Hérnias inguinais recidivadas: estudo de 87 casos / Recurrent inguinal hernia: study of 87 cases

Foram analisados retrospectivamente os prontuários de 87 pacientes portadores de hérnia inguinais recidivadas, operados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Säo Paulo, em período recente de seis anos. Confirmando a experiência de outros autores, estas recidivas säo mais freqüentes e em proporçöes quese idênticas sob forma direta (43,5%) ou indireta (50%), ocorrendo mais raramente sob forma mista (3,9%) ou crural (2,6%). Discutem os fatores etiopatogênicos locais e sistêmicos, dentre estes aparecendo os esforços físicos acentuados no período pós-operatório precoce como os mais freqüentes assinalados (43,1%. Mais da metade destas recidivas (48/85) ocorreram até o primeiro ano de evoluçäo, podendo também se manifestar após períodos mais longos (30,6%) acima de três anos). As técnicas de reparaçäo mais empregadas foram as de Bassini modificada (sutura do arco do transverso ao ligamento inguinal) e a de Lotheissen-MacCay, respectivamente em 46,1 e 42,5 por cento dos casos. Em 9/85 casos foi suficiente o angustiamento do ânulo inguinal profundo. A análise de incucesso cirúrgico com aparecimento de novas recidivas é prejudicado pelo seguimento difícil e precário dests pacientes. O índice de recidivas aumenta progressivamente com o número de reoperaçöes. Das oito recidivas referidas pelos autores, seis ocorreram nos primeiros seis meses

Hernias umbilicais no adulto: revisäo de 291 casos atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Säo Paulo / Umbilical hernias in the adult: a review of 291 cases submitted to treatament on Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina Univerdade de Säo Paulo

Os autores fazem uma revisäo de 291 casos de hérnias umbilicais em adultos, admitidos para tratamento na Disciplina de Cirugia Geral do Departamento de Cirurgia do Hospital das Clínicas da F.M.U.S.P., num período recente de cinco anos. Houve nítida prevalência do sexo feminino (69,4%) e da raça branca (74,5%). Dor local e protusäo da regiäo umbilical foram os sintomas e sinais características, muito embora a dor estivesse ausente em 1/3 dos pacientes analisados. Quando presente, a dor estava ou näo relacionada aos esforços e neste último caso quando de caráter contínuo, foi nítida sua associaçäo com vísceras encarceradas. Situaçöes clínicas mais freqüentemente associadas e de importância etiopatogênica foram: gestaçöes múltiplas (68,8%) e obesidade (58%). Na maioria das vezes, as hérnias eram pequenas (72,4%), com média de até 3 cm de diámetro e praticamente na metade dos casos apresentavam sinais de encarceramento; o omento maior foi a estrutura mais freqüentemente encontrada nestes encarceramentos (47%). Observou-se pequeno número de hérnias estranguladas (2,74%). Chamou a atençäo a freqüente associaçäo com outros tipos de hérnias (42%); discutiu-se possíveis alteraçöes de colágeno nestes pacientes. A incisäo arciforme periumbilical foi a mais empregada (59,2%) e o imbricamento das margens aponeuróticas em sentido transversal, a técnica mais usada embora a tendência atual seja pela sutura lábio a lábio das bordas. Registraram-se ll,2% de complicaçöes locais e destas a infecçäo foi a mais freqüente (5,2%). Complicaçöes sistémicas foram raras e as mais significativas ocorreram em pacientes com mais de 60 anos de idade e distúrbios cárdio-circulatórios pré-existentes. O seguimento pós-operatório deixa a desejar, dificultando a avaliaçäo de índice de recidiva

Hérnias epigástricas: revisäo de 154 casos atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Säo Paulo / Epigastric hernias: a review of 154 cases attended at the Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Säo Paulo

Os autores analisaram 154 casos de hérnias epigástricas, admitidos para tratamento na 3ª Clínica Cirúrgica - Setores de Cirurgia Eletiva e Pronto Socorro do Hospital das Clínicas durante um período recente de cinco anos. Verificaram que 1/3 destes pacientes eram assintomáticos. Os 2/3 restantes relatam dores locais de intensidade variável, contínuas ou em crises e que só na metade deles se relacionavam aos esforços. O estado de repleçäo dos anéis herniários näo tem relaçäo e näo é determinante da dor. A causa desta assim como o mecanismo etiopatogénico destas hérninas ainda näo foram devidamente esclarecidos. Ao contrário do que se admitia antigamente, a associaçäo com afecçöes do aparelho digestivo é incomum e fortuíta. Näo obstante, toda sintomatologia dolorosa epigástrica deve ser convenientemente esclarecida e a investigaçäo clínica se necessário, completada por exames subsidiários. Em 70% dos casos os anéis herniários eram pequenos (até 2 cm de diâmetro) e em 69% se apresentaram preenchidos, na maioria dos casos por gordura pré-peritoneal. Em 10,4% dos pacientes as hérnias epigástricas eram múltiplas e em 25,3% associadas a hérnias umbilicais. As técnicas mais empregadas foram as de imbricamento, aproximaçäo simples e reforço por pregueamento. A maioria dos pacientes recebeu alta até o 4§ dia de pós-operatório e as complicaçöes locais e sistêmicas foram raras. O seguimento ambulatorial deixa a desejar, dificultando a avaliaçäo do índice de recidiva o qual entretanto parece estar situado abaixo dos 10%