ABSTRACT
Abstract In Brazil, reflective practice groups and groups for the liability of men who commit violence against women represent a public policy with good results in reducing violence between intimate partners. This study aimed to assess the contributions of a reflective practice group on feelings such as empathy, aggressiveness and anger in men who commit violent crimes against women. Using the Empathy Scale - ACME, the Aggression Tendency Assessment Scale - EATA, the State-Trait Anger Expression Inventory 2 - STAXI 2 and a sociodemographic questionnaire, a quantitative study was carried out with 80 men divided into a reflective practice group and a control group. It was found that the members of the reflective group showed a decrease in mean aggressiveness and an increase in mean empathy compared with the control group. It is suggested that empathy, aggressiveness and anger be integrated into interventions using active methodologies.
Resumo No Brasil, os grupos reflexivos e de responsabilização para homens autores de violência contra a mulher representam uma política pública com bons resultados na redução da violência entre parceiros íntimos. Este estudo objetivou avaliar as contribuições de um grupo reflexivo na empatia, agressividade e raiva em homens autores de violência contra a mulher. Utilizando a Escala de empatia - ACME, a Escala para Avaliação de Tendência à Agressividade - EATA, O Inventário de Expressão de Raiva como Estado de Traço - STAXI 2 e um Questionário sociodemográfico foi realizado um estudo quantitativo com 80 homens, divididos em grupo reflexivo e grupo controle. Verificou-se que os integrantes do grupo reflexivo apresentaram diminuição nas médias de agressividade e aumento nas médias de empatia quando comparados com o grupo controle. Sugere-se integrar empatia, agressividade e raiva nas intervenções do grupo reflexivo por meio de metodologias ativas.
Resumen En Brasil, los grupos de reflexión y responsabilización para hombres perpetradores de violencia contra la mujer son una política pública con buenos resultados en la reducción de la violencia entre parejas. Este estudio tuvo como objetivo evaluar las contribuciones de un grupo de reflexión sobre la empatía, la agresividad y la ira a hombres perpetradores de violencia contra la mujer. Utilizando la Escala de Empatía - ACME -, la Escala de Evaluación de Tendencias Agresivas - EATA -, el Inventario de Expresión de Ira como Estado Rasgo - STAXI 2 - y un cuestionario sociodemográfico, se realizó un estudio cuantitativo con 80 hombres, divididos en grupo de reflexión y de control. Se encontró que los integrantes del grupo tuvieron reducción en los promedios de agresividad y aumento en los promedios de empatía en comparación con el grupo de control. Se sugiere integrar empatía, agresión e ira en las intervenciones mediante metodologías activas.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Aggression , Violence Against Women , Intimate Partner Violence , Cognitive ReflectionABSTRACT
Resumo A violência direcionada à mulher é definida como todo ato resultante das relações de gênero que cause morte, dano físico, sexual, psicológico, patrimonial e moral. O cuidado integral possibilita que o profissional conheça a rede de apoio, a fim de orientá-las e encaminhá-las aos serviços, e valorize queixas/anseios. Objetivou-se identificar a produção científica acerca do cuidado integral às mulheres vítimas de violência. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. A coleta de dados ocorreu com busca pareada e independente de duas pesquisadoras, nos bancos Scopus, PubMed, CINAHL, Web of Science, LILACS, BDENF e SciELO, no período de janeiro e fevereiro de 2023. Foram utilizados critérios de elegibilidade, Descritores em Ciências da Saúde e Medical Subject Headings, totalizando dez artigos. Na análise dos dados, utilizou-se o software Iramuteq. Verificou-se grandes desafios para o cuidado integral, e que a violência contra a mulher, por ser uma problemática social grave, demanda políticas de saúde, educação, assistência social e segurança pública. Conclui-se que as ações integrais no cuidado à mulher vítima de violência demonstram forte vínculo com as práticas de acolhimento, humanização, além de perpassarem o âmbito interdisciplinar e intersetorial.
Abstract Violence against women is defined as any act resulting from gender relations that cause death or physical, sexual, psychological, property and moral harm. Comprehensive care requires professionals understanding the support network to guide and refer women victims of violence to services and to value complaints/anxieties. The objective of this study was to identify the scientific production of comprehensive care for women victims of violence. This is an integrative literature review. Data collection was performed via a paired and independent search by two researchers in the Scopus, PubMed, CINAHL, Web of Science, LILACS, BDENF and SciELO databases between January and February 2023. After applying the eligibility criteria and descriptors in health sciences and medical subject headings, ten articles were retrieved. IRAMUTEQ software was used for data analyses. There are great challenges in implementing comprehensive care, and violence against women, as a serious social problem, demands health, education, social assistance and public security policies. The comprehensive actions taken in the care of women victims of violence demonstrate a strong link with the practices of reception and humanization, in addition to an interdisciplinary and intersectoral scope.
ABSTRACT
Mulheres cisgênero lésbicas são confrontadas em seu cotidiano com situações de dupla violência, relacionadas à desqualificação e desvalor atribuídos tanto ao gênero como à orientação sexual. Este estudo teve por objetivo compreender os significados atribuídos às experiências de preconceito e discriminação sofridas por mulheres lésbicas de camadas médias. Trata-se de um estudo clínico-qualitativo fundamentado no olhar interseccional dos estudos de gênero. Participaram seis mulheres brancas de 22 a 59 anos de camadas médias, que se autoidentificavam como lésbicas. Para construção do corpus de análise foram realizadas entrevistas individuais gravadas em áudio. Os dados foram analisados e discutidos na perspectiva da análise temática reflexiva. Foram construídas cinco categorias: ambiente de trabalho, família de origem, relações de amizade, serviços de saúde e pessoas desconhecidas. Os resultados mostram que pessoas que perpetram violência contra lésbicas não toleram a possibilidade de que duas mulheres possam manter relacionamento afetivo-sexual e se utilizam de estratégias de apagamento (insultos, deboche, desrespeito, indiferença) para depreciá-las, invisibilizá-las e discriminá-las. Os ataques recorrentes às lesbianidades têm como função manter a hegemonia do modelo heterocentrado. Examinar os significados atribuídos às experiências de preconceito e discriminação sofridas por mulheres lésbicas pode encorajar o desenvolvimento de intervenções culturalmente sensíveis e a efetivação de políticas públicas voltadas a essa população.
Cisgender lesbian women face situations of double violence in their daily lives with situations of double violence, related to the disqualification and devaluation attributed to both gender and sexual orientation. This study aimed to understand the meanings attributed to middle-class lesbian women's experiences of prejudice and discrimination. This is a clinical qualitative study based on the intersectional look of gender studies. Six white, middle-class women ages 22 to 59, who self-identified as lesbians, participated. Individual interviews were conducted and recorded to create the analysis corpus. The data were analyzed and discussed from the perspective of reflective thematic analysis. Five categories were constructed: work environment, family of origin, friendship relations, health services, and unknown people. The results show that people who perpetrate violence against lesbians do not tolerate the possibility that two women can have an affective-sexual relationship and use erasure strategies (insults, debauchery, disrespect, indifference) to depreciate, invisibilize them, and discriminate against them. The recurrent attacks on lesbianities have the function of maintaining the hegemony of the heterocentric model. Examining the meanings attributed to the experiences of prejudice and discrimination suffered by lesbian women can encourage the development of culturally sensitive interventions and public policies targeting this population.
ABSTRACT
OBJETIVO: A vulnerabilidade feminina e a violência contra a mulher são temas recorrentes e inesgotáveis, que permeiam a humanidade, que se conceitua como patriarcal desde seus primórdios. Partindo disso, o presente artigo tem como objetivo refletir sobre a condição de mulheres em situação de vulnerabilidade social e sua relação com o fenômeno da violência familiar. MÉTODO: O percurso metodológico adotado se caracteriza a partir de um estudo exploratório do tipo observacional descritivo. Para a coleta de dados selecionou-se uma amostra não probabilística, intencional de 100 trabalhadoras de uma empresa multinacional do interior do estado do Rio Grande do Sul. Essas responderam espontaneamente a um questionário. Em seguida, foi realizada uma entrevista grupal (grupo focal em 10 encontros), com seis trabalhadoras que aceitaram participar. CONCLUSÃO: A partir desse estudo, verificouse que as mulheres trabalhadoras em situação de vulnerabilidade social possuem algumas características comuns, entre elas: baixa escolaridade, poucas condições financeiras, construção familiar desestruturada, além de pouca compreensão sobre o contexto da violência familiar e seu enfrentamento.
OBJECTIVE: Female vulnerability and violence against women are recurring and inexhaustible themes that permeate humanity, which permeates humanity, that is conceptualized as patriarchal since the beginning. Based on this, this article aims to reflect on the condition of women in social vulnerability and their relation to the phenomenon of family violence. METHOD: The methodological approach adopted is an exploratory study of the descriptive observational type. For the data collection, a nonprobabilistic, intentional sample of 100 workers from a multinational company in the interior of the state of Rio Grande do Sul was selected. These spontaneously responded to a questionnaire. Afterwards, a group interview was conducted (focus group in 10 meetings), with six workers agreeing to participate. CONCLUSION: From this study, it was concluded that working women in situations of social vulnerability have common characteristics,such as low education, low financial conditions, unstructured families, in addition to a lack of understanding of the context of family violence itself and its confrontation.
OBJETIVO: La vulnerabilidad femenina y la violencia contra la mujer son temas recurrentes e inagotables que impregnan a la humanidad, que por su vez, ha sido conceptualizada como patriarcal desde el comienzo. Delante de eso, este artículo tiene como objetivo reflexionar sobre la condición de la mujer en situación de vulnerabilidad social y su relación con el fenómeno de la violencia familiar. MÉTODO: El abordaje metodológico adoptado se caracteriza a partir de un estudio exploratorio, observacional y descriptivo. Para la recolección de datos, se seleccionó una muestra no probabilística intencional de 100 trabajadoras de una empresa multinacional del interior de Rio Grande do Sul. Esas respondieran espontaneamente a um cuestionario. Posteriormente se hizo una entrevista grupal (focus group en 10 encuentros), con seis trabajadoras que aceptaron participar. CONCLUSIÓN: A partir de este estudio, se constató que las mujeres trabajadoras en situación de vulnerabilidad social tienen algunas características comunes, entre ellas: baja escolaridad, pocas condiciones financeiras, construcción familiar desestructurada, además de parca comprensión del contexto de violencia familiar y de como enfrentarlo.
Subject(s)
Women , Domestic Violence , Social VulnerabilityABSTRACT
A violência contra a mulher apresenta-se como um fenômeno social complexo, conceituada como qualquer ato ou conduta que provoque morte, dano, sofrimento físico, sexual, psicológico, patrimonial e moral. O presente estudo objetivou identificar a produção científica acerca da correlação entre o planejamento participativo e a assistência às mulheres vítimas de violência. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. O processo de busca ocorreu nos bancos Scopus, PubMed, CINAHL, Web of Scienc, LILACS, BDENF e SciELO, no período de janeiro e fevereiro de 2023. O processamento e análise dos dados ocorreu mediante o uso do software IRAMUTEQ. Evidenciou-se que o planejamento participativo no âmbito da assistência a mulher vítima de violência engloba a ampla discussão de políticas públicas que fortaleçam o combate à violência e o cuidado integral às mulheres. Conclui-se que o planejamento participativo perpassa diversas esferas da problemática requer a participação ativa e comprometida de diversos atores sociais.
Violence against women is presented as a complex social phenomenon, conceptualized as any act or conduct that causes death, damage, physical, sexual, psychological, patrimonial and moral suffering. The present study aimed to identify the scientific production about the correlation between participatory planning and assistance to women victims of violence. This is an integrative literature review. The search process took place in the Scopus, PubMed, CINAHL, Web of Science, LILACS, BDENF and SciELO databases, from January to February 2023. Data processing and analysis took place using the IRAMUTEQ software. It was evident that participatory planning within the scope of assistance to women victims of violence encompasses the broad discussion of public policies that strengthen the fight against violence and comprehensive care for women. It is concluded that participatory planning permeates several spheres of the problem, requiring the active and committed participation of different social actors.
La violencia contra las mujeres es un fenómeno social complejo, conceptualizado como cualquier acto o conducta que cause muerte, daño, sufrimiento físico, sexual, psicológico, patrimonial o moral. El objetivo de este estudio fue identificar la producción científica sobre la correlación entre la planificación participativa y la asistencia a las mujeres víctimas de violencia. Se trata de una revisión bibliográfica integradora. El proceso de búsqueda se realizó en las bases de datos Scopus, PubMed, CINAHL, Web of Scienc, LILACS, BDENF y SciELO entre enero y febrero de 2023. Los datos fueron procesados y analizados utilizando el software IRAMUTEQ. Se evidenció que la planificación participativa en el campo de la atención a las mujeres víctimas de violencia abarca una amplia discusión sobre políticas públicas que fortalezcan la lucha contra la violencia y la atención integral a las mujeres. Se concluyó que la planeación participativa abarca diversas esferas de la problemática y requiere de la participación activa y comprometida de diversos actores sociales.
ABSTRACT
Abstract The COVID-19 exacerbated violence against women. This study evaluated the possible efficacy of using advertising pieces containing the hypocrisy paradigm, the contrast principle, and moral disengagement mechanisms to prevent and reduce violence against women. We conducted two studies which included exclusively men as participants. Study 1 (n=400; M age =21.69; Me=20.00; SD=5.79) used traditional pieces on violence against women, manipulating only their moral disengagement phrases. Results suggest that the phrase combined with traditional images is either ineffective or has a rebound effect. Study 2 (n=303; M age =21.38; Me=20.00; SD=4.94) manipulated the image in Study 1, showing more effective results regarding hostility. However, physical aggression showed no significant differences. Finally, some pieces generated a rebound effect, increasing participants' self-perception of aggression. The use of advertising can act as an ally or an enemy of public policies if their effectiveness lacks proper testing.
Resumo A violência contra mulheres é um problema pandêmico agravado pela COVID-19. Esta pesquisa objetivou verificar a eficácia de peças publicitárias em reduzir a violência contra mulheres por meio do paradigma de hipocrisia, o princípio de contraste e os mecanismos de desengajamento moral. Realizaram-se dois estudos com amostras masculinas. O Estudo 1 (n=400; M idade =21,69; Me=20,00; DP=5,79) utilizou peças tradicionais, manipulando apenas as frases de desengajamento moral. O resultado sugere que a frase combinada com imagens tradicionais são ineficazes ou geram efeito rebote. O Estudo 2 (n=303; M idade =21,38; Me=20,00; DP=4,94) manipulou a imagem e os resultados indicam maior efetividade das peças em relação à hostilidade. Entretanto, a agressão física não demonstrou diferenças significativas. Finalmente, algumas peças geraram efeito rebote, levando ao incremento da autopercepção de agressividade dos participantes. O uso da publicidade pode prejudicar políticas públicas de combate a violência contra mulheres quando sua eficácia não é devidamente testada.
Resumen La violencia contra la mujer es un problema pandémico agravado por el COVID-19. Esta investigación verificó el grado de eficacia de anuncios publicitarios para reducir la violencia contra la mujer utilizando el paradigma de la hipocresía, el principio de contraste y los mecanismos de desconexión moral. Se diseñaron dos estudios con muestras masculinas. El Estudio 1 (n=400; M edad =21,69; Me=20,00; DT=5,79) utilizó anuncios tradicionales, manipulando únicamente las frases de desconexión moral. El resultado sugiere que la frase combinada con imágenes tradicionales es ineficaz o tiene efecto rebote. El Estudio 2 (n=303; M edad =21,38, Me=20,00; DT=4,94) manipuló la imagen, y los resultados indican mayor eficacia respecto a la hostilidad. Pero la agresión física no mostró diferencias significativas. Finalmente, algunos anuncios generaron efecto rebote, incrementando la autopercepción de la agresividad. Así, el uso de la publicidad puede actuar como enemiga de las políticas públicas contra la violencia a la mujer cuando no se comprueba adecuadamente su eficacia.
Subject(s)
Propaganda , Violence Against Women , Culturally Appropriate Technology , MoraleABSTRACT
Abstract Domestic violence against women is a serious social problem that requires male's perspective understanding to be prevented. This study aimed to understand the perceptions of adult men, with higher education degree or higher education students, on this type of violence. Using Bandura's social learning theory, a qualitative study was developed with 13 men. The data were collected using remote semi-structured interviews. The analytical process used thematic analysis presuppositions. It was found that men do not agree with sexist ideals that can increase the rates of violence against women. However, participants oscillate between understanding women as victim and as guilty. The data may be a reflection of the current greater debate on issues related to gender equality. We conclude that it is important to invest in the multidimensional training of men to break with hegemonic masculinity, which can foster the struggle against gender-based violence.
Resumo A violência doméstica contra mulheres é grave problema psicossocial que, para ser prevenido, requer compreender como homens o explicam. Este estudo teve como objetivo conhecer as percepções de homens adultos escolarizados sobre esse tipo de violência. Utilizando o referencial teórico da aprendizagem social, foi desenvolvido um estudo qualitativo que contou com a participação de 13 homens. Entrevistas semiestruturadas foram realizadas remotamente na coleta de dados. O processo analítico seguiu os pressupostos da análise temática. Verificou-se que os homens não concordam com ideais machistas que podem aumentar os índices de violência contra as mulheres. Contudo, os participantes oscilam entre entender as mulheres como vítimas e também culpadas. Os dados podem ser reflexo do maior debate na atualidade sobre questões relacionadas à igualdade de gênero. Conclui-se ser importante investir na formação multidimensional dos homens para romper com a masculinidade hegemônica, o que pode ser salutar no enfrentamento da violência contra mulheres.
Resumen La violencia doméstica contra la mujer es un grave problema psicosocial que requiere de la perspectiva masculina para ser prevenida. Este estudio tuvo como objetivo conocer las percepciones de hombres adultos con formación en torno a este tipo de violencia. Utilizando el marco teórico del aprendizaje social, se desarrolló un estudio cualitativo con la participación de 13 hombres. Se realizaron entrevistas semiestructuradas remotas para la recolección de datos. El proceso analítico siguió los presupuestos del análisis temático. Los hombres no están de acuerdo con los ideales machistas que pueden aumentar los índices de violencia contra las mujeres. Los participantes oscilan entre entender a las mujeres como víctimas y también como culpables. Los datos pueden ser un reflejo del gran debate actual sobre la igualdad de género. Se concluye que es importante invertir en la formación multidimensional de los hombres para romper con la masculinidad hegemónica, lo que puede ser beneficioso para combatir la violencia contra las mujeres.
Subject(s)
Humans , Social Perception , Violence Against Women , Family Conflict , MasculinityABSTRACT
Abstract Objective: To analyze the concept of "Obstetric violence" in the Nursing context based on identifying its antecedents, attributes, and consequences. Materials and method: It is a conceptual analysis that follows the method proposed by the Walker and Avant model, which consists of eight stages. Six stages were used to contemplate the study objective, namely: selection of the concept; delimitation of the analysis objectives; identification of different uses of the concept in the literature; determination of the essential attributes; identification of the concept's antecedents and consequents, and definition of the concept's empirical references. Results: The sample was comprised of 22 studies. A total of 31 antecedents were evidenced: 24 attributes for physical violence; 35 for psychological/emotional violence; 6 for institutional and sexual violence, and 5 for structural violence. Regarding the consequences, 39 elements were found. Conclusions: The study contributes to Nursing science, research, and clinical practice, providing scientific support with a deep discussion of the phenomenon and presenting the antecedents, attributes, and consequences of obstetric violence in detail. It enables Nursing professionals to recognize the empirical indicators of the concept; thus, it is likely that they will have more knowledge that will lead them to more precise Nursing care, in addition to subsidies to prevent obstetric violence.
Resumen Objetivo: analizar el concepto de violencia obstétrica en el marco de la Enfermería, desde la identificación de sus antecedentes, atributos y consecuentes. Materiales y método: se trata de un análisis conceptual, que sigue el método planteado por el modelo de Walker y Avant, el que consiste en ocho etapas. Para lograr el propósito del estudio, se emplearon seis etapas: selección del concepto; delimitación de los objetivos del análisis; identificación de los usos del concepto en la literatura; determinación de los atributos esenciales; identificación de los antecedentes y consecuentes del concepto, y definición de las referencias empíricas del concepto. Resultados: la muestra estuvo compuesta por 22 estudios. Se evidenciaron 31 antecedentes: 24 atributos para violencia física; 35, para psicológica/emocional; 6, para institucional; 6, para violencia sexual y 5, para violencia estructural. En cuanto a los consecuentes, se encontraron 39 elementos. Conclusiones: el estudio aporta a la ciencia de la Enfermería, la investigación y la práctica clínica, debido a que brinda soporte científico con discusión profunda acerca del fenómeno, además de presentar, de forma detallada, los antecedentes, atributos y consecuentes de la violencia obstétrica. Lo anterior posibilita al profesional de enfermería reconocer los indicadores empíricos del concepto; así, es probable que cuente con más conocimiento que lo conduzca a una atención en Enfermería más precisa, además de subsidios para prevenir la violencia obstétrica.
Resumo Objetivo: analisar o conceito de "violência obstétrica" no contexto da enfermagem, a partir da identificação de seus antecedentes, atributos e consequentes. Materiais e método: trata-se de uma análise conceitual, a qual segue o método proposto pelo modelo de Walker e Avant, que consiste em oito etapas. Para contemplar o objetivo do estudo, foram utilizadas seis etapas: seleção do conceito; delimitação dos objetivos da análise; identificação dos usos do conceito na literatura; determinação dos atributos essenciais; identificação dos antecedentes e consequentes do conceito, e definição das referências empíricas do conceito. Resultados: a amostra foi composta de 22 estudos. Foram evidenciados 31 antecedentes: 24 atributos para a violência física; 35, para a psicológica/emocional; 6, para a institucional; 6, para a violência sexual e 5, para a violência estrutural. No tocante aos consequentes, foram encontrados 39 elementos. Conclusões: o estudo contribui para a ciência da enfermagem, a pesquisa e a prática clínica, uma vez que fornece suporte científico com discussão profunda do fenômeno, apresentando, de forma detalhada, os antecedentes, atributos e consequentes da violência obstétrica. Isso possibilita ao profissional de enfermagem reconhecer os indicadores empíricos do conceito; assim, é provável que ele conte com mais conhecimento que o conduza a uma assistência de enfermagem mais precisa, além de subsídios para prevenir a violência obstétrica.
ABSTRACT
Introduction: sexual violence during pregnancy is a serious violation of human rights and reproductive rights. Its prevalence is variable and multifactorial, depending on the analyzed territory and sociocultural and economic factors, requiring permanent monitoring. Methods: a cross-sectional study conducted at the Mandaqui Hospital, São Paulo, Brazil. The Abuse Assessment Screen (AAS) was applied to 350 puerperium women, with the outcome of suffering or not sexual violence during pregnancy, with data collected between September and December 2021. Sociodemographic and reproductive data were considered. We used an urn technique, with pre-coded data analyzed in EpiInfo® by Pearson's Chi-square and Mann Whitney test, adopting p<0.05 and 95% CI. Research approved by the Research Ethics Committee, CAAE No. 50580421.5.0000.5551. Results: we found eight cases of sexual violence (2.3%) and sample loss of 18.9%. Women who suffered sexual violence reported more physical violence in the last 12 months (25.0% x 6.1% - p=0.033, OR/CI 0.19: 0.03-1.03) and fear of the most frequent intimate partner (25.0% x 3.5% - p=0.002, OR/CI 0.10: 0.01-0.59), but we did not find a difference in the history of suffering violence before the age of 15 and by the partner throughout life. There was no difference in age, schooling, race/color, union, income and work. The same occurred for reproductive aspects, with no difference regarding the occurrence of prematurity, high-risk pregnancy, reproductive planning and tobacco/alcohol use during pregnancy. Conclusion: the prevalence of sexual violence during pregnancy was lower than in other Brazilian studies and populations from other countries. Women with sexual violence during pregnancy face a daily life of fear and more frequent physical violence. The high history of suffering violence before the age of 15 and experiencing physical or emotional violence by the intimate partner can aggravate the situation. The high history of violence and fear of the partner may have contributed to eventual understatement.
Introdução: a violência sexual durante a gravidez é grave violação de direitos humanos e de direitos reprodutivos. Sua prevalência é variável e multifatorial, dependendo do território analisado e de fatores socioculturais e econômicos, exigindo permanente monitoramento.Método: estudo transversal conduzido no Conjunto Hospitalar do Mandaqui, São Paulo, Brasil. Foi aplicado o Abuse Assessment Screen (AAS) para 350 puérperas, com desfecho de sofrer ou não violência sexual na gravidez, com dados coletados entre setembro e dezembro de 2021. Dados sociodemográficos e reprodutivos foram considerados. Empregamos técnica de urna, com dados pré-codificados analisados em EpiInfo® por Qui-quadrado de Pearson e teste de Mann Whitney, adotando valor de p<0,05 e IC de 95%. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, CAAE nº 50580421.5.0000.5551.Resultados: verificamos oito casos de violência sexual (2,3%) e perda de amostra de 18,9%. Mulheres que sofreram violência sexual reportaram mais violência física nos últimos 12 meses (25,0% x 6,1% - p=0,033, OR/IC 0,19: 0,03-1,03) e medo do parceiro íntimo mais frequente (25,0% x 3,5% - p=0,002, OR/IC 0,10: 0,01-0,59), mas não constatamos diferença no antecedente de sofrer violência antes dos 15 anos e pelo parceiro ao longo da vida. Não observamos diferença quanto a idade, escolaridade, raça/cor, união, renda e trabalho. O mesmo ocorreu para aspectos reprodutivos, sem diferença quanto a ocorrência de prematuridade, gestação de alto risco, planejamento reprodutivo e uso de tabaco/álcool na gestação.Conclusão: a prevalência de violência sexual na gestação foi menor do que em outros estudos brasileiros e populações de outros países. Mulheres com violência sexual na gestação enfrentam um cotidiano de medo e de violência física mais frequente. O antecedente elevado de sofrer violência antes dos 15 anos e de experimentar violência física ou emocional pelo parceiro íntimo pode agravar a situação. O elevado antecedente de violência e de medo do parceiro pode ter colaborado para eventual subdeclaração.
ABSTRACT
Objetivo: descrever como as mulheres em situação de rua vivenciam o machismo estrutural. Método: trata-se de uma revisão integrativa da literatura utilizando o fluxograma PRISMA. A busca foi realizada no período de 2018 a 2022, nas bases de dados, SCIELO, LILACS e BDENF, sendo selecionado 09 artigos. Para a pergunta norteadora, utilizou-se a estratégia PICO e, para análise dos resultados foram elaborados 03 eixos temáticos para síntese de conteúdo. Resultados: A análise dividiu-se e, 03 (três) categorias: Por quê essas mulheres foram morar na rua; Os ambientes em que essas mulheres são encontradas com maior frequência e a Vulnerabilidades das mulheres em situação de rua relacionadas ao machismo. Conclusão: conclui-se que a população de mulheres em situação de rua apresenta uma realidade distante da desejada, demonstra muitas vezes precarização social e no acesso à saúde.(AU)
Objective: the objective was to describe how homeless women experience structural machismo, Method: this is an integrative literature review using the PRISMA flowchart. The search was carried out from 2018 to 2022, in the databases, SCIELO, LILACS and BDENF. For the guiding question, the PICO strategy was used and, for analysis of the results, 03 thematic axes were elaborated for content synthesis.Results: The analysis was divided into 03 (three) categories: Why did these women live on the street; The environments in which these women are most often found and the Vulnerability of homeless women related to machismo.Conclusion: the population of homeless women presents a reality that is far from the desired, often demonstrating social precariousness and access to health street situation.(AU)
Objetivo: el objetivo fue describir cómo las mujeres que no tienen donde vivir viven el machismo estructural. Método: Esta es una revisión integradora de la literatura utilizando el diagrama de flujo PRISMA. La búsqueda se llevó a cabo de 2018 a 2022, en las bases de datos, SCIELO, LILACS y BDENF. Para la pregunta orientadora, se utilizó la estrategia PICO y, para análisis de resultados, se elaboraron 03 ejes temáticos para la síntesis de contenidos.Resultados: El análisis se dividió en 03 (tres) categorías: Por qué estas mujeres se fueron a vivir a la calle; Los entornos en los que se encuentran más a menudo estas mujeres y las vulnerabilidades de las mujeres sin hogar relacionadas con el machismo.Conclusión: La población de mujeres sin hogar presenta una realidad lejos de la deseada, a menudo demuestra precariedad social y acceso a la salud.(AU)
Subject(s)
Women , Ill-Housed Persons , Women's Health , Violence Against WomenABSTRACT
RESUMO A violência contra a mulher é uma das maiores causas de homicídio no Brasil. Como alternativa de combate surgem os grupos reflexivos de homens. O objetivo deste artigo é descrever a experiência de uma equipe multiprofissional na formação de um grupo reflexivo de homens, realizado num Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher. O grupo formado por nove homens, teve cinco encontros quinzenais, nos quais foram trabalhados: a violência contra mulher, o papel da justiça frente à violência doméstica e familiar, consciência emocional e masculinidades, resolução de conflitos e a Lei Maria da Penha. As conclusões apontam grande adesão dos homens ao grupo, mudanças significativas na compreensão do problema da violência, além de mudanças em seus comportamentos.
ABSTRACT Violence against women is one of the greatest causes of homicide in Brazil. As an alternative for combating this, reflective groups of men emerge. The purpose of this article is to describe the experience of a multi-professional team in forming a reflective group of men, held in a Court of Domestic and Family Violence Against Women. The group formed by nine men had five biweekly meetings in which they discussed: violence against women, the role of justice in the face of domestic and family violence, emotional and masculinity awareness, conflict resolution, and the Maria da Penha Law. The conclusions point to a great commitment of the men to the group, significant changes in the understanding of the problem of violence, besides changes in the behavior of the men.
RESUMEN La violencia contra la mujer es una de las mayores causas de homicidio en Brasil. Como una de las alternativas para contrarrestar el problema surgieron los grupos reflexivos de homens. El objetivo de este artículo es describir la experiencia de un equipo multiprofesional en actuación en un grupo reflexivo de homens, realizado en un Juzgado de violencia domiciliaria y familiar contra mujeres. El grupo fue formado por nueve hombres, tuvo cinco encuentros quincenales, en los cuales fueron trabajados: la violencia contra la mujer, el papel de la justicia frente a la violencia domiciliaria y familiar, la consciencia emocional y masculinidades, resolución de conflictos y la Ley Maria da Penha. Las conclusiones apuntan gran adhesión de los hombres al grupo, mudanzas significativas en la comprensión del problema de la violencia, además de mudanzas en sus comportamientos.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Middle Aged , Psychotherapy, Group , Role , Domestic Violence , Violence Against Women , Masculinity , Gender StudiesABSTRACT
RESUMO Considerando que a mulher que se encontra numa relação amorosa violenta, muitas vezes, persiste na manutenção dessa conjugalidade, este estudo objetivou investigar a experiência emocional de mulheres que vivenciam ou já vivenciaram uma relação conjugal violenta. Foram realizadas entrevistas individuais com seis mulheres beneficiárias de uma ONG dedicada à violência intrafamiliar. Cada entrevista foi mediada pela apresentação de uma narrativa interativa, a partir da qual a participante era convidada a inventar o desfecho. Após cada entrevista, a entrevistadora redigiu uma narrativa transferencial sobre o encontro. O conjunto das narrativas transferenciais foi analisado psicanaliticamente à luz da Teoria dos Campos. Foi identificado o campo "Infeliz(es) para sempre", em que as participantes manifestaram sofrimento radical frente à possibilidade de ficarem sozinhas, "preferindo" compartilhar a infelicidade com o cônjuge agressor a lidarem com o desamparo. Considera-se que tais achados podem auxiliar na intervenção dos profissionais que atuam junto a esse grupo social específico
ABSTRACT Since the woman who is in a violent marital relationship often persists in maintaining that conjugality, this study aimed to investigate the emotional experience of women who experience or have experienced a violent marital relationship. Individual interviews were conducted with six women beneficiaries of an NGO dedicated to intrafamily violence. Each interview was mediated by the presentation of an interactive narrative, from which the participant was invited to formulate its outcome. After each interview, the interviewer wrote a transferential narrative about the encounter. The set of transferential narratives was analyzed psychoanalytically through the Theory of Fields. The field "Unhappy forever" was identified, in which the participants manifested radical suffering at the possibility of being alone, "preferring" to share their unhappiness with the aggressor partner rather than dealing with the helplessness. It is considered that such findings may assist in the intervention of professionals who work with this specific social group
ABSTRACT
Abstract Intimate partner violence is recurrent in the daily lives of many Brazilian women, but its characteristics are little studied in same-sex relationships. This article aims to characterize the manifestation of violence in homosexual relationships among women based on its typology and frequency and to analyze the possible associations between violence and social support. The sample consisted of 634 Brazilian lesbians adults aged 18 to 58 years who answered three online instruments: Brazil Socioeconomic Classification Criteria, Conflict Tactics Scales (Brief version), and Perception of Social Support Scale. Based on latent class analysis, we identified four significantly different classes in terms of patterns of violence suffered and perceived social support. The findings reinforce the finding that relationship intimate partner violence and social support is a heterogeneous phenomenon, in which the variables are not always directly associated.
Resumo A violência entre parceiros íntimos é recorrente no cotidiano de muitas mulheres brasileiras, mas suas características são pouco estudadas em relacionamentos homossexuais. O objetivo deste estudo foi caracterizar a manifestação da violência em relacionamentos homossexuais de mulheres a partir de sua tipologia e frequência, e analisar as possíveis associações entre violência e percepção de suporte social. A amostra foi composta por 634 adultas brasileiras, lésbicas, com idades entre 18 e 58 anos. As participantes responderam a três instrumentos online: Critério de Classificação Socioeconômica Brasil, Escala Tática de Conflitos e Escala de Percepção do Suporte Social. Por meio da análise de classes latentes, identificou-se quatro classes significativamente distintas em temos de padrões de violência sofrida e suporte social percebido. Os achados reforçam que a relação entre violência entre parceiras e o suporte social consiste em um fenômeno heterogêneo, cujas variáveis nem sempre se relacionam diretamente.
Resumen La violencia entre parejas íntimas es recurrente en la vida diaria de muchas mujeres brasileñas, pero sus características son poco estudiadas en las relaciones homosexuales. El objetivo de este artículo fue caracterizar la manifestación de violencia en las relaciones homosexuales entre mujeres con relación a tipo y frecuencia, y analizar las posibles asociaciones entre violencia y apoyo social. Participaron 634 adultas brasileñas lesbianas, de 18 a 58 años de edad. Las participantes respondieron a tres instrumentos en línea: Criterio de Clasificación Socioeconómica de Brasil, Escala Resumida de Conflicto Táctico y Escala de Percepción de Apoyo Social. Del análisis de clases latentes, se identificaron cuatro clases significativamente diferentes en términos de patrones de violencia sufrida y apoyo social percibido. Los hallazgos refuerzan que la relación entre violencia entre parejas y apoyo social es un fenómeno heterogéneo, en el que las variables no siempre están directamente relacionadas.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Middle Aged , Social Support , Surveys and Questionnaires , Violence Against Women , Intimate Partner Violence , Sexual and Gender MinoritiesABSTRACT
INTRODUÇÃO: A violência configura-se como um fenômeno que vem tomando proporções alarmantes no mundo, sendo considerada internacionalmente como problema de saúde pública e de violação dos direitos humanos das mulheres. A literatura evidencia que dentre os profissionais de saúde, o cirurgião-dentista (CD) apresenta boa chance de identificar os casos de mulheres em situação de violência, uma vez que o exame odontológico envolve a avaliação da cavidade oral e estruturas adjacentes, e o trauma maxilofacial é uma das principais lesões observadas em atendimentos desses casos. Considerando o papel do atendimento em saúde, no reconhecimento e cuidado nesses casos,é de fundamental importância a realização de pesquisas que permitam a ampliação do conhecimento sobre esse fenômeno, sobretudo com relação à atuação do CD. OBJETIVO:Avaliar a percepção e atitude do cirurgião-dentista diante do atendimento a mulheres em situação de violência interpessoal, que apresentaram trauma maxilofacial. MÉTODOS: Estudo qualitativo, realizado por meio de uma revisão de escopo a fim de mapear o que temsido produzido na literatura sobre o cuidado prestado pelo CD, nos serviços emergenciais de saúde, quando do atendimento às mulheres em situação de violência. RESULTADOS:Dos 48 estudos retidos, foram incluídos treze, publicados entre os anos de 2001 e 2018. Dos 13 artigos incluídos, sete foram estudos transversais, dois estudos qualitativos, três revisões de literatura e uma discussão teórica. Seis artigos têm como população os CDs, exclusivamente. Os outros avaliam profissionais de saúde, incluindo os CD. Os resultadosrevelaram que o CD é imprescindível no enfrentamento da violência contra mulher, por sero profissional de saúde que mais tem condições de identificar os referidos casos uma vez que sua área de atuação, cabeça e pescoço, são aquelas em que os sinais de violência estãomais presentes. Entretanto a percepção e atitude do CD diante do atendimento a mulheres em situação de violência interpessoal são falhas e estes profissionais ainda não estão preparados e qualificados para lidar com a problemática. Como parte final do estudo, foi construído um Guia Profissional Orientador para atendimento a mulheres em situação de violência interpessoal. O guia teve como base teórica a revisão de escopo. CONCLUSÕES: O reconhecimento dos casos de mulheres em situação de violência peloCD exige a incorporação de medidas educativas que provoquem mudanças culturais que envolvem o desenvolvimento de ações que visem à desconstrução dos estereótipos, a transformação das normas de gênero e desnaturalização desse fenômeno social peloprofissional CD.
INTRODUCTION: Violence is a phenomenon that has been taking alarming proportions in the world, being internationally considered a public health problem and a violation of women's human rights. The literature shows that among health professionals, the dental surgeon (DC) has a good chance of identifying cases of women in situations of violence, since the dental examination involves the evaluation of the oral cavity and adjacent structures, and trauma maxillofacial is one of the main injuries observed in these cases. Considering the role of healthcare, in the recognition and care in these cases, it is of fundamental importance to carry out research that allows the expansion of knowledge about this phenomenon, especially in relationto the performance of the CD. OBJECTIVE: To evaluate the dentist's perception and attitude towards the care of women in situations of interpersonal violence, who presented maxillofacialtrauma. METHODS: Qualitative study, carried out through a scope review in order to map what has been produced in the literature on the care provided by the CD, in emergency health services, when caring for women in situations of violence. RESULTS: Of the 48 studies retained, thirteen were included, published between 2001 and 2018. Of the 13 articles included,seven were cross-sectional studies, two were qualitative studies, three were literature reviews and a theoretical discussion. Six articles have CDs as their population exclusively. The others evaluate health professionals, including the DCs. The results revealed that the CD is essential in the fight against violence against women, as it is the health professional who is most able toidentify these cases, since their area of activity, head and neck, are those in which the signs of violence are more present. However, the perception and attitude of the CD regarding the care of women in situations of interpersonal violence are flaws and these professionals are still not prepared and qualified to deal with the problem. As a final part of the study, a Professional Guiding Guide was created to assist women in situations of interpersonal violence. The guide was theoretically based on the scope review. CONCLUSIONS: The recognition of cases of women in situations of violence by the CD requires the incorporation of educational measuresthat provoke cultural changes that involve the development of actions aimed at the deconstruction of stereotypes, the transformation of gender norms and the denaturalization of this social phenomenon by the professional CD.
Subject(s)
Attitude of Health Personnel , Dental Health Services , Dentists , Emergency Medical Services , Violence Against WomenABSTRACT
Abstract: Various studies have been demonstrating the importance of patriarchal values in the structuring of society, especially with regard to sexual violence against women, pointing out that women themselves are still blamed for the violence that they suffer. The work presented here falls within this context and analyzes how the social representations of university students about women victims of sexual violence are structured (Study 1; N = 288) and how information about the victim's skin color can affect the judgment that is made about women victims of sexual violence (study 2; N = 99). Together, the results indicate that the woman was blamed for the violence she suffered and this becomes more evident in the situation in which the woman was Black.
Resumo: Vários estudos têm demonstrado a importância dos valores patriarcais na estruturação da sociedade, principalmente no que se refere à violência sexual contra mulheres, apontando que ela ainda é culpabilizada pela violência por ela própria sofrida. O trabalho aqui apresentado insere-se nesse contexto e analisa como são estruturadas as representações sociais de estudantes universitários sobre mulheres vítimas de violência sexual (Estudo 1; N=288) e como a informação sobre a cor da pele da vítima pode afetar o julgamento que se faz de mulheres vítimas de violência sexual (estudo 2; N=99). Em conjunto, os resultados indicam que a mulher foi culpabilizada pela violência por ela sofrida e isso fica mais evidente na situação na qual a mulher era negra.
Resumen: Varios estudios han demostrado la importancia de los valores patriarcales en la estructuración de la sociedad, especialmente en lo que respecta a la violencia sexual contra la mujer, señalando que aún se le culpa por la violencia que ha sufrido. El trabajo que aquí se presenta se enmarca en este contexto y analiza cómo se estructuran las representaciones sociales de los estudiantes universitarios sobre las mujeres víctimas de violencia sexual (Estudio 1; N = 288) y cómo la información sobre el color de piel de la víctima puede afectar el juicio que se hace sobre las mujeres víctimas de violencia sexual (estudio 2; N = 99). En conjunto, los resultados indican que se culpó a la mujer por la violencia que sufrió y esto es más evidente en la situación en la que la mujer era negra.
ABSTRACT
ABSTRACT Objective: To identify the perceptions of Primary Health Care workers regarding Violence Against Women. Method: Qualitative, exploratory, descriptive study addressing 23 health professionals working in three Health Centers in Praia, Cape Verde, Africa. Semi-structured interviews were held via videoconference in November and December 2020. Data were treated according to thematic analysis. Results: Three categories emerged: violence against women restricted to physical aggression; violence as a phenomenon resulting from financial dependency; and victim blaming. Conclusion: The reductionist view of violence, as limited to physical harm, associated with financial dependency and victim blaming helps to unveil perceptions that ground the practice of health workers with women victims of violence and can support the planning of continuous education provided in Primary Health Care services.
RESUMEN Objetivo: identificar la percepción de los profesionales, que trabajan en la Atención Primaria de la Salud, acerca de la Violencia Contra la Mujer. Método: investigación cualitativa, exploratoria y descriptiva, desarrollada en 23 profesionales de la salud, que actuaban en tres Centros de Salud en la Ciudad de Praia, Cabo Verde, África. Fueron realizadas entrevistas semiestructuradas, por video conferencia, en el período de noviembre a diciembre de 2020. Los datos fueron sometidos al análisis de contenido en la modalidad de la temática. Resultados: fueron identificadas tres categorías: la violencia contra la mujer circunscrita a la agresión física; la violencia como un fenómeno proveniente de la dependencia económica; y el sentimiento de culpa de la víctima por la situación de violencia. Conclusión: la visión reduccionista de la violencia limitada al daño físico, asociada a factores económicos y al sentimiento de culpa de la víctima, ayuda a revelar las percepciones en que se basan las prácticas de los profesionales de la salud con mujeres víctimas de violencia y sirve para auxiliar la planificación de la educación necesaria y continuada, en los servicios de Atención Primaria a la Salud.
RESUMO Objetivo: Identificar a percepção dos profissionais que trabalham na Atenção Primária à Saúde acerca da Violência Contra Mulher. Método: Pesquisa qualitativa, exploratória, descritiva, desenvolvida com 23 profissionais de saúde que atuam em três Centros de Saúde da Cidade da Praia, Cabo Verde, África. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, por videoconferência, no período de novembro a dezembro de 2020. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo na modalidade temática. Resultados: Foram identificadas três categorias: a violência contra a mulher circunscrita a agressão física; a violência como um fenômeno decorrente da dependência econômica; e a culpabilização da vítima pela situação de violência. Conclusão: A visão reducionista da violência delimitada ao dano físico, associada a fatores econômicos e culpabilização da vítima, ajuda a desvendar as percepções que embasam as práticas dos profissionais da saúde com mulheres vítimas de violência e serve de subsídios para o planejamento da necessária educação continuada nos serviços de Atenção Primária à Saúde.
Subject(s)
Health Personnel , Violence Against Women , Violence , Women's Health , Forensic NursingABSTRACT
Esta bibliometria visa avaliar como vem se desenvolvendo as pesquisas sobre a violência contra as mulheres. Esse tipo de violência geralmente acontece com núcleos familiares já em formação e afetam também profundamente as famílias das vítimas. Foram analisadas, através dos softwares bibliométricos Citespace e VOSviewer, 4576 publicações indexadas na base de dados da Web of Science durante o período de 1975 a 2019. Dentre os cinco autores mais produtivos todas são mulheres, destacando-se Raquel Jewkes. Os Estados Unidos sobressaem-se como o país que mais contribuiu com o avanço da temática em questão, valendo observar que o Brasil foi o quarto país mais produtivo a partir de seus pesquisadores da Universidade de São Paulo. Dentre as palavras-chave mais frequentes utilizadas pelos autores foram violence against women, domestic violence e intimate partner violence e o estudo mais citado pelos artigos analisados foi o de Garcia-Moreno (2006).
This bibliometry aims to evaluate how research on violence against women has been developed. This type of violence usually happened with families already in formation and also deeply affected the families of the victims. 4,576 publications indexed in the Web of Science database during the period from 1975 to 2019 were analyzed using bibliometric software Citespace and VOSviewer. Among the five most productive authors, all of them are women, especially Raquel Jewkes. The United States stands out as the country that most contributed to the advancement of the subject in question, it is worth noting that Brazil was the fourth most productive country from its researchers at the University of São Paulo. Among the most frequent keywords used by the authors were violence against women, domestic violence and intimate partner violence and the study most cited by the articles evaluated was Garcia-Moreno (2006).
ABSTRACT
Este estudo visou traduzir, adaptar e verificar evidências de validade da Escala de Crenças sobre Violência Conjugal (ECVC), bem como investigou diferenças nos índices de concordância com crenças legitimadoras de violência conjugal, considerando as variáveis gênero, escolaridade e possuir filhos. Os participantes foram adultos brasileiros (N = 1.337), maiores de 18 anos, sendo 66,34% pertencentes ao gênero feminino e 33,65% masculino. Foram realizadas análises fatoriais confirmatórias e exploratórias, e análise de comparação das médias através de uma ANOVA. Os 25 itens da escala apresentaram cargas fatoriais superiores a 0,46. A versão brasileira da escala apresentou estrutura unidimensional. Foi observado que os três indicadores utilizados para avaliar a consistência interna apresentaram valores satisfatórios. Por fim, identificou-se que participantes do gênero masculino, com menor escolaridade e com filhos apresentaram maior concordância com crenças legitimadoras de violência conjugal. Os resultados encontrados reforçam as qualidades psicométricas da escala indicando sua aplicabilidade. (AU)
This study aimed to translate, adapt, and verify the evidence of validity of the Belief Scale on Conjugal Violence (Escala de Crenças sobre Violência Conjugal - ECVC), as well as to investigate differences in the indices of agreement with legitimizing beliefs of conjugal violence, considering the variables gender, education, and having children. Participants were Brazilian adults (N = 1,337), over 18 years old, 66.34% of whom were women and 33.65% men. Confirmatory and exploratory factor analyses were conducted, as well as a comparison of means using ANOVA. The 25 items on the scale presented factorial loadings greater than 0.46. The Brazilian version of the scale had a unidimensional structure, and the three indicators used to assess internal consistency showed satisfactory values. Finally, results indicated that men with less education and with children showed greater agreement with beliefs legitimizing conjugal violence. The results reinforce the psychometric qualities of the scale, indicating its applicability. (AU)
Este estudio tuvo como objetivo traducir, adaptar y verificar evidencias de validez de la Escala de Creencias sobre Violencia Conyugal (ECVC), así como investigar diferencias en los índices de concordancia con las creencias legitimadoras de violencia conyugal, considerando las variables género, educación y tener hijos. Los participantes eran adultos brasileños (N = 1.337), mayores de 18 años, de los cuales el 66,34% eran mujeres y el 33,65% hombres. Se realizaron análisis factoriales confirmatorios y exploratorios, y análisis de comparación de medias a través de ANOVA. Los 25 ítems de la escala presentaron cargas factoriales superiores a 0,46. La versión brasileña de la escala tenía una estructura unidimensional. Se observó que los tres indicadores utilizados para evaluar la consistencia interna presentaron valores satisfactorios. Finalmente, se identificó que los varones, con menor nivel educativo y con hijos, mostraron mayor acuerdo con las creencias legitimadoras de la violencia conyugal. Los resultados encontrados denotan las cualidades psicométricas de la escala, reforzando su aplicabilidad. (AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Young Adult , Domestic Violence/psychology , Violence Against Women , Family Conflict/psychology , Psychometrics , Socioeconomic Factors , Reproducibility of Results , Analysis of Variance , Factor Analysis, StatisticalABSTRACT
INTRODUCTION: Femicide is considered the extreme expression of gender violence. The Brazilian scenario points to a complex public health problem, with evidence of a more severe social phenomenon for black womenOBJECTIVE: To compare mortality rates due to violent causes in white and black womenMETHODS: Ecological study of temporal series with secondary data obtained from the Mortality Information System of DATASUS. We estimated the mortality rate from 2016-2018 about suicides, aggressions, and undetermined death by violence in the range of ages 15-29 and 30-59 years among white and non-white women. Femicide cases were compared using firearms or other means. Statistical analysis employed the chi-square test, with a significance level of p<0.05, Confidence Interval of 95%. According to resolution 510/2016 of the National Health Council, the study is exempted from Research Ethics Committee´s evaluationRESULTS: Between 15 and 29 years, the mortality rate due to aggression was higher for black, 10.5/100,000, than for white women, 4.9/100,000. The same occurred between 30 and 59 years, with 12.5/100,000 deaths among black and 5.9/100,000 deaths among white women. Suicide rates were lower for black than for white women aged 15 to 29 years (1.2/100,000 versus 2.8/100,000) and between 30-59 years (2.0/100,000 versus 5.2/100,000). Among non-white women, the use of firearms was higher and, among white women, hanging was used the mostCONCLUSION: Violent deaths of women by aggression affect more forcefully Brazilian black women, regardless of age. Firearms remain the aggressor's main resource for practicing femicide, especially against non-white women
INTRODUÇÃO: O feminicídio é considerado a expressão extrema da violência de gênero. O cenário brasileiro aponta para um complexo problema de saúde pública, com evidência de um fenômeno social mais grave para as mulheres negrasOBJETIVO: Comparar as taxas de mortalidade por causas violentas em mulheres brancas e negrasMÉTODO: Estudo ecológico de séries temporais com dados secundários obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade do DATASUS. Estimamos a taxa de mortalidade de 2016-2018 sobre suicídios, agressões e mortes indeterminadas por violência na faixa etária de 15 a 29 anos e 30-59 anos entre mulheres brancas e não brancas. Os casos de feminicídio foram comparados com armas de fogo ou outros meios. A análise estatística utilizou o teste qui-quadrado, com nível de significância de p<0,05 e Intervalo de Confiança 95%. De acordo com a resolução 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde, o estudo está isento da avaliação do Comitê de Ética em PesquisaRESULTADOS: Entre 15 e 29 anos, a taxa de mortalidade por agressão foi maior entre as mulheres pardas, 10,5/100.000, do que entre os brancos, 4,9/100.000. O mesmo ocorreu entre 30 e 59 anos, com 12,5/100.000 óbitos entre mulheres pardas e 5,9/100.000 óbitos entre mulheres brancas. As taxas de suicídio foram menores entre as mulheres negras do que entre as brancas de 15 a 29 anos (1,2/100.000 versus 2,8/100.000) e entre 30-59 anos (2,0/100.000 versus 5,2/100.000). Entre as mulheres não brancas, o uso de armas de fogo foi maior e entre as brancas o enforcamentoCONCLUSÃO: As mortes violentas de mulheres por agressão afetam com mais força as mulheres negras brasileiras, independentemente da idade. As armas de fogo continuam sendo o principal recurso do agressor para a prática de feminicídio, especialmente contra mulheres não brancas
Subject(s)
Humans , Male , Female , Mortality , Domestic Violence , Aggression , Violence Against Women , External Causes , HomicideABSTRACT
O distanciamento sanitário imposto pela pandemia da covid-19 vem gerando repercussões em inúmeros contextos, entre eles, o das relações familiares, cujas rotinas foram repentina e abruptamente transformadas. Em questão de poucas semanas, o espaço doméstico teve de ser adaptado para atender a demandas profissionais, escolares e de lazer. Este estudo objetivou analisar categorias estereotípicas de família e casal no contexto da pandemia presentes em imagens humorísticas veiculadas pelas redes sociais. Os resultados desta pesquisa de inspiração netnográfica com análise de conteúdo indicam a percepção de aprisionamento, sendo a mulher vista como carcereira e o marido oscilando entre vítima passiva ou rebelada, o que naturaliza situações de agressão, situação intensificada quando há filhos. Constata-se a perpetuação de injustiça em relação à imagem da mulher, tradicionalmente mais onerada pelas atividades familiares e vista como vilã no casamento.
The sanitary distancing imposed by the covid-19 pandemic has had repercussions in many contexts, including family relationships, whose routines were suddenly and abruptly transformed. In a matter of a few weeks, the domestic space had to be adapted to meet professional, school, and leisure demands. This study aimed to analyze stereotypical categories of family and couple in the context of the pandemic present in humorous images broadcast by social networks. The results of content analysis in this netnographic-inspired research indicate the perception of imprisonment, with the woman being seen as a jailer and the husband oscillating between a passive or rebellious victim, which naturalizes situations of aggression, an intensified situation when there are children. There is a perpetuation of injustice concerning the image of women, traditionally more burdened by family activities and seen as a villain in marriage.
La distancia sanitaria impuesta por la pandemia de covid-19 ha tenido repercusiones en muchos contextos, incluidas las relaciones familiares, cuyas rutinas se transformaron repentina y abruptamente. En pocas semanas, el espacio doméstico tuvo que adaptarse a las demandas profesionales, escolares y de recreación. Este estudio tuvo como objetivo analizar categorías estereotipadas de familia y pareja en el contexto de la pandemia presentes en imágenes humorísticas difundidas por las redes sociales. Los resultados de esta investigación de inspiración netnográfica con análisis de contenido señalan la percepción del encarcelamiento, siendo la mujer vista como carcelera y el marido oscilando entre víctima pasiva o rebelde, lo que naturaliza situaciones de agresión, situación que se agudiza cuando hay hijos. Hay una perpetuación de la injusticia en relación con la imagen de la mujer, tradicionalmente más agobiada por las actividades familiares y vista como una villana en el matrimonio.