ABSTRACT
O conhecimento do consumo de alimentos e dos hábitos alimentares é de fundamental importância para a promoção da alimentação saudável na população. Dentre os diferentes alimentos, frequentemente é relatado consumo insuficientede frutas e hortaliças em relação às recomendações diárias.O objetivo do presente estudo foi verificar o consumo quantitativo e qualitativo de frutas e hortaliças pela população assistida por duas unidades básicas de saúde da família localizadas em Fortaleza-Ceará. A ingestão de frutase hortaliças foi verificada através de um questionário quali--quantitativo de frequência alimentar. Foi adotada, como critério de consumo, a ingestão do alimento por pelo menos50% dos entrevistados, na frequência de, no mínimo, umavez por semana para indicar que tal consumo é habitual no grupo. Os achados mostraram um consumo insuficiente segundo as recomendações nacionais. Apenas três frutas foram citadas (banana, laranja e mamão), num total médiodiário de 225,25 ± 267,10g. Dentre as hortaliças, menção a apenas quatro tipos (tomate, cebola, cenoura e alface),em um total médio diário de 102,66 ± 91,14g. Frente aos resultados, sugere-se que o agente comunitário de saúde use abordagens educativas em suas visitas domiciliares, visando incentivar o consumo de tais alimentos e, por conseguinte,contribuindo para a segurança alimentar e nutricional desta comunidade.
Knowledge about food intake in the population is very important to promote healthy eating patterns. Fruit and vegetable intake is frequently reported to be insufficient according to recommended daily allowances. The aim of this study was to verify the qualitative and quantitativ eintake of fruits and vegetables by a certain population assisted in two basic units of Family Health Program inthe city of Fortaleza, Brazil. Fruit and vegetable intakewas assessed through a quantitative food frequency questionnaire. In order to establish the population habits concerning fruit and vegetable intake, it was defined thatboth food groups should be ingested by half of the groupand once a week, at least. The results showed insufficientintake according to national recommendations. Onlythree kinds of fruits were used (banana, orange and papaya),with an average daily intake of 225.25 ± 267.10g.Four kinds of vegetables were mentioned (tomato,onion, carrot and lettuce), with an average daily intakeof 102.66 ± 91.14g. It is recommended that Community Health Workers develop educational activities duringtheir home visits to foster fruit and vegetable intake. Thus, they will be contributing to nutrition and food security in this community.
Subject(s)
Eating , Feeding Behavior , National Health Strategies , Food and Nutrition Education , Food Planning , Health PromotionABSTRACT
The search for healthy nutritional standards to prevent chronic diseases has led researchers to investigate the diet of our ancestors, mainly of the Paleolithic age. The aim of this study was to examine the current knowledge about the Paleolithic diet and the extent to which it can be applied to the prevention of chronic diseases. The research was based on data from several English, Spanish and Portuguese articles found at Medline and Lilacs databases. The Paleolithic diet consisted of only 3 basic foodstuffs: meat, vegetables and fruit and was thus rich in fibers (46 g), vitamins, minerals and phytochemicals having a high amount of potassium and low sodium content. The intake of calcium was satisfactory since this was obtained from forage and deer meat. The meat available from wild animals was low in fat and contained omega-3 fatty acids. The results of recent studies have been promising and suggest the diet can help in the reductionof chronic diseases. Further in-depth enquiries are needed into both the potential risks and benefits of the paleolithic diet as, if there are no collateral risks, its introduction could lead to significant changes in the feeding habits of the western world. However, health professionals should adopt a critical point of view to this issue, and should not be swayed by its growing popularappeal; their principal concern must always be the health of the population.
La búsqueda por modelos de alimentación saludables que prevengan enfermedades crónicas, ha llevado a los investigadores a mirarlas respuestas en la dieta de nuestros antepasados, particularmente del paleolítico. El objetivo de esta investigación fue revisar el conocimiento actual de la dieta del paleolítico, su aplicabilidady su utilidad en la prevención de enfermedades crónicas. Por medio de las bases de datos Medline y Lilacs fue realizada una búsqueda de artículos en inglés, español y portugués. La dieta del paleolítico estaba compuesta por sólo tres grupos alimenticios: carnes, hortalizas y frutas.Esa composición propiciaba un contenido ricoen fibras (46g), vitaminas, minerales y fotoquímicos, abundante en potasio y pobre ensodio; la ingestión de calcio era satisfactoria, provista por forrajeras y carne de ciervo. La carne disponible, de animales salvajes, era pobre en grasas y contenía ácido graso omega-3. Sepercibe que esta dieta contiene varias recomendaciones actuales para disminuir el riesgo de enfermedades crónicas. Los pocos estudios que intentaron adaptarla a nuestros días muestran resultados prometedores. Frentea su potencial, parece relevante profundizar en las investigaciones acerca de los riesgos y beneficios asociados a una actualización de la dieta del paleolítico, sin embargo resaltamos quesi los beneficios son definitivamente comprobados y que no hay riesgos asociados, la utilización deese modelo dietético exigirá profundos cambiosen los hábitos alimenticios del mundo occidental. El profesional de la salud necesita adoptar unposicionamiento crítico frente a esta temática,sin dejarse seducir por el creciente apelo popular favoreciendo la salud de la población.
A busca de padrões alimentares saudáveis, preventivos de doenças crônicas tem levado pesquisadores a procurarem respostas na dietados nossos ancestrais, particularmente da era paleolítica. O objetivo do presente estudo foirevisar o conhecimento atual sobre a dieta do paleolítico, sua aplicabilidade e sua utilidade na prevenção de doenças crônicas. Para tanto foi realizada, nas bases de dados Medline e Lilacs, uma busca de artigos publicados em inglês, espanhol e português. A dieta do paleolítico era composta por apenas 3 grupos alimentares: carnes, hortaliças e frutas. Tal composição propiciava uma dieta rica em fibras(46g), vitaminas, minerais, e fitoquímicos, sendo ainda elevada em potássio e pobre em sódio; a ingestão de cálcio era satisfatória, propiciada por plantas forrageiras e carne de cervo. A carne disponível, de animais selvagens, era pobre em gordura e continha ácido graxo ômega-3. Percebe-se que esta dieta contempla várias das recomendações atuais para reduzir o risco de doenças crônicas. Dentre os poucos estudos que tentaram adaptá-la para os dias de hoje, os resultados parecem promissores. Face ao seu potencial, parece relevante aprofundar pesquisas sobre riscos e benefícios associados a uma atualização da dieta do paleolítico. Deve ser destacado, no entanto, que caso seus benefícios sejam definitivamente comprovados e não haja riscos associados, a utilização deste modelo dietético irá requerer amplas mudanças nos hábitos alimentares do mundo ocidental. O profissional de saúde necessita adotar um posicionamento crítico frente a esta temática, sem se deixar seduzir pelo apelo popular crescente, favorecendo a saúde da população.
Subject(s)
Diet/history , Diet/methods , Diet/trends , Chronic Disease/classification , Chronic Disease/therapyABSTRACT
Introdução - As comunidades negras rurais vivem desigualdades sociais de saúde e enfrentam problemas de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). Este estudo coloca em perspectiva a alimentação das famílias de uma área quilombola em Aquiraz: CE explorando a dimensão alimentar do conceito de SAN sob os aspectos das práticas de consumo, produção, acesso e disponibilidade alimentares. Objetivos - Caracterizar saberes e práticas alimentares relacionados à segurança alimentar nutricional, identificar a alimentação e sua disponibilidade dentro de sistemas produtivos; descrever o perfil antropométrico dos indivíduos e verificar os determinantes socioambientais que constroem essa alimentação; descrever o comércio local; identificar os alimentos disponíveis, as formas de abastecimento e as relações existentes entre comerciantes e quilombolas. Metodologia - Estudo descritivo quanti-qualitativo realizado em distintas etapas, utilizando multimétodos e as técnicas: grupo focal, observação, fotografias, entrevistas e antropometria. Os alimentos de consumo foram identificados através de um questionário alimentar. Resultados - O padrão alimentar das famílias revelou uma boa variedade de alimentos e mostrou singularidades quanto à forma e obtenção de alimentos, classificação e utilização destes. Foi confirmada e reforçada a importância da macaxeira como alimento básico local, apesar das mudanças ocorridas nos sistemas alimentares de subsistência. Quanto ao estado nutricional, houve umpredomínio da eutrofia e prevalência de excesso ponderal. Os comércios são estruturas familiares e tem uma grande variabilidade alimentar. A renda de aposentadorias, benefícios sociais e trabalhos rurais movimentam o comércio. As relações são de confiança e dependência. Os alimentos mais vendidos são arroz, feijão, açúcar, macarrão e farinha. Considerações finais - Os padrões alimentares e práticas persistem, mas apresentam elementos de transição da agricultura para o comércio. Alguns alimentos/comida são centrais para a identidade coletiva: macaxeira, farinha e feijão. O comércio garante variabilidade de alimentos e para o acesso cria mecanismos de facilitação de compra e venda. Na direção de SAN identificou-se a necessidade de políticas voltadas para o desenvolvimento local que promovam a segurança alimentar e nutricional através do incentivo à agricultura familiar, diminuindo a dependência de programas sociais.
Subject(s)
Black People , Rural Population/economics , Diet , Food Supply , Nutrition Surveys , BrazilABSTRACT
Childhood malnutrition has been a major, long-standing health concern in northeastern Brazil. In response, during 1992-1994, the state government of Ceará, with financial support from the World Bank, established 34 new nutrition centers. During 1996 an evaluation of the centers was conducted to determine their effectiveness in treating children with malnutrition and to identify weaknesses in the system and possible solutions. Also evaluated were the adequacy of resources, admission and discharge criteria, staff training, and community satisfaction. Effectiveness was found to be low. Treatment procedures did not conform with World Health Organization recommendations. Rates of weight gain were inadequate, and the mean duration of rehabilitation-8.7 months- was too long. Case fatality in two centers was unacceptably high, 40 per cent and more. Entry and exit criteria for rehabilitation were ill defined, resulting in some non-malnourished children being enrolled. Few staff were adequately trained; knowledge was weak, especially about case management; and mothers were not effectively instructed. Recommendations include setting objectives for the centers, improving referral systems, standardizing entry criteria, improving case management, and establishing performance indicators
La malnutrición ha sido por largo tiempo un preocupante problema de salud en la región nordeste del Brasil. Para responder a esta situación, en el período de 1992 a 1994 el gobierno estatal de Ceará recibió apoyo del Banco Mundial para establecer 34 centros de nutrición. En 1996 se llevó a cabo una evaluación de los centros para precisar su efectividad en el tratamiento de niños malnutridos, los puntos débiles del sistema y posibles soluciones. También se evaluaron la suficiencia de los recursos, los criterios de admisión y alta, la capacitación de los empleados y la satisfacción de la comunidad. La efectividad resultó ser baja. Los procedimientos de tratamiento no correspondían a las recomendaciones de la Organización Mundial de la Salud. Las tasas de aumento de peso eran inadecuadas y la duración media del período de rehabilitación 8,7 meses demasiado larga. La tasa de letalidad en dos centros era inadmisiblemente alta: 40% y más. Los criterios de admisión y alta estaban mal definidos, por lo que había niños no malnutridos bajo tratamiento. La mayor parte del personal carecía de capacitación adecuada y contaba con pocos conocimientos, especialmente sobre el manejo de casos; además, las madres no estaban recibiendo instrucción apropiada. En consecuencia, se recomendó fijar objetivos para los centros, estandarizar los criterios de admisión, mejorar el manejo de casos y establecer indicadores de resultados