ABSTRACT
Objetivo - Estudos experimentais demonstraram que mães infectadas pelo Schistosoma mansoni modulam a imunidade para antígenos homólogos, dos descendentes adultos, através do contato prévio com anticorpos anti-Schistosoma durante o período pré-natal junto à amamentação. Descendentes adultos de mães esquistossomóticas apresentaram alteração na imunidade para um antígeno heterólogo, Ovalbumina (OA): amamentação induziu maior produção de imunoglobulinas anti-OA, enquanto a gestação levou à supressão destas imunoglobulinas. A fim de esclarecer a participação dos anticorpos anti-Schistosoma maternos na alteração da imunidade dos descendentes adultos, os anticorpos contra antígenos solúveis dos ovos (SEA) e dos vermes (SWAP) em descendentes gerados ou apenas amamentados em mães esquistossomóticas foram dosados. Métodos - Camundongos recém-nascidos foram divididos em: animais nascidos de Mães Infectadas (MI) e amamentados em mães não-infectadas; animais nascidos de mães não-infectadas e Amamentados em mães Infectadas (AI); animais nascidos e amamentados em mães infectadas (MIAI) ou não-infectadas (Controle). Os animais foram sangrados 21, 45, 60 e 77 dias, após nascimento e os isótipos IgG1 e IgG2a dosados, no plasma, por ELISA. Resultados - Foi detectado IgG1, mas não IgG2a, principalmente anti-SEA, tanto no grupo MI como nos grupos AI e MIAI. A transferência pela amamentação foi mais efetiva (maiores níveis e manutenção durante a cinética). Conclusões - O isótipo IgG1 anti-SEA presente no grupo MI, bem como no grupo AI, exclui a associação dos anticorpos antiparasita e melhora da imunidade heteróloga dos descendentes amamentados em mães esquistossomótica. Este estudo enfoca o importante papel da amamentação em transferir de forma eficaz anticorpos anti-SEA para indivíduos de área endêmica para esquistossomose.
Objective - Experimental studies have demonstrated that Schistosoma mansoni infected mothers modulate immunity to homologous antigen, in their adult offspring, through prior contact with anti-Schistosoma antibodies during the prenatal period plus breastfeeding. Adult offspring of schistosomotic mothers showed alterations in immunity to a heterologous antigen, ovalbumin (OA): breastfeeding induced higher production of anti-OA immunoglobulin, while the pregnancy led to suppression of this immunoglobulin. In order to study the participation of the maternal anti-Schistosoma antibodies and change in the heterologous immunity in adult offspring, antibodies against soluble egg antigen (SEA) and worms (SWAP) in offspring born or only breastfed by schistosomotic mothers were measured. Methods - Newborn mice were divided into: animals Born from Infected Mothers (BIM) suckled by non-infected mothers; animals from non-infected mothers Suckled by Infected Mothers (SIM); and mice Born and Suckled in Infected Mothers (BSIM) or non-infected (Control) mothers. The animals were bled 21,45, 60, 77 days, after birth, and IgG1 and IgG2a serum isotypes were measured by ELISA. Results - It was detected IgG1, but not IgG2a, mainly anti-SEA in a group BIM and in the groups SIM and BSIM. The transfer by breastfeeding was more effective (higher levels and maintenance during the kinetic). Conclusions - The anti-SEA IgG1 isotype detected in the group BIM, as well as, in the SIM, excludes the association of anti-parasite antibodies and the improvement of heterologous immunity in offspring nursed by schistosomotic mothers. This study highlights the important role of breastfeeding as effective way to transfer anti-SEA antibodies for individuals from an endemic area for schistosomiasis.
Subject(s)
Animals , Antibodies , Breast Feeding , Immunomodulation , Pregnancy , SchistosomiasisABSTRACT
Os exames laboratoriais não invasivos específicos para o seguimento de pacientes com esquistossomose mansônica após o tratamento específico estão restritos a contagem de ovos nas fezes que avalia a cura parasitológica e a ultra-sonografia hepática que avalia a evolução da fibrose periportal após o tratamento. A fibrose hepática é decorrente de um processo dinâmico de síntese e degradação do colageno. Esta atividade fibrogênica é observada apenas em estudos histólogicos de biópsias hepáticas que é um procedimento invasivo de risco não desprezível. A dosagem da hidroxiprolina, um aminoácido do colágeno pode ser utilizada como um meio indireto para avaliar a atividade fibrogênica hepática. A excreção urinária de hidroxiprolina pode indicar o metabolismo do colágeno recém-formado e a sua relação com o número de ovos eliminados das fezes de pacientes com esquistossomose mansônica podera comprovar a relação da intensidade da fibrose hepática com a carga parasitária e ser utilizada como um método indireto na avaliação da atividade fibrogênica hepática. Em uma casuística de 40 pacientes com o diagnóstico de esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica, de uma demanda espontânea do ambulatório de esquistossomose do Serviço de Gastroenterologia dos Hospital das Clínicas da UFPE, foi dosada a excreção urinária de hidroxiprolina pelo método de Pondenphant e a contagem de ovos eliminados nas fezes, pelo método de Kato Katz. Como controle foi utilizado um grupo de sete indivíduos adultos, sadios da mesma classe sócio-econômica. Toda casuística submeteu-se a exames clínico e laboratorial para o diagnóstico de esquistossomose e exclusão de doenças associadas segundo o protocolo do ambulatório. O valor médio da excreção urinária de hidroxiprolina nos pacientes esquistossomósticos com Kato Katz positivo foi de 14,6mg/L, diferente do grupo controle com o valor médio de 2,7mg/L. O estudo de correlação mão paramétrico, Spearman's rho aplicado entre os valores de excreção urinária de hidroxiprolina e do número de ovos eliminados nas fezes dos pacientes estudados, resultou em uma correlação significante, r=0,724,p=0,0018. O reultdo pode está correlacionado com a atividade fibrogênica hepática nos pacientes com esquistossomose mansônica.