ABSTRACT
Objetivo: Analisar a distribuição espacial e sazonal da leptospirose, identificando possíveis componentes ecológicos e sociais para a sua transmissão. Métodos: Foram georreferenciados 2.490 casos em cada distrito do município de São Paulo, SP, registrados de 1998 a 2006. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram realizados mapas temáticos com as variáveis taxa de incidência, letalidade, taxa de alfabetização, renda média mensal, número de moradores por domicilio, abastecimento de água e rede de esgoto. Para identificar o padrão espacial (disperso, em aglomerado ou randômico), foram analisadas pelo Índice de Moran global e local. Foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman para testar associações entre as variáveis com padrão espacial em aglomerados. RESULTADOS: O padrão espacial em aglomerados foi observado nas variáveis taxa de incidência de leptospirose, taxa de alfabetização, renda média mensal, número de moradores por domicílio, abastecimento de água e rede de esgoto. Foram notificados 773 casos no período seco e 1.717 no úmido. A incidência e a letalidade estão correlacionadas com as condições socioeconômicas da população, independentemente do período...
Subject(s)
Demography , Climate Effects , Leptospirosis/epidemiology , Geographic Information Systems , Socioeconomic FactorsABSTRACT
A leptospirose é causada por uma espiroqueta patogênica do gênero Leptospira e é uma das zoonoses mais difundidas no mundo. Pode ser adquirida pelo contato com reservatórios animais ou ambiente contaminado por sua urina. No nosso meio, esta zoonose reflete, principalmente, a baixa qualidade de vida da população e apresenta nítida variação sazonal, ocorrendo maior número de casos nos meses do verão. Devido ao crescimento desordenando da cidade de São Paulo, muitos de seus bairros apresentaram problemas de saneamento básico e condições ecológicas favoráveis à proliferação de roedores que são os grandes portadores da Leptospira. Objetivo: Analisar a distribuição espacial da Leptospirose no município de São Paulo nos períodos chuvosos (úmido) e de estiagem (seco). Metodologia: Foram georreferenciados 2.490 casos pelo distrito de residência. Foram realizados mapas temáticos com as variáveis taxa de incidência, letalidade, taxa de alfabetização, renda média mensal, número de moradores por domicílio, abastecimento de água e rede de esgoto. Foram analisadas por Índice de Moran Global e Índice de Moran Local para identificar o padrão espacial: Disperso, em aglomerado ou randômico. Foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman para testar associações entre as variáveis com padrão espacial em aglomerados. Resultados: Houve padrão espacial em aglomerados nas variáveis taxa de incidência de leptospirose, taxa de alfabetização, renda média mensal, número de moradores por domicílio, abastecimento de água e rede de esgoto. Foram notificados 773 casos no período seco e 1717 no úmido. A incidência e a letalidade estão correlacionadas com as condições sócio-econômicas da população independente do período. Conclusão: A leptospirose se distribui por todo o município de São Paulo, aumentando sua incidência no período das chuvas. No período seco, os locais de aparecimento dos casos coincidem com as áreas de piores condições de moradia e, durante o período úmido, além destas...