associada à aspirina / Colonic ulcer associated with aspirin

Os antiinflamátorios näo-esteróides (AINES) podem induzir o aparecimento de úlceras benignas do cólon. Localizam-se preferentemente no cólon direito e säo encontradas com mais frequência em pacientes com mais de 50 anos de idade. Podem causar hemorragia digestiva, perfuraçäo intestinal e dor abdominal. A colonoscopia é o melhor recurso diagnóstico. Em geral elas cicatrizam após a interrupçäo da droga. Devem ser lembradas em pacientes mais idosos, que fazem uso prolongado de AINES e que têm alguma queixa sugestiva de comprometimento gastrointestinal.

Hepatite associada à aspirina / Hepatitis associated with aspirin

Os autores relatam um caso de hepatite em paciente tomando altas doses de aspirina por longo período e fazem uma breve revisäo da literatura pertinente.

Emprego da endoscopia digestiva alta em pacientes dispépticos / Use of the upper gastrointestinal endoscopy in dyspeptic patients

Introduçao e objetivos. A dispepsia é uma síndrome que pode caracterizar a presença de doenças como câncer e úlcera péptica. O objetivo do estudo é realizar uma análise comparativa entre o padrao clínico da dispepsia e os achados endoscópicos, além de avaliar a necessidade de realizaçao da endoscopia digestiva alta em dispépticos. Métodos. Os 243 pacientes que preencheram os critérios de inclusao foram divididos em três grupos, segundo a sintomatologia: dispepsia do tipo úlcera (93 pacientes), do tipo dismotilidade (125) e do tipo refluxo (25). Alteraçoes como gastrite e duodenite nao-erosivas foram consideradas como lesoes inflamatórias mínimas. Resultados. No grupo com dispepsia do tipo úlcera, a taxa de endoscopias digestivas altas normais ou com lesoes inflamatórias mínimas foi de 36,6 por cento, sendo de 52 por cento no grupo do tipo refluxo e de 49,6 por cento no grupo do tipo dismotilidade. Nos três grupos, a lesao mais freqüente foi a úlcera duodenal. A taxa de endoscopias normais ou com lesoes inflamatórias mínimas foi significativamente maior no grupo do tipo dismotilidade, que no grupo do tipo úlcera (49,6 por cento vs. 36,6 por cento; P < 0,05). Nos pacientes com dispepsia do tipo dismotilidade a taxa de endoscopias normais ou com lesoes inflamatórias mínimas foi de 72,7 por cento naqueles com menos de 41 anos, sendo que lesoes neoplásicas nao foram encontradas nesse grupo. Conclusao. Segundo nossos achados, a endoscopia digestiva alta nao deveria ser prioritária nos pacientes com dispepsia do tipo dismotilidade com menos de 41 anos de idade. Tais pacientes constituem 18,1 por cento dos estudados, o que acarretaria diminuiçao importante na demanda por serviços de endoscopia.

Parasitoses intestinais e cirrose hepática / Intestinal parasitosis and hepatic cirrhosis

Os autores descrevem sua experiência em estudo prospectivo, com a prevalência das parasitoses intestinais em pacientes com cirrose hepática admitidos no Serviço de Gastroenterologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora, MG, Brasil, cujas fezes frescas foram examinadas pelos métodos de Hoffman-Pons-Janner, Baermann-Moraes e de Willis. Eles comparam os resultados dos exames de fezes com dois grupos controle e buscam uma relaçäo com a etiologia da cirrose. Uma prevalência mais alta de alguns parasitas foi observada na cirrose que em pessoas com outras doenças digestivas (Grupo I), principalmente para o Strongyloides stercoralis, encontrado em 40,2 por cento, sobretudo na cirrose alcoólica. Curiosamente, nenhum paciente do Grupo I, admitido no mesmo período, tinha estrongiloidíase. Um outro grupo, incluindo todas as pessoas que tiveram suas fezes examinadas no Hospital, tinha 1,91 por cento de infecçäo por aquele helminto (Grupo II). Uma comparaçäo é também feita com a prevalência em escolares com idade entre 7 e 14 anos, estudados oito anos antes (13,16 por cento). Outros parasitas foram também encontrados em diferente indidência entre aqueles com cirrose e os outros grupos, e os resultados säo apresentados. Concluem que a cirrose hepática deve ser incluída entre as condiçöes que aumentam o risco de infecçäo pelo Strongyloides stercoralis e atençäo deve ser reforçada quando do uso de corticosteróides ou imunomoduladores naqueles pacientes.

Tuberculose peritoneal: relato de um caso e revisäo de literatura / Peritoneal tuberculosis: a case report and literature review

Os autores relatam um caso de tuberculose peritoneal em paciente do sexo masculino, de 65 anos de idade, que apresentava quadro de ascite, dor abdominal e emagrecimento progressivo há aproximadamente 4 meses. Foi tratado com esquema tríplice (rifampicina, isoniazida e pirazinamida), obtendo-se excelente resultado. Apresentam ainda, uma revisäo literária do assunto, enfatizando a importância do diagnóstico e tratamento precoce no prognóstico da doença e na sobrevida dos pacientes.