Avaliação da influência da contaminação salivar na resistência de sistema adesivo autocondicionate de dois passos / Influence of Saliva contamination on the bonding resistance of a two-step self-etching

Este estudo teve o objetivo de avaliar a influência da contaminação salivar sobre a resistência de união (RU) em dentina de um sistema adesivo autocondicionante de dois passos. Sessenta dentes bovinos foram incluídos e lixados para exposição de dentina superficial, onde foi preparado smear layer padronizado. Seis grupos (n=10) foram divididos de acordo com os fatorers de variação: momento da contaminação [antes do sistema adesivo (G2 e G3); após aplicação do primer (G4); e após a aplicação do bond (G5 e G6)] e tratamento do contaminante [secagem (G2, G4 e G5) ou lavagem (G3 e G6)]. No grupo controle (G1), não houve contaminação. O sistema adesivo Clearfil SE Bond (SE) foi utilizado de acordo com as recomendações do fabricante. A contaminação foi efetuada com saliva aplicada sobre a área de dentina exposta, sendo o contaminante lavado por 10 segundos com jato de água ou secado por 10 segundos com jato de ar. A resina composta (Filtek Z-250, 3M ESPE) foi utilizada para montar os corpos-de-prova, que foram tracionados após 24 horas de estocagem em água a 37ºC. Os resultados obtidos (em MPa) foram avaliados por meio do teste ANOVA e comparados através do intervalo de confiança. Os resultados obtidos [G1-24,27(±2,82); G2-18,71(±5,51); G3-19,90(±4,56); G4-17,54(±6,24); G5-5,95 (±4,58); G6-6,91(±0,03)] demonstraram que a saliva influencia significativamente na RU, mas não os tratamentos do contaminante, e há influência estatisticamente significativa quanto ao momento em que ocorreu a contaminação.

Concluiu-se que a presença do contaminante reduz a resistência de união do sistema autocondicionate em dentina, sendo que o momento mais crítico para ocorrer a contaminação é após a aplicação do bond. Nenhum dos tratamentos da saliva realizados foi capaz de recuperar a resistência de união

Longitudinal evaluation of the effect of saliva contamination during the bonding protocol with a self-etch adhesive system

Aim: To evaluate the influence of saliva contamination on the short- and long-term bond strength of a self-etch adhesive system. Methods: One hundred and twelve non-carious human molars were randomly divided according to: substrate (enamel/dentin); presence of saliva [none (control- C), before primer (BP), after primer (AP) and after bonding agent (AB)]; treatment of the contamination [none (1), rinsing + drying (2), drying (3) and primer re-application (4)] and specimen storage (24 h or 6 months). A self-etch adhesive system was applied to the dental surfaces followed by incremental insertions of composite resin. After storage in water at 37oC, the specimens were perpendicularly cut into beams for microtensile bond strength testing. Data in MPa were compared by A NOVA followed by Tukey’s test (p< 0.05). Micrographs were obtained by low vacuum scanning electron microscopy. Results: Control groups (G1 and G8) presented higher bond strength than all other groups. The factors presence of saliva, treatments of the contaminant and specimen storage showed no statistically significant results for the two dental substrates. Contaminants could be detected by LV-SEM. Six-month storage did not affect bond strength. Conclusions: The presence of saliva during the application of the self-etch system was deleterious to the bond to enamel and dentin, irrespective of the operative step in which the contamination occurred.

Effect of saliva contamination on the bond strength of an etch-and-rinse adhesive system to dentin / Efeito da contaminação salivar na resistência de união de um adesivo etch-and-rinse em dentina

Purpose: The aim of this study was to investigate the effect of saliva contamination on bond strength of an etch-and-rinse system to dentin. Methods: Fifty bovine incisors were embedded in acrylic resin and divided into 5 groups: G1 (control) - application of the adhesive system (Adper Single Bond 2 - 3M-ESPE); G2 - saliva contamination after acid etching of dentin, rinsing and drying; G3 - saliva contamination after acid etching of dentin and drying; G4 - saliva contamination after adhesive application, rinsing and drying; G5 - saliva contamination after adhesive application and drying. Contamination was performed by using 4 µL of simulated human saliva for 20 s. The adhesive system was applied according to the manufacturer's instructions; a composite resin was built as an inverted cone and was tested after 24 h at a cross-head speed of 0.5 mm/min. Results: When saliva contamination occurred after the adhesive photo-polymerization, bond strength was significantly reduced. The adhesive strength (MPa) mean values were: G1 = 18.1(±4.7) a; G2 = 20.5(±5.7) a; G3 = 17.3(±3.4) a; G4 = 12.6(±4.0) b; G5 = 9.8(±2.1) b (means followed by distinct letters are statistically different, P < 0.05). Conclusion: Saliva contamination negatively influenced bond strength of an etch-and-rinse adhesive, especially after the final polymerization of the adhesive system; in this condition, treatments were not efficient to recover adhesion.

Objetivo: Investigar o efeito da contaminação salivar na resistência de união de um adesivo condicione-e-lave em dentina. Metodologia: Cinquenta incisivos bovinos foram divididos em 5 grupos: G1 = (controle) aplicação do sistema adesivo (Adper Single Bond 2 - 3M-ESPE); G2 = contaminação com saliva após condicionamento ácido da dentina + lavagem e secagem; G3 = contaminação após o condicionamento ácido da dentina + secagem; G4 = contaminação com saliva após a aplicação do adesivo + lavagem e secagem; G5 = contaminação com saliva após a aplicação do adesivo + secagem. A contaminação foi realizada com 4 µL de saliva humana estimulada por 20 s. O sistema adesivo foi usado de acordo com as instruções do fabricante. A resina composta foi aplicada na forma de cone invertido, com o teste de tração realizado após24 h a 0,5 mm/min de velocidade. Resultados: As médias de resistência de união (em MPa): G1 = 18,1(±4,7) a; G2 = 20,5(±5,7) a; G3 = 17,3(±3,4) a; G4 = 12,6(±4,0) b; G5 = 9,8(±2,1) b, demonstrando que a resistência de união foi reduzida significativamente quando a contaminação salivar ocorreu após a fotopolimerização do adesivo. Conclusão: A contaminação influenciou negativamente a resistência de união do adesivo somente após a sua polimerização; nesta condição os tratamentos realizados não foram eficientes para recuperar a adesão.